Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ Vɪɴᴛᴇ ᴇ Tʀᴇ̂s

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Sydney — Austrália[Primavera de 2021]• JUNGKOOK

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Sydney — Austrália
[Primavera de 2021]
• JUNGKOOK

Minha cabeça não parava de rodar em torno da conversa que tive com Jimin hoje cedo, e em como eu reagi diante de toda aquela loucura.

Nunca fui uma pessoa influenciável, muito menos idiota no sentido de crer em qualquer coisa. Uma das pouquíssimas heranças que havia herdado do meu querido pai, era o bendito censo cético, que fazia-me acreditar apenas naquilo o qual tivesse alguma prova. Mas agora, cá estava eu, sentindo meu peito doer a cada revelação, a cada palavra e associação que minha mente fazia entre a história que Jimin havia me contando, e os malditos pesadelos que vinham me atormentando a anos.

Eu os conhecia de cor, não só cada detalhe de seus flashes incoerentes, como também do sentimento que os acompanhavam, fielmente, a cada dia que se passou desde então. Era muita coincidência, e eu não acreditava em coincidências; não mais.

Aquele homem de fios castanhos causou em mim a maior das epifanias da vida, e apesar de manter o pé atrás com tudo que ele dizia, era impossível ignorar as sensações que consumiam-me em todas às vezes que ouvia sua voz, ou olhava em seus olhos.

Meu coração quase se partiu quando o vi chorar, e me fez lembrar de sensações das quais eu nem sabia que me lembrava. Logo, no fim das contas, eu estava certo sobre ele; ele era a corda que me tiraria do fundo do poço.

Segundo a história, Jimin era Park, eu era Jeon, e nós morremos por uma batalha que não era nossa, perdemos um ao outro em meio a guerra e doeu; doeu tanto que nossas almas decidiram voltar.

Tudo isso era extremamente irreal, que facilmente poderia ser confundido com um filme, ou com uma história de livros clichês; com certeza não era algo fácil de digerir ou acreditar, principalmente para alguém como eu, e se me contassem que eu faria parte de algo assim há meses atrás, eu com certeza riria da cara dessa pessoa e diria que está lendo romances de ficção demais. 

Entretanto, para alguém que não acreditava em quase nada, minha noção do que era real ou não, estava ruindo mais rápido do que efeito dominó; a cada confirmação, a barreira se desmanchava mais e eu sinceramente já não sabia se isso era bom ou ruim.

Se não sentisse o que sinto, talvez mantivesse meu pensamento de outrora, de que a única certeza que temos nessa vida, é a de que um dia todos vão partir dessa para melhor; contudo, sentia em meu âmago a tristeza e a angústia pelo nosso passado e pelo futuro interrompido; sentia em minha pele, o calor e os arrepios diante daquela verdade que eu tanto procurei, e que agora parecia tão certa.

Os olhos de Jimin levavam-me de volta àquele tempo pouco feliz, mas que por alguma razão, carregava tons de euforia e paz. Apesar disso, eu sentia medo; medo de algo que eu ainda não sabia o que era, mas que com certeza tinha a ver com ele e nossa triste bagagem.

𝑳𝒐𝒖𝒅𝒆𝒓 𝑻𝒉𝒂𝒏 𝑩𝒐𝒎𝒃𝒔 / 𝑱𝒊𝒌𝒐𝒐𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora