Thirtieth-fourth Chapter

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So you can keep me
Inside the pocket of your ripped jeans
Holding me closer 'til our eyes meet
You won't ever be alone, wait for me to come home

LÍRIO VILHENA

A livraria estava calma, e com Tiago ao meu lado atrás do balcão, estava mais tranquilo ainda, dormindo igual o anjinho que era quando não estava com fome ou sono, já que armava o berreiro bonito quando uma dessas duas coisas o incomodava.

Mentiria se dissesse que nada disso estava me servindo de aprendizado, pois meu filho me ensinava muito e agora me passava toda a segurando que a fase de adaptação das primeiras semana não causaram. Olhando com cuidado, muitas pessoas achavam mesmo que ele era meu filho a não ser pelos cabelos loiros.

— Cadê o infinito da dinda? — Escuto Cris e levanto o olhar a ela, que se aproximou. Logo pegou o garotinho no colo, que se aconchegou ali. — Eita que está gordinho.

— Tem certeza? — Indago olhando para o meu filho em seus braços, não o achando tão gordinho. — Não acho não.

— Olha pra essas coxas, se isso não for leite nesse buxinho eu não sei mais o que é. — Respondeu, começando a ninar o pequeno no como.

— Imagina quando você tiver os seus. — Digo e vejo seu sorriso crescer.

— Nem sei se vou namorar, quem dirá ser mãe. — Respondeu e deu de ombros, acariciando o rosto de Tiago. — Mas quem sabe eu não sequestre o Titi, e fuja para a Europa.

— Obrigada pela dica, se vocês sumirem já sei onde procurar. — Respondo, acompanhando a risada que ela deu.

Cris estava com um brilho diferente desde o batismo e era notório sua mudança, não sabia o que havia feito ficar assim mas torcia que fosse algum pretendente.

— Vou abrir uma editora de livros. — Falo, e vejo minha amiga levantar o olhar a mim com os olhos arregalados.

— Como assim, Lírio?

— Venho conversando com Rigoni esse lá dias e falei que sempre foi um sonho, então ele me encorajou e vou abrir a minha editora. — Respondo com um sorrio bem largo no rosto, sendo retribuída. — Poderemos lançar seus livros.

— Ai eu vou chorar. — Disse e vi seus olhos encherem de lágrimas. — Ouviu isso Titi? Sua dinda agora vai ser escritora da editora da sua mãe, você gostou?

O garoto em seu colo abriu um sorrio logo em seguida, como resposta e confirmação do projeto.

— Sei escritório vai ficar aqui e como escritora chefe, você a Leila cuidarão desta livraria. — Falo e olho ao redor, suspirando fundo lembrando de todos os bons momentos. — É sua. — Digo por fim.

— Eu vou ter um infarto.

*

Rigoni controlava uma música em espanhol, enquanto trocava a frauda de Tiago, que o olhava atentamente como sempre fazia todas as vezes que o pai fazia aquilo. O banho quente da noite, era sagrado que um de nós dois entrássemos não banheira e déssemos o banho pele com pele, nosso bebê sempre adorava.

— Agora está um conquistador de novela mexicana. — Meu namorado disse e dei uma risada, ouvindo Tiago resmungar. — Você prefere a globo?

— Ele prefere a mamadeira e o soninho, não é meu campeão? — Digo ao me aproximar, roubando sua atenção a mim, dando um beijo em sua bochecha.

— Também quero beijinho. — Emiliano resmungou com uma voz triste e fazendo beicinho. Sorrio e seguro em seu rosto, deixando um beijo demorado em seus lábios.

— Melhorou? — Pergunto e ele assentiu.

Pegue meu filho no colo e caminhei até a cadeira de amamentar que tinha em seu quarto, ficando confortável ali e o vendo esperar ansioso pra mamadeira. Quando me pegava pensando em quando eu e Rigoni tivéssemos outro filho, meu maior prazer seria poder dar o peito como forma de alimentá-lo, essa foi a minha frustração quando Tiago chegou, não poder suprir aquela necessidade que ele tinha.

Mas me sentia orgulhosa por ter o ajudado em todos os seu momentos, como quando ele passou um dia e noite inteiro sentido cólica e não queria ninguém a não ser meu colo, e a posição eu o deixava. As cantorias de boi da cara preta, o ajudaram muito a se acalmar.

Ou quando eu pedia que meu namorado cortasse as unhas dele, fazendo com que ele se irritasse e chorasse pensando meu colo. Era incrível saber que mesmo tão pequeno e ingênuo, Tiago já sabia que eu era sua mãe e sentia isso.

Mas ainda me restavam tantas dúvidas, de um futuro que não estava distante.

— Eu amo tanto ele. — Sussurro, sentindo meus olhos marejarem. — Será que quando ele crescer, não vai me chamar de mãe?

— Amor, porque está pesando isso? — Rigoni questionou, se aproximando mais de mim. — É claro que ele vai te chamar de mãe, porque você é a mãe dele.

— Quando ele descobrir que não sou, ele vai querer conhecer a mãe biológica e não vai mais me querer por perto. — Digo, sentindo meu peito apertar.

— Lírio, esse menino é apaixonadasso por você. — Disse e abri um sorriso, o olhando. — Ele só consegue ficar quieto com você, principalmente quando está com dor.

— Isso é verdade. — Fungo, voltando a olhá-lo que estava quase pegando no sono. — Você ama a mamãe, não é?

— Ama sim. — Responde, Rigoni. — Nos dois amamos você, minha morena com nome de plantinha.

— Assim eu fico boba. — Brinco e limpo as lágrimas que molharam minhas bochechas.

— Amanhã, vamos fazer um programa só nós três, vamos a baixada santista e vamos à praia. — Meu namorado anunciou em tom comemorativo.

— Ele é muito novinho para ir à praia, meu amor. — Digo com receio, já que não queria frustra-lo.

— Verdade, mas podemos esperar para ir quando ele crescer mais então. — Sugeriu e assenti. — Bom, eu vou trocar essa roupa molhada e já venho.

Beijou o topo da minha cabeça e em seguida a de Tiago, que apenas resmungou e largou a mamadeira, aconchegando-se a mim. Rigoni saiu logo em seguida e sorrio arrumando o bebê no colo, começando a cantar a música que ele sempre gostava de ouvir — pelo menos de mim — antes de dormir. Deixei um beijo casto em sua bochecha, fazendinha carinho com a ponta do nariz em seguida.

— Eu amo você meu ramo, por favor, não troque a mamãe por aquela bruaca feia. — Sussurro, olhando ele de mais perto. — Desculpa pela palavra feia, não conta isso pro seu pai.

**
"falando em saudades, de novo eu acordei pensando em você...
não sei se você está bem"

𝐒𝐨𝐧𝐡𝐨𝐬 & 𝐑𝐨𝐬𝐚𝐬 ━━ Emiliano Rigoni Onde histórias criam vida. Descubra agora