Sixth Chapter

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I love you, baby
And if it's quite alright
I need you, baby
To warm the lonely night
I love you, baby
Trust in me when I say

EMILIANO RIGONI

— Toma, prova isso. — Lírio disse, me entregando um copo com um líquido duvidoso. — É caldo de cana.

— Não, quero não. — Faço careta.

Ela bufou e me estendeu o copo novamente. A morena com nome de flor estava me arrastando por toda a feira, me fazendo provar várias coisas diferentes. Como agora. Virei o líquido na boca e senti um sabor forte e adocicado.

— Não é ruim. — Digo.

— Você é muito difícil. — Resmungou e cruzou os braços. — Será difícil de achar sua comida de feira favorita.

— Eu gosto da sua comida. — Respondo e ela da um sorriso vergonhoso.

— Obrigada seu Léo, até sábado. — Se despediu do moço da barraquinha. — Manda um beijo para a dona Marisa.

Era incrível como ela conhecia todo mundo daquele lugar, cumprimentava a todos e o sorriso no rosto era o mesmo. Lírio conseguia me impressionar ainda mais, e com isso, fazendo com que eu ficasse ainda mais encantado com sua bondade.

Ela era linda por dentro e por fora. A morena segurou em minha mão, para que eu andasse mais rápido e aproveitei para entrelaçar nossas mãos, coisa que ela pareceu não ligar muito.

— Pastel de queijo. — Disse animada, após ver um outra barraquinha.

— Já comi, e não gostei não. — Faço careta.

— Biscoitinho de polvilho e maisena? — Arriscou.

— Azedos.

Ela baixou os ombros frustrada, mas o que eu poderia fazer se não havia gostado da maioria
das coisas citadas por ela. Daniel já havia me levado para experimentar.

— Você vai me dar trabalho. — Mordeu o lábio.

— Vou ser um péssimo brasileiro. — Bufei. — Desculpa, Lirio.

— Não é só gostar da culinária de feita, que te faz brasileiro. — Disse. — Relaxa, jogador.

De repente, me olhou com um sorriso enorme no rosto, como se tivesse se lembrado de algo.

— Vamos a casa Santana. — Falou altruísta.

— Onde é isso? — Franzi o cenho.

— Você vai ver quando chegarmos. — Respondeu. — É aqui perto, vamos andando.

Voltou a entrelaçar nossas mãos, me fazendo sorrir bobo. Lírio era uma tagarela, ficou falando que sabia perfeitamente o que faria meu lado brasileiro — por mais que soubesse que sou argentino e que nunca vim ao Brasil antes —, e que eu iria amar. Ela iria cozinhar.

Falei apenas que estava amando a ideia de vê-la cozinhando.

— Não vai me dar nenhuma dica? — Pergunto.

— Você é alguém muito ansioso. — Murmurou.

— Como deduziu isso? — Finjo inocência.

— Primeiro, hoje é quinta e só iríamos a feira de sábado, que é a minha favorita. — Começou a listar. — Segundo, que já quer saber a minha receita. — Respirou fundo e olhou para os dois lados da rua, me puxando para atravessar. — Nisso, deduzi que é alguém ansioso.

𝐒𝐨𝐧𝐡𝐨𝐬 & 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐬 ━━ Emiliano Rigoni Onde histórias criam vida. Descubra agora