Ninth Chapter

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Em qualquer lugar que eu vou
Onde você está eu estou
O meu pensamento te segue
Minha saudade te persegue
O meu amor não envelhece
Você não sai da minha mente

EMILIANO RIGONI

Lírio chorou descontroladamente por longos minutos e quando pensei que ela pararia, reiniciou tudo de novo. Tive que ligar para Cris e Floribella — do celular dela —, já que elas a conheciam bem mais do que eu conhecia, e poderiam acalma-la, coisa que eu não conseguia.

Neste momento, ajudava a melhor amiga da morena, a fazer um chá para acalmar os nervos da casa. Flor me agradeceu, por ter entrado e de alguma forma ajudado, por mais que eu me sentisse insuficiente por não ter feito mais.

— Quero ressaltar o agradecimento. — Cris disse, arrumando as xícaras. — Não sei o que ela teria feito, é um dia ruim.

— Dia ruim? — Questiono, sem saber do que se tratava.

— Aniversário de morte da mãe dela. — Respondeu. — E só agora a ficha dela caiu, que o babaca, inútil e filho da... — Se interrompeu, respirando fundo e arrumando a postura. — Enfim, só agora caiu a ficha dela que ele a traiu. — Franzi o cenho, confuso. — O ex dela.

— Que filho da puta. — Completei o que ela se interrompeu, a ouvindo rir. — Sabe o que aconteceu?

Talvez eu estivesse invadindo demais o espaço pessoal de Lirio, mas eu queria saber como ajudá-la, de uma forma diferente do que apenas fazer um chá que — muito provavelmente —, ficaria ruim, mesmo com ajuda.

— Eles se conheceram antes da mãe dela falecer, foi amor à primeiro beijo. — Começou a contar. — Quando a mãe dela veio a falecer, Lírio ficou muito perdida e ele a ajudou muito, a única coisa que ele fez de bom. Então, uma menina apareceu, tempos depois, confirmando minhas desconfianças.

— Vejo que você é alguém muito perceptiva. — Digo e ela assentiu.

— Diego sumia do nada e aparecia do nada, então quando a tal menina disse que ele a estava traindo, não duvidei de nada. — Prosseguiu. — Mas Lirio acreditou nele, e isso quase acabou com nossas amizade. Ao fim, ela acabou terminando por outras coisas.

— Mas nunca acreditou na traição. — Concluo e ela confirmou, dando um suspiro. — Já odeio esse cara.

— Por isso, se você estiver gostando dela e quiser algo, por favor, não a machuque. — Pediu. — Eu mataria para vê-la feliz.

— Quanto a isto, não se preocupe. — A asseguro.

Lírio conseguia me parecer ainda mais necessitada da minha atenção, não porque ela era alguma coitadinha, mas pela empatia que ela tinha de acreditar que, as pessoas nem sempre são ruins.

Eu amava seu coração puro e delicado. Cris pegou a bandeja e levou o chá, deixando uma xícara para que eu tomasse também.

— Eca, detesto sangue. — Ouço uma voz feminina resmungar e olho em sua direção. — Titia é magrinha mas sangra horrores.

Pétala a sobrinha de Lírio, entrou na cozinha, batendo o pé e de braços cruzados. Me olhou e sorriu, se apoiando e subindo em dos bancos autos do balcão.

— Oi. — Disse simpática e doce.

— Oi. — A respondo.

— Você quem estacou o sangue da titia? — Perguntou, apoiando a cabeça nas mãos, que estavam apoiadas no cotovelos em cima do balcão.

𝐒𝐨𝐧𝐡𝐨𝐬 & 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐬 ━━ Emiliano Rigoni Onde histórias criam vida. Descubra agora