14. Burger King.

303 46 3
                                    

- Desculpa. - Jesse disse assim que abri a porta
- Uau, perdeste a chave mestre ou algo do género? - perguntei depois de cruzar os braços

Ele colocou a mão no bolso das calças, tirou um porta chaves e mostrou-me.

- Simplesmente escolhi bater à porta. - ele disse.
- Fixe. - eu disse-lhe antes de sair da porta e dirigir-me para cama.

Jesse entrou e fechou a porta mas não se aproximou.

- Madelyn...eu peço desculpas pela forma que dirigi-me a ti. Foi errado até para mim.
- Está bem. - assenti - Satisfeito?

Ele pediu que eu cortasse a língua um pouco mais, porque eu estava a ser rude, mas eu estava pouco me lixando honestamente, estes últimos dias foram uma bosta, tenho Wesley na minha mente, o meu casamento, o meu divórcio fictício, tenho o próprio Jesse em mente por ter sido arrastado para o meu casamento. A último coisa que quero agora é medir as palavras. Eu tenho o direito de estar zangada.

- Deixa-me compensar-te por favor. - ele pediu
- Como é que planeias em fazer isso?
- Janta comigo. - ele disse.
- Estás a mandar-me ou é uma pergunta?
- Estou a pedir-te.

Ele está convidar-me a sair?

O Jesse. A convidar-me a sair como pedido de desculpas?

Não sei porquê mas acho que gosto disto. Talvez ele meter-se na minha vida não seja assim tão mau.

- Só estarei livre às oito. - falei-lhe num tom desinteressado, sem deixar transparente o meu entusiasmo.
- Não me importo de esperar até lá.
- Excelente.
- Vou esperar-te lá embaixo. Às oito.
- Está bem.

Ele olhou para o chão com um ar envergonhado e limpou a garganta, como se tivesse sido obrigado a vir aqui e não estivesse a espera que eu tivesse aceite o convite, então agora não sabe o que fazer ou dizer.

Ele não estava a espera que eu aceitasse.

- Eu tenho que continuar a trabalhar Jesse.
- Já perdoaste-me?
- Jesse, saí do meu quarto.
- Está bem, até às oito.

Assim que ele fechou a porta, levantei-me da cama a correr e fui até a minha mala para que eu pudesse ver o que eu tinha de elegante para vestir.

Se bem que eu não sei muito bem para onde vamos, consequentemente não sei o que vestir, mas por ser o Jesse posso deduzir que vamos a algum sítio sofisticado, com música clássica e lagostins.

Tirei dois vestidos justos de alça fina, clássicos de cetim que eu havia guardado para a noite que eu teria ido ao casino, para trabalhar para eles, mas claro que o Patrick teve que desprogramar tudo, até o que eu ia vestir.

Um era verde esmeralda e ia até ao joelho com uma racha do lado da perna esquerda e outro era branco com o mesmo feitio.

Tirei algumas das minhas jóias para o pescoço   e um par de saltos pretos.

Fui ao banho e depois passei uns bons minutos a tentar acertar a minha maquilhagem e um pouco de mais tempo no meu cabelo, fiz quatro cornrows e com um par das tranças fiz um coque virado para baixo e um outro coque noutro par de tranças.

Optei então pelo vestido de cetim esmeralda, e assim que  acabei de me vestir, usei as minhas argolas, um perfume e fechei com um batom vermelho.

Eu já estava pronta, agora era só a ansiedade que me estava a matar.

E se o Jesse não estiver lá embaixo?
E se ele tiver desistido disto?
E se ele estivesse a brincar comigo naquela altura e realmente não há nada hoje?

Hostage (A Refém)Onde histórias criam vida. Descubra agora