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 Agora sim, meu coração se agitava, não de modo assustado, mas com uma ansiedade que sentia invadir o amago de meu ser, era como se aquele ato, dentre tantos os outros fosse o qual eu mais esperava de Benjamin, desde que o vi, desde que o senti, parte de mim tinha uma curiosidade em suas atitudes varonil, em seu aspecto selvagem. Embora a ocasião fosse estranha pelo fato dele estar praticamente nu em cima de mim e me beijando, aquela cena não era ocasionalmente um ato de amor e sim de gratidão, ambos de nós sabíamos aquilo, mas também não podia negar a atração bravia que me acercava entorno de nós.

Benji olhou para meu braço, que estava ensanguentado. Ficou nitidamente espantado, eu podia sentir a dor mais intensa de minha pele rasgada agora que meu sangue estava se esfriando de pressa, por sorte não era um ferimento profundo, os arranhões pegaram de modo superficial, ocasionando alguns longos riscos finos na diagonal de meu bíceps. Benji puxou meu braço para si e passou a língua sob um dos arranhões, aquilo era muito esquisito, empurrei sua cabeça.

— Não, não faça isso.

— Apenas uma lambida... Para que não inflame. — disse ele com os lábios vermelhos de sangue, em seguida passou sua língua quente sob o ferimento novamente e pude sentir um leve arrepio como se uma corrente de ar percorre meu corpo — Seu sangue é tão bom, poderia fazer isso o dia todo.

— Já chega — falei empurrando sua cabeça — Temos que fazer algo. Temos que acabar com Clayton...

— Tem razão. — em seguida se levantou sem pensar na nudez.

— Meu deus! Como você consegue andar com essa coisa? — falei rapidamente tapando os olhos envergonhado.

— Ah — resmungou ele — Não é tão...

— Tão grande? Por que isso é... Porra! — falei de olhos fechados o interrompendo ainda com a imagem de seu sexo vultoso em minha mente 

— Certo... Fique de olhos fechados eu... Vou dar um jeito.

Esperei um tempo para abrir os olhos novamente, espiei pelos dedos e pude ver ele com sua bunda branquela e pouco peluda correndo para dentro de um arbusto. Dei um leve riso, tocando meus lábios lembrando-me do beijo que fora a única coisa boa que me aconteceu. Eu estava mesmo em sua ausência envergonhado, senti minha pele queimar sutilmente, certamente estava vermelha. Era como se o meu cérebro desse um alerta de que havia um alguém na qual acabei de beijar, um alguém que eu tinha atração e estava nu a poucos segundos a minha frente. Meu braço, embora dolorido depois das lambidas de Benji parecia que o ferimento já estava rumo a cicatrização onde o sangue se encrustava para formar uma casquinha grossa de regeneração de pele. Me levantei, não queria ficar ali sozinho, corri para a direção de Benji que já havia sumido de minha vista, até sair de frente para a residência Laurenz, Benji estava parado no gramado, sua calça estava totalmente rasgada e o zíper aberto e estourado com o botão rompido deixava a mostra os pelos pubianos que escapavam, por sorte deu para esconder seu órgão, o que me fez aproximar, o gramado estava lavado de sangue como se uma chacina houvesse acontecido ali, havia 2 corpos caídos, mas nenhum conhecido. A porta da mansão se abriu, e Pilar apareceu saindo correndo em direção a nós dois que acabávamos de chegar. Ela estava suja de sangue seco, lama e havia feridas em sua pele, sua roupa estava aos trapos, parte de seu sutiã amostra, os ombros rasgados no tecido e na pele. Abraçou Benji beijando o seu rosto e depois me abraçou, naquele instante me senti acolhido, os olhos dela choraram e eu fiquei surpreso de vê-la fragilizada, era como se eu a visse do avesso, como se eu soubesse que ela não era feita de ferro como parecia-se.

— Pela Lua, obrigada! — disse ela ao me envolver em seu abraço. — Vocês estão bem.

— O que aconteceu?

— Afugentamos eles, Cora enfiou uma adaga de prata na perna de Clayton ele fugiu, mas antes feriu Don... — respondeu ela limpando as lagrimas dos olhos cheios.

— Foi a quanto tempo?

— Eu não sei, essa briga durou uns minutos — deu uma pausa.

Benji inclinou a cabeça farejando algo. Em seguida Pilar lançou um olhar a ele repreensivo, negou com a cabeça, mas a voz não saiu de sua boca trêmula. Benji correu, em direção ao bosque que cercava a casa.

— Ele está acompanhado, por favor não...! — gritou Pilar ao Benji.

Crônicas da Noite - A Ordem da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora