9. Um Acidente

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No dia seguinte, por volta das seis horas da manhã, decidi ir meditar porque percebi-me que ainda não vou voltar a casa tão já.

Faltam-me pelo menos três semanas e honestamente, eu já estou exausta disto, Patrick nem me quer cá, o que ele disse-me ontem, realmente magoou-me e só mostra que realmente se não fosse pelas razões desconhecidas do Jesse, eu não estaria aqui.

Desci as escadas e caminhei em direção ao ginásio porque foi onde o Isaiah havia me dito que eu encontraria os tapetes de ginástica. No entanto, ao invés de entrar, me encontrei a travar porque vi movimentos vindo de dentro, quando percebi que era o Jesse, Patrick e o Theodore, com um outro senhor que parecia ser um treinador pessoal porque não acho que já o vi antes e tinha o corpo muito muscular em relação aos outros.

Patrick estava só com calções, o tronco a revelar as tatuagens, Theodore estava com calções e uma camisa cava que revelava a tatuagem no braço esquerdo e o Jesse uma camisa preta com as mangas compridas que revelavam os seus bíceps e calças de moletom da mesma cor. Era difícil dizer o que estavam a dizer lá dentro, mas parece que o treinador havia mandado que eles fizessem uma rotação de exercícios porque cada um deles estava a fazer algo diferente, o Theo estava com as cordas naval, Patrick estava a fazer flexões Superman e o Jesse a fazer pull ups.

E devo dizer que acho que estou a entender o que a Zarina quis dizer com "imagina a música Black Skinhead e deixa a imaginação tratar do resto", por algum motivo ver eles a treinar, ver os seus músculos a desenharem pela sua pele era suficiente para levantar o clítoris.

- Bom dia Maddie. - Fai disse-me.
- Errr...bom dia. - virei-me para ele e percebi-me que estava com o dedo na boca por isso o tirei e limpei-o na roupa, dando o Fai um motivo para se rir.
- Não vais entrar? - ele perguntou-me.
- Não. Quer dizer sim...não. Mas tu podes, não podes? Só preciso do tapete de ginástica.

Ele voltou a rir e abanou a cabeça.

- É uma das partes da mansão que não posso entrar.
- A sério? Porquê?

Sempre notei que o Fai era mais distante do resto do grupo, pensei que fosse só porque ele era tímido, aparentemente, ele é como o Wesley mas pior, ele é a propriedade do Jesse, diferente do Wes que é do Patrick e a história dele é bastante simples na verdade, ele trabalhava para um grego, como um dos bons ladrão de artes, e um dia foi ordenado para roubar uma das artes numa das casas do Jesse em Califórnia e foi apanhado semanas depois. Jesse poupou-lhe a vida depois de praticamente torturá-lo e disse que se ele quisesse viver, ele teria que devolver o dinheiro ou o quadro, mas ele não tinha como claramente, já estava nas mãos de um sheikh qualquer, então Zarina perguntou se não fosse uma ideia mantê-lo como um animal de estimação, Jesse disse que ela é que estará responsável, mas a vida dele estava nas mãos do King.

- Então é isso que significa ser a propriedade deles! - exclamei.
- Exato, é passar a ser o objeto de um deles, onde só o "teu dono" pode dizer o que acontece com a tua vida. No meu caso, eu tenho que devolver o dinheiro dele, só depois estou fora. Serei oficialmente um homem livre.
- Quanto falta?
- Duzentos milhões. - ele suspirou depois de comprimir os lábios.
- Eu lamento.

Ele encolheu os ombros como se não fosee nada e apontou a porta do ginásio.

- Eles já viram-te, já agora, não acho que se fores a entrar vai mudar muita coisa. - ele disse antes de ir-se embora.
- Pois. - disse para mim mesma

Peguei na maçaneta prateada e tentei empurrar mas acabei por esmurrar-me contra a porta porque ela não abriu-se por isso voltei a tentar mas dessa vez com mais força e mesmo assim não aconteceu nada.

Hostage (A Refém)Onde histórias criam vida. Descubra agora