Sydney — Austrália
[Inverno de 2021]
• JIMINEm pleno sábado à tarde aqui estou eu, sentado no chão do quintal de casa, em meio a vários sacos de terra, adubo e trecos de jardinagem, plantando e colhendo algumas ervas, como a dona Jude havia pedido-me que fizesse.
Minhas unhas sujas de terra preta já começavam a incomodar um pouco. Apesar de adorar uma bagunça, tinha agonia com sujeira, o que era péssimo, afinal, eu era filho de uma típica bruxa da natureza. Ou seja, entrar no mato, ficar debaixo da chuva, enfiar o pé no barro e plantar, eram coisas que faziam parte da nossa rotina.
Mas apesar disso, por ironia do destino, eu era muito bom nisso. Minhas flores sempre floresciam bonitas, os temperos ficavam bem verdes, e os legumes cresciam bem, mesmo sem agrotóxicos. Minha mãe dizia que eu tinha mãos pequenas, porque para transferir amor às plantas, precisava-se de certa delicadeza que dedos compridos e palmas largas demais não tinham.
Isso quando ela não falava dos gnomos...
Não 'tô falando sobre aquelas estátuas de cerâmica esquisitas que as pessoas colocam 'pra enfeitar o jardim, e sim da criatura mágica que cuida da natureza e preserva suas plantinhas enquanto você não 'tá olhando...
É muito comum nós, da bruxaria natural, acreditarmos em criaturas invisíveis aos olhos humanos. Como fadas, sereias, gnomos, ondinas, salamandras, etc. Não são todos os bruxos, mas alguns acreditam. Minha mãe era um dos que acreditavam.
E não, ela não usa drogas...
Resumindo, ela dizia que eu tinha uma conexão com essas 'criaturinhas, porque a terra era o meu elemento, por isso elas sempre cuidavam de tudo que eu plantava. Era fofo, e eu gostava quando ela falava essas coisas, fazia-me sentir especial.
Ajeito-me novamente no chão, sentando em outra posição mais confortável, e limpando a testa com as costas da mão, na tentativa falha de não sujar meu rosto, que já estava sujo.
Eu já estava ali há um certo tempo, e o sol não perdoava, fazendo com que minha pele ficasse levemente bronzeada, e com bronzeada eu quero dizer vermelha para um cacete.
Com certeza meus ombros ficariam descascando depois.
Arrasto para o lado mais um vaso pequeno preenchido com sementes, e volto a encher outro, enquanto cantarolava uma música aleatória da playlist que escutava no fone.
— Ei!
Sinto-me ser chacoalhado pelos ombros sem nenhuma cerimônia, fazendo-me levar um susto, arrancando os fones e encarando os dois babacas que agora riam da mim sem o menor remorso por terem quase me matado do coração.
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𝑳𝒐𝒖𝒅𝒆𝒓 𝑻𝒉𝒂𝒏 𝑩𝒐𝒎𝒃𝒔 / 𝑱𝒊𝒌𝒐𝒐𝒌
Fanfiction[CONCLUÍDA] Jungkook é um fotógrafo atormentado por pesadelos, e se vê afundado em dezenas de novos dilemas ao reencontrar Jimin; um bruxo natural que diz ser o grande amor de sua vida passada. Uma promessa que ultrapassou o fim e duas almas conecta...