Wesley não dorme em casa desde o dia do almoço. Não que eu queira saber, mas agora pergunto-me se eu estou a deixar-me nesta situação porque estou a lidar com o Wesley ou se realmente com o tempo fui me habituando a violência. Porque sejamos honestos, não é que eu tenho falta de pessoas para acabarem com a existência dele, eu tenho pessoas para isso, mas eu continuo a adiar o assassinato dele como se ele tivesse este grande significado para mim...ele não tem, então porquê é que eu continuo a adiar a morte dele e deixá-lo maltratar-me?
O plano inicial era esperar pela hora certa, porque eu tenho uma teoria que pode vir a ficar arruinada se eu simplesmente atirá-lo para a mansão, lá não haverá nada que eu possa dizer que vai fazer com eles não façam o que quiserem com o Wesley principalmente porque a casa é deles. Entretanto, este plano está obrigar-me a comportamentos submissos que eu como Munich não tolero.
Resignar-me a essa submissão e desrespeito tem estado a magoar-me de diferentes formas, estou outra vez coberta de hematomas na barriga e estou com dificuldades de levantar, sentar, deitar...o usual.
Definitivamente, esperar pela hora certa, não é a coisa certa a ser feita.
Eu tenho que pensar em alguma coisa rápido, antes de eu morrer a tentar sobreviver a porcaria do meu marido enquanto poderia ter evitado tudo isto, se eu simplesmente voltasse para casa.
Decidi então ir até ao escritório do meu marido verdadeiro para contar-lhe o que tem estado a acontecer ultimamente, talvez esteja na hora de parar de tentar seguir o plano inicial, porque não tem estado a dar-me nada para além de contusões.
Eu estava agora a subir o elevador do edifício prestigiado do Jesse, que é bastante sofisticado e transparente; ainda no elevador, eu conseguia ver a vista da cidade, os carros a ficarem distantes e o céu mais próximo.
Quando finalmente cheguei ao andar do seu escritório, encontrei a mulher assistente tradicional que fica antes da entrada do escritório do CEO, a recepcionista morena, não muito sorridente, mas com o tom de voz simpático, a maquilhagem bem feita e os dentes completamente brancos.
- O senhor King ainda não veio ao escritório hoje.
Foi o que ela respondeu-me quando eu perguntei se podia ver o Jesse.
- Não veio? Como assim ainda não veio? Hoje é terça-feira...ele não trabalha tipo todos os dias da sua vida inútil?
- Posso deixar um recado para a senhora? - a moça perguntou-me, descartando o meu comentário
- Sim. Quando ele vier diz que a Munich acha que sorte de baunilha é sem dúvidas melhor que bolo de chocolate.
- Perdão? - ela olhou para mim com a sobrancelha erguida.
- Ouviste o que eu disse e seria excelente se reportasses exatamente como eu disse.É uma espécie de código que o Mason na época havia dito que devíamos ter, para ele saber o nível de apuros em que me encontro sem que o "inimigo" saiba que eu estou a dar-lhe um sinal de ajuda. É como pessoas que dizem "eu amo-te" numa situação de aflito ou "vai a merda"..."vai a merda" seria um bom sinal de apuros para nós.
Desci o elevador até ao subterrâneo que era onde ficava o parque de estacionamento e quando eu andava em direção ao meu carro ouvi alguém a chamar por mim, alguém chamou-me por Munich e eu cometi o erro de olhar...não foi um erro porque é o meu nome, mas foi um erro porque supostamente ninguém deveria saber que esse é o meu nome.
Quando olhei para trás, vi o Dante com um sorriso nos lábios e ele disse baixo algo que soou como "apanhei-te".
- Deixa-me em paz Dante. - eu disse continuando a andar.
- Wesley não sabe que te chamas Munich? Ele insisti em chamar-te de Madelyn...tu te apresentas como Madelyn...
- Cuida da tua vida Dante. - virei-me para ele antes de entrar no carro. - Ainda acabas como o teu pai. - dei um sorriso sarcástico.
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Hostage (A Refém)
Romantik{COMPLETO} Madelyn Wright é uma estilista de moda mantida refém na mansão de dois grandes chefes de uma máfia em troca de um favor. No entanto quanto mais tempo ela fica longe da sua casa mais sentido a sua vida faz. ~•~•~•~ Início: 04/09/21. Fim: 1...