Um amor colorido

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Wen Ning, agora oficialmente Líder Wen, havia nos pedido apoio com uma besta viciosa que vinha perturbando sua área rural e como a especialidade de sua seita não mais se focava em caça a captura de criaturas, até então míticas, que raramente eram avistadas, como um Baihu[1]deformado era algo realmente difícil de lidar.

Estávamos viajando próximo a Yiling, após abatermos a fera. Viajávamos calmamente com A-Yuan brincando no colo de Wei Ying, que estava montado no seu bichinho de estimação que ele carinhosamente apelidou de 'Maçãzinha', um burro muito inteligente e genioso que lhe dei de presente após ele me contar sobre a única memória que lhe restava de seus pais biológicos. Eu por minha vez segurava as rédeas de Maçãzinha, mesmo sem ter essa necessidade, apenas para alegrar meu marido.

Com a chegada do fim de tarde resolvemos buscar um local para descansarmos, geralmente quando levávamos nossos filho em missões preferíamos nos hospedar em pousadas por ser mais seguro e confortável para uma criança, mas quando as estrelas começaram a despontar no céu nosso pequeno pareceu tão animado que decidimos ficar em uma clareira e montar acampamento, para que A-Yuan admirasse as estrelas o quanto quisesse. Wei Ying passou um bom tempo ensinando sobre os nomes daqueles pontos brilhantes, sobre constelações e sobre como elas podiam ajudar as pessoas a se guiar até nosso garotinho ser embalado por sua voz, dormindo tranquilamente entre nós dois.

Estranhamente naquela manhã eu acabei acordando bem mais tarde do que de costume, seja pelo cansaço da caçada ou pelos pesadelos que A-Yuan estava tendo que me fizeram ficar acordado para garantir seu descanso, eu realmente precisava daquilo. Quando abri os olhos senti um frio subir pela minha espinha, tanto Wei Ying quanto nosso filho não estavam em nossa cama e em nenhuma parte da clareira também. Com o coração disparado peguei Bichen e comecei a me preparar para rastreá-los.

Estava prestes a sair quando ouvi um par de risadas sonoras, que trouxeram um alívio imediato para meu coração. Logo meus amores saíram dentre as árvores e eu corri para eles, lhes envolvendo em meus braços, ainda um pouco trêmulo pelo susto de agora a pouco. Parecendo notar que algo estava errado Wei Ying disse baixinho em meu ouvido - Meu amor parecia cansado, então levei nosso pequeno para buscarmos o nosso café da manhã.

- Achei que tinha acontecido algo - disse no mesmo tom - Tive medo.

- Perdão meu amor, queríamos fazer uma surpresa - ele responde intensificando o abraço - Você sempre nos trás café na cama, queríamos retribuir.

Senti uma mãozinha puxar minhas vestes e logo em seguida meu pequeno me chama - Dada, Dada, fomos buscar café para você - ele disse se mexendo animadamente e cheio de energia, "Igualzinho o pai" pensei com orgulho - E também... e também... papai pode falar para o Dada? - nosso garotinho pergunta se voltando para meu marido que sorria para a cena, me deixando curioso.

- Pode sim - Wei Ying autoriza.

- Trouxemos um presente.

- É mesmo? - pergunto me agachando para ficar a sua altura.

- SIM - ele responde animado, me fazendo sorrir - Quer ver?

- Hmn - respondo e com isso ambos tiram quatro coelhinhos filhotes de cores variadas das mangas de Wei Ying e me entregam, com o mesmo sorriso travesso e com olhos cheios de expectativas.

- São para você - Wei Ying diz.

- São bebês, que nem eu - nosso pequeno completa empolgado, já que todos os nossos coelhos eram adultos e ele nunca tinha visto um filhotinho antes.

- Onde estão os papais deles? - questiono, já que me parece errado tirar filhotes tão pequenos de suas mães.

- A mamãe deles está no céu - nosso filho diz em um tom triste - Mas nós fizemos um enterro para ela.

Olho para meu marido, que acena dizendo sem emitir som 'Caçadores' e eu aceno entendendo a situação e delicadamente pegando nossas quatro novas adições à família. Observei todos com cuidado, todos pareciam bem nutridos e sem machucados, quatros machinhos fofos, um preto, um marrom, e os outros dois em uma fofa mistura de ambas as cores. Por ainda serem muito pequenos, tivemos que cortar as frutas em pedaços menores para alimentá-los, A-Yuan disse que cuidaria deles todos os dias e passou toda a manhã correndo, pulando e brincando de um lado para o outro com seus novos amigos.

- Er-gege - meu amor me chama enquanto deita a cabeça em meu ombro, com seus olhos sempre vigilantes sobre nosso pequeno - Sei que você queria voltar logo para casa, mas nosso bebê está se divertindo tanto, o que acha de ficarmos aqui só mais hoje? - ele pergunta com um biquinho fofo - Prometo compensar os dias perdidos do nosso todo dia sem reclamar e ser bem obediente como recompensa - ele disse tentando me convencer.

- Meu amor, só de ver vocês dois felizes eu já teria aceito... mas a sua proposta é muito boa também - lhe respondo com um sorriso malicioso.

- Eu já sabia que você faria para nos ver feliz, mas eu gosto de ter um momento só nosso às vezes também - ele comenta entrelaçando nossos dedos.

- Hmn, eu também gosto.

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[1] Baihu - assim como o Xuanwu é um dos quatro deuses celestiais da antiga China, representado por um tigre branco.

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Olá meus anjos.

Morri de amores real com esse capítulo.

Lembrando que estranhamente Wei Ying e o A-Yuan sempre davam coelhos machos pro Lan Zhan, mesmo sem ser de propósito.

Falecida com a imagem que escolhi para esse cap!!! Tão lindinho!!!!! Quero um (mas se eu adotar mais algum filhote agora meu noivo me mata kkk)

Se gostarem deixem seu voto e comentem bastante, amo saber a opinião de vocês.

Beijinhos e até o próximo capítulo.

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Replay - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora