Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ Tʀɪɴᴛᴀ

639 65 681
                                    

Sydney — Austrália[Primavera de 2021]• JUNGKOOK

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Sydney — Austrália
[Primavera de 2021]
• JUNGKOOK

O resto da madrugada se passou como um vulto. Vulto esse que me assustava a ponto de me obrigar a me esconder dele.

Depois de literalmente largar Jimin em frente a sua casa, e fugir dele sem lhe dar uma explicação, pilotei em completo choque até o meu apartamento, trancando-me no banheiro e sentando no piso frio, exatamente como costumava fazer quando tinha minhas madrugadas difíceis.

Passei horas ali encolhido, estalando os nós dos dedos incansavelmente, encarando o teto branco, e me questionando sobre o quanto daquele sentimento de frustração se devia necessariamente ao ato de Jimin, ou ao que senti com o mesmo.

Eu não era idiota, e inocência também não era uma virtude muito presente na minha personalidade; sendo assim, obviamente eu sabia o que senti quando as mãos daquele marrento me tocaram sem cerimônia. Quando sua boca se chocou contra a minha repleta de desejo, de vontade e principalmente, quando revidei tudo da mesma forma, sem pestanejar, não poupando nenhum centímetro dele que meus dedos conseguiam alcançar. Então, com todas as letras, eu não só havia sido alvo de um beijo roubado; como também havia me aproveitado de cada segundo daquele furto.

Assim que o dia se mostrou além da pequena janela do cômodo apertado, iluminando a cerâmica dolorosamente branca, que varria do piso às paredes; foi que tive coragem de erguer o corpo do chão e me arrastar até a cama vazia; mesmo assim, não tendo sorte com o sono, como de costume.

Me revirei no colchão, esfreguei meus olhos cansados, bufei e suspirei milhões de vezes, até que o relógio da minha mesa-de-cabeceira tocasse às 08:00 da manhã, me obrigando a caminhar mais uma vez até o mesmo banheiro, tomando um banho demorado — que serviu mais para pensar, do que para me limpar — e logo depois, me entupir com uma xícara imensa de café preto, sem açúcar; o que só fez o meu estômago reclamar mais ainda, como um legítimo ingrato.

Só me dispus a fazer alguma coisa para acabar com aquele suplício, quando minhas unhas já se encontravam quase em carne viva, de tanto serem roídas. Com isso, desgrudei minha bunda do sofá, e saí de casa sem ânimo algum, indo até o único lugar onde não seria julgado por meus dilemas confusos; ou pelo menos torcia para que não fosse.

Maldito beijo...

Um mínimo e inesperado beijo, algo tão estúpido, afinal, só se tratava disso no fim das contas; uma boca encostando em outra boca.

O foda era o que esse ato poderia causar na cabeça de gente fodida como eu. Talvez não fosse exagero dizer que um beijo poderia começar uma guerra; assim como também poderia selar o fim de uma. E no momento, enquanto pilotava que nem um alucinado até o apartamento de Yoongi, só conseguia pensar no quão filho da puta esse simples toque era capaz de ser.

𝑳𝒐𝒖𝒅𝒆𝒓 𝑻𝒉𝒂𝒏 𝑩𝒐𝒎𝒃𝒔 / 𝑱𝒊𝒌𝒐𝒐𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora