Fourteenth Chapter

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Em minhas digitais já tem
Um pouco de você eu sigo seus sinais
Assim nunca vou te perder
É incondicional, você tem a forma
Exata pra me prender em você

EMILIANO RIGONI
uma semana depois

— Acorda, dorminhoca. — Digo, distribuindo beijinhos por todo o rosto de Lírio, que apenas resmungou e voltou a se esconder nos lençóis.

Voltei a beija-lá, que permaneceu imóvel na cama, sorrio e passo a acariciar seus cabelos longos e castanhos escuros, quase pretos. A observando suspirar e tentar voltar a dormir.

— Morena. — Chamo novamente.

— Não quero, me deixa dormir. — Pediu manhosa. — É domingo.

Sorrio ao vê-la tentar voltar a dormir, faziam dias que ela dormia aqui em casa, alegando que sentia saudades quando estava longe e já passava o dia inteiro sem mim. Então, quem seria eu para negar?

— Eu tenho jogo, morena. — A lembrei. — E você prometeu a Pétala que a levaria, para me ver jogar no Morumbi.

— Vão ter vários jogos no Morumbi. — Disse, ignorando todas as minha tentavas de acorda-lá.

— Dona Amara e Sida, mandam biscoitinhos de maisena e aquele negócio farelento que você gosta. — Tento me lembrar, falhando miseravelmente. — Como é o nome daquilo que eu não gosto?

— Polvilho, moreno. — Respondeu. — Está bem, me convenceu.

Virou e sentou-se à cama, fazendo beicinho. Aproveitei e lhe dei um selinho rápido, o que fez que ela sorriso e fechasse os olhos por alguns segundos.

— Cuida, Pétala já chegou e você conhece sua sobrinha. — Aviso e ela faz um joinha com a mão.

Saio do quarto e caminho até a cozinha, onde a menininha comia dos biscoitos de polvilho, enquanto lia um livro que — muito provavelmente —, era de algum conto de fadas, já que ela em si parecia ter saído de um.

— Oi Tio. — Disse, focada nas palavras que lia.

— Oi Pê, animada para passar o dia com a sua tia e ir ao Morumbi? — Pergunto, me servindo de café em uma xícara.

— É claro, vai ser simplesmente esplêndido. — Respondeu, fechando o livro e me olhando com um sorrisinho largo. — Vai fazer um gol pra mim, não vai?

— Óbvio, que vou. — Sorrio.

Não demorou para Luciano entrar na cozinha, com uma cara desanimada e com os ombros baixos. Sentou-se ao lado da garotinha e suspirou pesado, parecendo estar decepcionado, com uma cara de cachorro que caiu da mudança. A loirinha olhou para mim como se perguntasse o que havia acontecido, e apenas dei de ombros, ela repetiu o ato também.

— O que você tem? — Questiono.

— Nada. — Resmungou.

— Tem sim, está com cara de cachorro abandonado. — Pétala disse, e cruzou os bracinhos o encarando.

— Terminei meu namoro. — Respondeu baixo. — Mas, já está tudo bem, foram só quatro anos jogados no lixo.

— Nada se joga no lixo, talvez tenham sido bons anos para os dois. — A garotinha, passou o braço no ombro dele, como se quisesse lhe confortar.

— Cara, uma criança está me aconselhando. — Disse surpreso. — A que ponto, meu Deus.

— Sou quase pré-adolescente, falta só um tiquinho. — Ela retrucou. — Então, não sou criança.

𝐒𝐨𝐧𝐡𝐨𝐬 & 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐬 ━━ Emiliano Rigoni Onde histórias criam vida. Descubra agora