Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ Vɪɴᴛᴇ

428 69 58
                                    

Sydney — Austrália [Primavera de 2021] • JIMIN

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Sydney — Austrália
[Primavera de 2021]
• JIMIN

— Ji, aquele cara não para de olhar 'pra você.

Termino de guardar as garrafas nas prateleiras de vidro, antes de fitar o arco-íris e-boy ao meu lado, com um olhar nada contente. Félix encarava-me com um ar sugestivo e um sorriso ladino nos lábios, enquanto chupava seu pirulito, que deixava claro suas suposições nada puritanas.

— Eu sei, eu já vi. — Lhe respondo com um tom totalmente desinteressado, enquanto olho em direção ao tal homem do qual ele se referia, e eu me lembrava muito bem.

O mesmo havia chegado há algumas horas, estava sozinho. Vez ou outra pedia doses de bourbon, até o momento em que aparentemente se irritou, e apossou-se de uma garrafa inteira só para si.

Reparei em seu olhar sobre mim desde que pisou o pé no pub, mas tentei não dar muita atenção a isso, já que não queria que ele pensasse a coisa errada. Contudo, mesmo com a falta da troca de olhares entre nós, ele pareceu decidido em me observar de longe. O que era até meio assustador.

— E 'cê conhece ele?

Volto a desviar o olhar do tal homem e rolo os olhos pela situação em que me meti, por pura e espontânea vontade.

Mas não seria a primeira vez em que eu escolho me meter em uma 'robada...

— Mais ou menos. Mas não 'tô afim de papo com ele.

— Hum, é algum ex embuste seu? Por que se for, eu boto ele 'pra correr daqui 'rapidinho!

Solto um riso curto, esquecendo-me um pouco do incômodo que aquela pessoa estava me causando, somente por estar ali; sozinho.

— Não, deixa ele 'pra lá, já já ele vai embora. — Disse, torcendo para que isso realmente acontecesse.

— Certo. A gente vai fechar daqui a pouco. Então se você quiser, pode ir adiantando a limpeza aqui, que eu e a Rosé cuidamos do balcão.

— Certo!

Iniciei a arrumação de sempre, forçando-me a distrair minha cabeça nos afazeres, entretanto, por alguma sabotagem mental, sempre acabava olhando em direção aquela bendita mesa no canto, onde dois lumes claros me fitavam sorrateiros.

Mas que merda ele 'tá querendo?...

Admito que pensei que nunca mais fosse ver aquela pessoa, imaginei que ele e a namorada fossem do tipo que faziam o que queriam, e depois sumiam no mundo. Achei que nunca precisaria me preocupar com isso, mas pelo visto, teria.

Suspirei pelo pensamento inoportuno e continuei com as tarefas que tinha de fazer.

Os minutos foram se passando lentos, e enquanto eu lavava copos e coqueteleiras, limpava o balcão e organizava as garrafas com seus rótulos para frente; as poucas pessoas que ficavam sempre até a hora de fechar, iam embora para lá de alegres como de costume, despedindo-se de nós com risos exagerados por conta do álcool.

𝑳𝒐𝒖𝒅𝒆𝒓 𝑻𝒉𝒂𝒏 𝑩𝒐𝒎𝒃𝒔 / 𝑱𝒊𝒌𝒐𝒐𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora