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ANTES DO CAP

eu estava aqui fazendo uma Arte inacabada de Adriel e Benji e pensando.... e se eles virassem quadrinhos? (é isso ,queria só partilhar meu pensamento) boa leitura <3

Fiquei de mãos atadas, Benji cruzou o terreno da residência usando seu faro, e se embrenhou na mata

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Fiquei de mãos atadas, Benji cruzou o terreno da residência usando seu faro, e se embrenhou na mata. Ela esticou o braço me acolhendo enquanto eu olhava na direção que Benji correu, - de forma preocupada e austera. Entramos dentro da mansão, estava revirada, Caleb estava morto e jogado no centro do Hall, notei Pilar desviar o olhar... Fomos até o escritório, onde Don estava deitado no divã, ensanguentado e ferido, Cora segurava firmemente a mão de Don chorando, e os seus dois irmãos Theo e Sarah ponderava a cena com olhos chorosos entorno da cena. Me aproximei curioso, e ninguém disse nada, apenas me abriu espaço como se eu soubesse o que fazer.

— Por favor ajuda ele, costura ele... Eu não sei, faça algo. Não posso perdê-lo —  disse Cora chorando.

Don estava gravemente ferido, sua camisa estava aberta em um rasgo, o divã lavado em sangue e um corte fino e profundo e grande seguia na diagonal de seu tronco. Eu sabia que prata era algo irreversível, e aquele corte era feito de prata. Sua boca estava lavada de sangue, mas ele ainda respirava, de certo uma hemorragia interna, morreria sufocado. Seus olhos melindrados me olharam, e eu senti um nó no coração, não havia nada que eu pudesse fazer, não dava para salvá-lo e todos ali sabiam disso, inclusive eu. Toquei o ombro de Don em forma de solidariedade com sua situação, certamente ele sentia muita dor, e nesse instante em um movimento bruto Don segurou meu braço com as duas mãos e uma delas apertou meus dedos, tentei hesitar, até ver minhas veias engrossar através da pele e saltar, ergui a blusa e meu braço de modo espantoso tornou-se visivelmente todas as veias através de minha pele, era possível ver o pulso saltando enquanto o sangue percorria, algo estava acontecendo, e em segundos o corte começou a entrar num processo de cicatrização, como se eu estivesse lhe passando uma energia curativa. Pilar alvoroçou-se impressionada para cima com os olhos arregalados, e todos ficaram boquiabertos, inclusive a mim que me espantei, mas não deixei com que ele me largasse, em seguida seu aperto hostil em minha mão e meu braço cessou, ele não estava sentindo mais dor, mas o processo continuava. Ele estava se curando e eu perdendo as forças, até que depois de alguns segundos fui atingido por uma vertigem e um escurecer de vista onde caí desacordado em desmaio.

Quando desperto minutos depois, Don estava agitadamente feliz me olhando dando leves tapinhas em meu rosto. O olhei surpreso e seu sorriso contagiava a todos e ele agradecia sem parar: "muito obrigado, muito obrigado garoto", agora ele tinha uma cicatriz em seu peito, mas se curou do ferimento da prata, não estava mais morrendo, seus lábios ainda estavam levemente avermelhados com sangue seco, e todos me olhavam surpresos, Pilar me estendeu um copo d'água. No primeiro instante pensei em Benji.

— Benjamin, ele ainda não voltou? —  balbuciei.

Pilar colocou as mãos delicadamente sob o pescoço e a clavícula a mostra, demonstrando que um nó se prendia em sua garganta, e negou com a cabeça e um olhar preocupado. Cora me olhou por cima dos ombros.

— Você saberia se algo ruim o acontecesse —  resmungou ela se encostando na escrivaninha —  Ele parcialmente é o seu lobo agora, mesmo que ainda não tenha o Marcado para concluir o pacto de lealdade.

— O quê?! —  indagou Sarah com a voz confusa e surpresa.

— Benji o marcou. —  Sussurrou Cora em resposta revirando os olhos.

Pilar me olhou com olhos vigilantes e surpresos, ao mesmo tempo confusos.

— Benji te marcou? Oh, e você não morreu?

— E era para mim morrer? — pergunto confuso.

—  Se fosse humano, sim, se mordido em qualquer dia a licantropia te mata instantaneamente. E mesmo em casos de transformações regendo todos os protocolos a mordida na noite de lua cheia pode virar um ataque aguçado e violento aos lobisomens, —  Pilar deu uma pausa espantada —  nesse caso você se tronaria um de nós. Por isso não há como marcar humanos. A Marca só acontece entre nós, você então é como nós

— Benjamin disse que o sangue de Adriel era doce, tão doce que o mordeu várias vezes seguidas. —  disse Cora.

—  Todos sabem disso? Benji sabe que marcar algum humano pode o levar a morte? — perguntei

— Benji voltou a pouco tempo, ele sabe que é proibido... — disse Theo

— Mas todos aqui sabe que mata? —  perguntei abrupto para Pilar

— Não sei, acho que não ele... Não sabe muito dos riscos e das leis da Ordem da Lua — balbuciou Pilar. — Mas o resto de nós sabemos

Naquele instante fui tomado por uma raiva iminente e me levantei da poltrona na qual eu estava sentado, e sem nenhum pudor avancei me voltando a Cora.

—  Filha da puta! — exclamei aos berros e ela se encolheu com Don entrando na minha frente.

—  Calma garoto.

— Você o deixou fazer aquilo, deixou ele me morder?!

—  O que queria que eu fizesse?! Eu fiquei surpresa com autocontrole dele em não virar um lobisomem e te degolar ali dentro da cabana, e mais surpresa ainda em ver você não sentindo nenhum efeito colateral...

— Por que era o que você queria? Um efeito colateral.

— Te garanto que pouparia nós de tudo isso que você causou! — Disse ela me apontando o dedo

Avancei pelos ombros do Don, eu não quero agredi-la apenas chegar mais perto para ver ela dizer aquilo em minha cara, queria segurá-la e chacoalhar. Ela sabia, ela ficou dizendo que Benji estava fazendo o certo pois esperava que eu fosse morrer, mas ao contrário quando ela se deu conta que Benjamin havia me marcado com sucesso, foi tomada por um desespero na cabana.

Em seguida a porta da casa bateu, e houve um silêncio imediato, Benji apareceu na porta do escritório, estava sujo de sangue, com feridas e escoriações corporais além da sujeira de lama em sua pele. Segurava na mão um tecido preto embolado em algo, caminhou com seus pés descalços sujos de barro e lama pisando firme no chão deixando suas pegadas grandes, puxou o tecido que embrulhava a cabeça de Clayton, e jogou a mesma em cima da escrivaninha de madeira escura fazendo a cabeça ensanguentada rolar. Dei um pulo assustado com a grosseria e em seguida senti o estômago embrulhar e uma ânsia carregada de náuseas, me virei contendo o vomito de olhos fechados.

—  Está feito. —  disse ele.

—  Santo cristo Benjamin —  disse Theo —  Você parece um monstro.

—  Benji não deixou de ser uma máquina de matar — disse Sarah num tom empolgado

Abri os olhos devagar, e a cabeça foi recoberta por Theo pelo mesmo conjunto do terno preto que Clayton vestia, mas não acabava por aí, Benji enfiou a mão nos bolsos da calça rasgada e aos trapos e depois abriu a mesma mão sob a mesa, uma sequência de dentes ensanguentados caíram em cima da mesa, ele não havia apenas matado Clayton, mas também todos os seus capangas que sobraram. Todos pareciam horrorizados com sua frieza menos Pilar e Sarah, que o olhava com olhares satisfeitos.

Crônicas da Noite - A Ordem da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora