Bónus.

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Estou a vestir porque o Mason mandou-me preparar-me para sair com ele mas aparentemente não era uma coisa que ia me agradar, o que dá-me mais motivos para não vestir mais devagar porque eu a ideia não é que eu fique entusiasmada para isto, porque não vou gostar.

Ele estava já lá fora a espera, ele pode continuar a esperar.

Estou literalmente a perder um dia de trabalho e ele também, por causa desses disparates, seja o que for, podia muito bem esperar pelo final de semana.

Coloquei-me num par de pantalonas pretas e uma camisa formal branca , um par de saltos altos, deixei o cabelo num afro, fiz a maquilhagem, peguei na minha bolsa e fui para a cozinha onde deixei-a por cima da bancada.

Levei uma maçã no pote de frutas para comer lentamente porque não gosto muito da ideia do suspense, da ideia deste lugar ser mau, mas ele mesmo assim quer submeter a isso, sabendo que eu não vou gostar.

As chamadas dele começaram a entrar, sem parar, mesmo assim não foi motivo suficiente para eu fazer as coisas as pressas.

Quando finalmente decidi sair que foi quase cinco minutos depois das chamadas do meu esposo, cruzei-me com ele no corredor do nosso andar e ele estava furioso, embora estivesse a tentar controlar-se.

- Podes não fazer isso por favor. - ele disse assim que cheguei ao pé dele
- Podes não guardar-me segredos por favor?
- Não é um segredo. Digamos que é uma surpresa não muito prazerosa...
- Porquê?
- Porque tu não gostas mas precisas e eu não quero estar a mentir-te que estou a levar-te para o spa enquanto não estou e depois no fim levar uma chapada.

"...tu não gostas mas precisas..."

Ele marcou uma porcaria de consulta num psicólogo para mim...ou para nós.

A última vez que ele fez isso foi por causa dos meus pesadelos em relação ao meu pai e julgamento dele até não estava errado, eu estava a precisar de ir, estava sempre a tirar-lhe o sono e a mim. Na época discutimos tanto por causa disso, porque ele estava a obrigar-me a ir enquanto ele também precisava mais do que eu, no entanto, a ideia dele colocar-me antes dele, soa melhor que dele cuidar dele.

Muito pelo contrário, ele não quer olhar por ele, ele quer que eu olhe por ele, por isso ele precisa de mim no meu melhor estado para eu poder olhar por ele quando ele precisar de apoio mental.

- Estamos a ir ver uma porcaria de psicólogo não é?
- Por isso eu queria dizer-te só depois de chegarmos lá.
- Teríamos então essa discussão em público. Isso não seria um problema.

Jesse revirou os olhos e murmurou algo que soou tipo "gostaria que as vezes não fosses tão infantil." e passou as mãos pela cara.

- Infantil? - arqueei a sobrancelha
- Olha Munich, nem que seja para eu carregar-te até lá...
- Diz-me, qual é o problema que tens, que precisas do meu bem estar para apoiar-te.
- O problema que eu tenho? - ele ergueu a sobrancelha
- Sim. Podes dizer, porque eu estou...
- ...bem. - ele completou a minha fala. - Claro que estás bem. Tu estás sempre bem. Estiveste só num casamento com o teu irmão lunático durante sete anos, onde eras violada e batida, manipulada e emocionalmente agredida todos os dias. Tu estás bem. Eu sou egoísta porque eu tenho os meus problemas e quero que tu fiques bem para resolvê-los depois. Isso faz muito sentido e tu tens toda razão amor, podes voltar a entrar em casa. - ele apontou a porta do apartamento.

Ele estava a ser sarcástico como se aquilo não fosse deixar-me mais irritada.

- Até venho contigo, porque quero trocar a camisa. - ele disse dando uma olhada a camisa que vestira. - Tu estás bem e eu sou egoísta por me preocupar com isso.

Hostage (A Refém)Onde histórias criam vida. Descubra agora