𝑳𝒐𝒖𝒅𝒆𝒓 𝑻𝒉𝒂𝒏 𝑩𝒐𝒎𝒃𝒔 / 𝑱𝒊𝒌𝒐𝒐𝒌

Cᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ Qᴜᴀʀᴇɴᴛᴀ

Sydney — Austrália
[Verão de 2021]
• JUNGKOOK

— Querido, coloca a estrela no topo pra mim?

Largando a pinha de volta na caixa, sorri para a bruxa de vestido branco, rodado. Ela, assim como o filho, não alcançava o topo da árvore de natal, e apesar de parecer cansada, por conta das olheiras que tentou disfarçar com maquiagem; nada apagava o entusiasmo em seu riso.

Era véspera de natal, e a tarefa de auxiliar nos preparativos da casa ficou por minha conta, enquanto Jimin ajudaria Margot na cozinha.

Em minha dupla, a dinâmica não foi difícil, já que Jude tinha muita paciência, e riu mesmo quando acabei derrubando bolas de glitter prata no tapete, deixando-o brilhante. Sua calma não me permitiu surtar com os fios embolados do pisca-pisca, e até me diverti bastante, apesar do trabalho já durar um dia inteiro.

Não via a hora de tomar um banho e amanhã comer arroz com passas até explodir.

Pegando então a estrela coberta com pedrinhas azuladas, a posicionei no único galho do alto, dando um passo para trás para admirar o resultado.

Sorri, diante a sala toda enfeitada e cintilante. Para onde quer que olhássemos, havia pinhas, glitter e luzes coloridas. Nem mesmo as almofadas escaparam, exibindo estampas de renas e flocos de neve.

Por conta de tudo que aconteceu, jurava que minhas festas de fim de ano seriam um enterro. Literalmente. Mas graças ao universo — ou como diria Jimin — a deusa, tudo acabou bem e podíamos simplesmente passar pelas tradições, juntos.

Os Park faziam-me sentir parte da família, ainda que em alguns momentos eu ficasse um tanto deslocado, não por culpa deles. A verdade era que eu precisava aprender a me deixar ser cuidado, e estava começando por eles. Mais que justo.

— O cheiro está uma delícia. — Jude suspirou. — Como se sente? Espero que não estejamos exagerando.

— Tô melhor... E vocês estão sendo ótimos, como sempre.

Sorrimos um para o outro e logo ela segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos, fitando aquele aperto assim como eu, meio nostálgica. Depois me encarou, parecendo estar a procura das palavras certas.

— Não tive a chance de te agradecer por ter ficado ao lado do Jimin. Nós dois sabemos o quanto aquilo era importante, e eu não falo só pela segurança dele, mas também pela sua.

Assenti; tendo plena compreensão de tudo.

— Quando nos conhecemos você disse exatamente o que eu tinha que fazer. — Relembrei. — Não entendi naquela época, mas fez muita diferença quando precisei.

Ela abriu mais o sorriso, sincero e lisonjeiro, fazendo seus olhos quase desaparecerem em duas linhas. Encantador. Jimin se parecia tanto com ela.

— Soube desde o princípio que faria a coisa certa.