O Acidente.

244 40 3
                                    

Estamos finalmente em Nova Iorque, já mudámo-nos para cá, para o nosso novo apartamento e para a mansão que o Jesse quis fazer cá porque aparentemente é uma necessidade, uma vez que ele e o Gianni estão muito sérios em fazer um império a sério para todas as coisas ilegais que fazemos.

Se querem a minha opinião, digo-vos que eu fortemente acredito que eles querem problemas com os FBI.

Mas Jesse diz que para evitar coisas como essas, nós temos cobrir uma parte do nosso dinheiro, com trabalhos a sério. Não sei muito bem o que vou fazer se não acabei escola, mas posso tentar ver o que Nova Iorque tem a oferecer.

Quer dizer, lembro-me de sonhar em desenhar casas quando eu estava ainda no secundário, eu estava indecisa entre seguir a carreira de arquitetura, design ou engenharia civil.

Sonhos como esses parecem estar tão longe, sinto-me como se estivesse a fazer coisas ilegais a vidas agora.

Não me orgulho muito do que faço, mas esta vida levou-me a estabilidade muito mais rápido do que eu esperava.

Quando olhei para a cama, notei a ausência do Mason e por causa da preguiça de levantar e procurar por ele, decidi chamar por ele.

- Estou na casa de banho. - ele falou no banheiro do quarto.
- Volta logo, a cama está fria. - fiz um beicinho apesar dele não ter visto.
- Sabes, eu acho que tenho o direito de mijar sem ter que ser questionado. - ele disse ao sair.
- Não foste questionado. - fiz um bico de pato
- Não? - ele disse antes de juntar-se a mim na cama.
- Não.
- Não posso fazer nada sem a tua autorização.
- Não. - sorri.
- Posso beijar-te sem autorização?
- Podes.

O Mason subiu para o meio das minhas pernas e aproximou-se para beijar-me os lábios.

Quero acreditar que Nova Iorque é a nossa cidade, que vamos ficar bem, que as coisas vão correr exatamente como nós esperamos.

Quero acreditar.

Na manhã seguinte, levantei-me da cama e mais uma vez o Jesse já não estava lá. Arrumei a nossa cama e fui até a cozinha para me sentar junto a bancada enquanto esperava o meu café ficar pronto.

Devo confessar que decorei de maneira excelente a nossa casa, estou orgulhosa do trabalho que fiz em tão pouco tempo. Jesse queria tanto se mudar e estava pouco se lixando se a casa teria ou não mobília, porque nos seus olhos podíamos muito bem ficar na mansão que ele tanto adora. Idiota.

É muita coragem, acreditar que eu ficaria na mesma mansão que o Gianni por livre e espontânea vontade. Muita coragem da parte dele.

Olhei para a vista que o apartamento oferecia dos outros arranha céus que lá estavam, levantei-me e fui buscar o meu bloco de desenho para desenhar a vista enquanto tomava o meu café.

Será que tenho como mentir ser uma arquiteta profissional sem diploma do ensino secundário e da universidade?

Munich, o que é que não se faz quando se tem talento e dinheiro?

- Nada. - Sorri para mim mesma.

Passei o resto do dia a desenhar, a arrumar a casa e a fazer jantar para o Mason. Assumo que foi o dia mais calmo que alguma vez tive desde que comecei a trabalhar com o Jesse e o Patrick, um dia que passei só a ver o que posso fazer como disfarce da vida que levo.

Mason chegou com o Gianni com caras não muito agradáveis, Gianni com o doce ainda na boca, não importou-se de ir até a cozinha e mexer nas minhas panelas enquanto o Jesse veio até ao sofá onde eu estava e enterrou-se no meu colo enquanto eu lia um livro.

Hostage (A Refém)Onde histórias criam vida. Descubra agora