[CONCLUÍDA]
Jungkook é um fotógrafo atormentado por pesadelos, e se vê afundado em dezenas de novos dilemas ao reencontrar Jimin; um bruxo natural que diz ser o grande amor de sua vida passada.
Uma promessa que ultrapassou o fim e duas almas conecta...
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Sydney — Austrália [Inverno de 2021] • JIMIN
O frio quase insuportável e a sensação de que algo estava extremamente errado, se fundiam em um frenesi agoniante.
Como uma nostalgia péssima, uma lembrança dolorosa, que fazia-me querer chorar. A sensação praticamente sufocava-me num silêncio avassalador, e eu apenas flutuava naquele vazio sem fim. Sozinho.
Não via nada, não ouvia nada, mas o sentimento falava por si só; era doído, magoado. Solitário.
Minha pele parecia sensível, e os arrepios que brotavam-me no estômago confundiam-me, irritavam-me em demasia. Era um legítimo inferno daqueles.
A respiração pesada, a voz muda presa na garganta, o suor gélido que descia por minha testa; tudo era puramente sentido, mas nem sequer sabia se tais coisas realmente estavam acontecendo.
As lembranças viam e chutavam-me, esmagavam meu peito, e em seguida sumiam em meio ao breu, como uma tortura sádica, e eu apenas queria chorar, encolher-me num canto e me esvair em lágrimas. Mas nem sequer sentia meu próprio tato.
Confuso demais. Ainda sim, parecia tão... Comum.
Já havia me sentido assim, logicamente não fisicamente, mas a sensação era familiar. Sanidade líquida vazando através de meus dedos.
Mesmo que eu tentasse agarrá-la e mantê-la comigo, ela abandonava-me, e não só ela.
Jeon...
Minha cabeça berrava sem parar, e meu peito parecia implorar.
Eu o via, o via de longe, uma silhueta borrada, sem rosto, alta e repleta de esperança. Me trazia o ar de volta.
Ergui o braço, sustentando a mão na direção daquela figura que eu tanto queria tocar, trazer para perto, abraçar. Sentia que se pudesse abraçá-lo a dor passaria em um piscar; mas não conseguia alcançá-lo, quanto mais eu tentava, mais longe ele ficava. E quanto mais distante, mais meu âmago doía.
Por favor, Jeon...
Minha voz não existia naquele lugar, mas minha alma gritava sozinha, chamava por ele, clamava por alívio. Porém, ele não ouvia, estava longe de mais, e a essa altura, o desespero já começava a me tomar.
Porquê?? Porquê??
Sentia as lágrimas quentes molharem meu rosto, mesmo que não fosse capaz de me tocar. Meu corpo era gasoso, como uma fumaça, uma nuvem compactada, prestes a explodir. Meu coração parecia estar em pedaços, mas algo ainda mantinha-me ali, lutando para alcançar o último fio de luz que fugia ao longe. A figura masculina que via como salvador.
Os dedos esticados, os lábios abertos, o choro descontrolado.
Juntando forças de onde não tinha, rasguei a garganta em um grito desumano, que pôde ser ouvido em meio ao vácuo, fazendo-me cair e desestabilizar em um piso frio e invisível sob meus pés.