11. A Briga.

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Fui com a Anansi até ao encontro do Patrick que ainda estava na cozinha com o Theodore que estava a beber na garrafa de uma cerveja.

- Minha princesa está tão bonita. - Theo colocou a filha no colo. - Agradeceste a Madelyn?
- Não. - ela disse
- Agradece lá.
- Obrigada Maddie.
- De nada. - sorri.

Virei-me para o Patrick e perguntei se ele tinha uma anágua e um zíper e ele não percebeu porquê eu queria aquilo e eu voltei a perguntar se ele tinha.

- Saiotes? Não tenho. Eu faço. - ele disse - E zíperes claro. Claro que tenho.
- Faz lá um saiote para a Anansi e empresta-me a tua máquina de costurar, quero fazer um vestido rápido para ela porque ela vai a valsa com o Jesse em troca dele casar-se com ela.
- A sério? - Theodore perguntou antes de se rir. - Minha filha é uma boa negociante.
- Pois. - sorri e virei-me para o Patrick. - Vais ajudar-me ou não?

Patrick revirou os olhos e depois rosnou antes de dizer sim e mandar-me acompanha-lo para o quarto. Peguei na Anansi e seguimos o Patrick para o seu quarto.

O quarto dele era ele se fosse um quarto: grande, artístico, preto e branco, com quadros de mulheres nuas em porta-retratos pretos, cheirava a perfume e marijuana. Tinha uns três manequins nus, a espera de serem vestidos, um guarda-roupa enorme e um espelho também grande.

- Aww, temos a mesma máquina de costurar. - sorri.
- Tens bons gostos. - ele disse antes de colocar a fita métrica por trás do pescoço. - Princesa, sobe lá aqui. - ele apontou a cama dele e assim a Anansi fez.

Pegou no caderno dele e começou a tirar as medidas na bebé. Eu por outros lado estava a olhar para os tecidos que ele tinha ao lado e ele disse que eu podia encontrar o resto das cores no guarda roupa. Mas acho que cliquei alguma coisa ao procurar pelos tecidos porque não havia nada para além das mil peças de roupa dele, organizadas em cores, mas depois abri um secção vermelha que tinha tipo, muitas armas e facas guardadas. Era um guarda-roupa por detrás de um outro guarda-roupa, eram tantas armas e tantas facas que eu não sabia como reagir.

- Pa-Patrick...
- Merda...- ele disse
- Tio Patrick, meu pai disse que é feio insultar.
- Desculpa. - ele disse para ela antes de vir ao meu encontro. - Quem foi deixou isso aberto...será que eu esqueci de fechar? - ele entrou num monólogo enquanto voltava a bloquear o outro guarda-fato sangrento com o password. E deixou só a parte de fora que tinha a sua roupa, visível. - Aqui tens o resto dos tecidos - ele abriu uma gaveta.

Não vou ficar mais surpresa por aquilo porque afinal de contas, eu estou a viver dentro de uma casa de bandidos, conjunto de armas é o de menos aqui.

Perguntei a Anansi que versão da Cinderella que ela queria, a versão alterada pela Disney que é o vestido azul ou a versão original que é o vestido branco, e ela claro que escolheu a versão onde o vestido da Cinderella é azul. Depois do Patrick tirar as medidas, sentei-me junto a máquina para fazer um vestido rápido para a filhinha do Theodore enquanto o Patrick esperava que eu o desiludisse.

Em uma hora e meia eu fiz um vestido azul para uma criança com um laço amarado na parte de trás do vestido, não posso dizer que é a minha melhor obra mas também não é a minha pior. Dava para a ocasião, fiz uma anágua que levantou e preencheu a parte inferior do vestido e a minha cliente estava satisfeita então isso é o que importa. Patrick não disse nada, nem ajudou em nada só manifestou-se no fim, bem no fim para arrumar as coisas dele e saímos do quarto.

Quando descemos, os meninos que estavam no andar de baixo, não parava de elogiar a pequena Anansi. Jesse perguntou se já podiam dançar e ela disse que primeiro queria dançar comigo porque eu havia prometido, foi nesse momento que puxei o braço do Patrick que logo sacudiu o meu toque e eu voltei a pegar nele.

Hostage (A Refém)Onde histórias criam vida. Descubra agora