Confiança

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Nossa reclusão acabou ainda mais rápido que a primeira, não houve nenhum problema e eu não tive mais nenhuma daquelas ocorrências, ao que parece ficar sozinho com Lan Zhan me acalmava, ele me ajudava a manter meus sentimentos sobre controle. O tio insistiu para que Lan Zhan descansasse por mais alguns dias antes de voltar para Gusu.

Está era a última noite dele no Píer Lótus e então decidi que o levaria para a cidade e mostraria todos os lugares onde brinquei, lutei, as árvores que escalei, lojas que gostava de frequentar. Mostrei tudo o que sempre quis, porem não tive oportunidade em todos esses anos. Nossa ultima parada foi a árvore que subi para fugir dos cães que Jiang Cheng disse que chamaria para me morder.

- Lan Zhan é essa árvore - ele me olhou como se esperasse que eu contasse a história para ele, então assim o fiz - Foi a primeira que subi quando cheguei a Píer Lótus, era de noite e eu estava com medo - disse sorrindo.

- Por que subiu se tinha medo? - ele perguntou enquanto me assistia subir na árvore.

- Não tinha medo de subir, tinha medo que cães viessem me morder, eu sempre tive muito medo deles - após um tempo escalando eu disse - Acho que foi aqui.

- Aqui? - disse intrigado.

- Depois que a Shijie me achou ela pediu para mim descer, mas eu acabei caindo. Ela tentou me segurar, mas não conseguiu e eu acabei quebrando a perna - olho para baixo, depois para ele antes de continuar - Parecia tão alto na época - ele parecia tão concentrado em me ouvir e em observar meus movimentos que me fez pensar "E se eu...".

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- Lan Zhan! - assim que o Wei Ying acabou de dizer o meu nome ele se soltou da árvore.

Meus olhos se arregalaram, eu estendi os braços para segura-lo e os dele se firmam ao redor do meu pescoço. Cambaleio um passo para traz com impacto, mas logo retomei o meu equilíbrio.

Coloco o Wei Ying delicadamente no chão. Quando estava prestes a soltar minhas mãos de sua cinturar ele me abraça ainda mais forte e eu faço o mesmo. Sua respiração estava pesada contra meu pescoço, onde ele aninhou seu rosto, após alguns instantes ele disse com a voz meio embargada - Obrigada.

- Hmn - era tudo o que consegui dizer.

Ele moveu seu rosto para poder me encarar e usou suas duas mãos para segurar meu rosto, de forma tão delicada, que me fazia sentir como se eu fosse quebrar a qualquer instante. Encostei minha testa contra a de Wei Ying e fechei os olhos, querendo aproveitar ao máximo os momentos que ainda tínhamos juntos, antes da minha partida.

- Eu te amo - digo em um sussurro, abrindo os olhos para ver sua reação. Seus olhos cor de safira se iluminaram e um sorriso  delicado surgiu em seus lábios aos ouvir minhas palavras.

- Eu te amo Er-gege - ao dizer essas palavras ele cobriu a pequena distancia que nos separa, selando nossos lábios com um beijo terno, lento e cheio de amor, nada exasperado e cheio de desejo como costumava ser e ainda sim tão maravilhoso quanto.

Algum tempo depois nos afasta e retornamos para a seita, foi uma noite tranquila, sem pesadelos, Wei Ying não passou mal nem uma vez. Dormi com o homem que amo deitado confortavelmente sobre meu peito e quando acordei no dia seguinte a primeira imagem que vi foi ele.

"Você é a melhor coisa que já me aconteceu nessas duas vidas, tudo o que eu quero é poder continuar do seu lado, como agora, pelo resto da minha vida, mesmo que para isso ela tenha que ser curta" pensei enquanto sorria ao admira-lo.

Saio da cama tomando cuidado para não acorda-lo, me limpo e me visto. Quando retorno Wei Ying ainda está dormindo pacificamente, com uma mecha de cabelo cobrindo seu rosto, a fasto com delicadeza e lhe dou um beijo suave na testa.

Replay - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora