Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ Vɪɴᴛᴇ ᴇ Sᴇᴛᴇ

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Sydney — Austrália[Primavera de 2021]• JIMIN

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Sydney — Austrália
[Primavera de 2021]
• JIMIN

Quando abri meus olhos logo após escutar um ruído agudo, senti meu peito acelerado dificultando minha respiração. Sentia-me ofegante, e meus olhos vazavam lágrimas pesadas, que eu nem sequer havia percebido que tinha deixado escapar. Suspirei entrecortado, fitando tia Margot que observava-me de pé, com um sorriso calmo, como se quisesse me passar toda paz do mundo.

Permaneci imóvel durante os primeiros instantes após retornar a realidade, e só depois de sentir um leve aperto repentino em minha palma, foi que despertei completamente, virando o rosto em direção a pessoa ao meu lado, que ainda mantinha-se paralisada, encarando o teto.

Seus dedos tremiam junto aos meus e seu rosto estava corado e úmido, o que deixava nítido que ele andou chorando assim como eu.

Senti meu coração apertar com aquela cena, e mesmo que ainda estivesse um tanto zonzo e meio perdido, forcei meu corpo a se erguer da espreguiçadeira e guiei-me até a dele, sentando-me ao seu lado, sem soltar sua mão em momento algum.

O ouvi fungar 'baixinho e piscar lento, deixando que mais lágrimas cansadas rolassem por suas bochechas. Não parecia nem de longe, o homem impassível que costumava demonstrar ser.

— Jungkook? — Lhe chamei em um sussurro apreensivo. Limpando meus olhos com as costas da mão de forma apressada, enquanto esperava que ele reagisse de alguma maneira.

Já estava acostumado com aquela sensação ruim que era comum de se sentir quando despertava de um transe desses; mas até para mim, o que aconteceu desta vez fora intenso demais, então imaginava que para ele, tinha sido dez vezes pior.

Todas aquelas lembranças, muito mais nítidas e fortes; pude sentir cada toque, cada palavra, como se tivesse voltado no tempo. Não eram mais borrões ou simples sensações; eram memórias claras de uma vida que vivemos lado a lado, e de um fim injusto que nos perseguiu até aqui. Doía lembrar, mas também era reconfortante recordar dos momentos bons, da euforia que era quando estávamos juntos, quando nos beijávamos.

O vento batendo em nossa pele judiada, enquanto observávamos o céu, deitados na margem de um lago turvo; o toque apreensivo das mãos nas primeiras vezes, até mesmo os sorrisos e as gargalhadas, que eram raras, considerando nossa realidade, mas que quando estávamos um com o outro, se tornavam tão, mais tão esperançosas.

Meu coração se apertava a cada resquício de memória, e ao ver Jungkook daquele modo, perdido em meio a dor da verdade, eu só conseguia pensar em dar-lhe o máximo de conforto e apoio possível, já que se não fosse por ele, eu não teria saído das piores para as melhores sensações.

Movi meus dígitos sobre o dorso de sua mão, sentindo sua pele suada em contato com a minha, tentando trazê-lo de volta a mim, exatamente como minha mãe costumava fazer comigo, quando era mais novo. Permaneci ali, mirando seu rosto bonito, enquanto notava as mudanças sutis em suas expressões; ora tenso, ora triste e agora, incrédulo.

𝑳𝒐𝒖𝒅𝒆𝒓 𝑻𝒉𝒂𝒏 𝑩𝒐𝒎𝒃𝒔 / 𝑱𝒊𝒌𝒐𝒐𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora