20. A Ajuda.

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Quando acordei, as minhas cólicas já havia reduzido, assim como o dia já havia ido, eram sete da noite, na minha cabeceira tinha lá uma bandeja com um prato fundo com frutas cortadas aos quadrados e um copo de leite.

Não hesitei em comer as frutas enquanto passeava pelo meu telemóvel e via as pequenas atualizações. Surgiu na Google News que o Bilionário Jesse King tem uma palestra para dar aos seniores do curso de negócio na NYU dentro de alguns dias. Interessante, não sabia que a cena de empresário era mesmo a sério.

Levantei da cama e decidi descer para poder ir lá para fora e dar algumas voltas.

Sinto que porque a revista foi a última coisa que vi antes de dormir e a minha mente estava preocupada com muitas coisas naquele momento, foi o motivo de eu não ter tido o melhor sono. Sonhei que o Wesley havia vindo para cá completamente armado e começou a dar tiros em todos, até chegar em mim e ao invés de fazer o que havia feito com o resto, ele simplesmente escolheu arrastar-me contra a minha vontade para casa.

Quando cheguei lá fora, os cães de guarda correram até mim mas não para morder, simplesmente cheiraram-me.

- Onde é que vocês estavam quando aquela mulher entrou aqui? - perguntei enquanto fazia-lhes festinhas. - Querem dar uma volta comigo?

Continuei a andar com os cães a correrem de um lado para o outro na direção que eu também ia. Passei o ginásio e vi o campo de ténis e o de golfe do outro lado, o campo de ténis estava ocupado...pelo Jesse.

Ele vestia um par de calções pretos e uma camisa polo da mesma cor, sapatilhas brancas e jogava com a máquina que atirava bolas automaticamente.

- Não te cansas de estragar o meu dia? - ele perguntou
- Queres companhia? - perguntei para ele ainda no lado de fora do campo.
- Não.
- Está bem.

Mesmo assim decidi entrar no campo e ele rugiu depois de bater uma bola com o raquete que eu sabia que tinha mais haver com o meu acto do que o cansaço dele.

- Posso jogar? - perguntei
- Sabes jogar? - ele disse ao parar a máquina com o telemóvel.
- Um pouco. - falei timidamente.

Ele mandou-me pegar numa raquete que estava na pasta dele de ginásio e disse que eu podia servir.

- Desculpa por ter te mentido. - admite depois de iniciar o jogo. - A sério, eu não queria que continuasses zangado comigo e eu sabia que não deveria mentir-te ou forçar-te a nada e menti...quando fiz isso, não achei que recuar a mentira fosse uma opção.

Falei-lhe enquanto jogávamos.

Eu estava a sentir-me mal, o assunto da revista é culpa minha, se eu não tivesse decidido agir como uma criança mimada, nada disto teria acontecido, digo, eu não estaria a ter ânsia em relação ao o que o Wesley deve estar a pensar em relação a tudo isto ou eu não teria que ser o 1% da frustração do Jesse. Não o conheço como deve ser, mas tenho a certeza que ele tem estado a perder alguns cabelos desde que eu cá cheguei e eu tenho que desfazer isso, se eu agora quero ficar por cá, até que eu saiba o que eu quero fazer, tenho que parar de ficar do lado mau deles.

Jesse não respondeu nada.

- Viste a revista? - perguntei.
- Quem não viu? - ele disse antes de perder um ponto.
- Um ponto para Madelyn. - celebrei irracionalmente e o Jesse simplesmente fitou-me. - Vamos fazer assim, se eu ganhar, eu vou assistir a tua palestra na NYU.
- Não.
- Por favor. - fiz um beicinho, ele revirou os olhos e depois enfatizou "SÓ SE TU FORES A GANHAR". Como se ele tivesse a certeza que eu fosse perder. - Vamos começar do zero.

Reiniciamos o jogo e no início eu estava mesmo a ganhar, como se isso fosse uma surpresa. Mas no meio do caminho Jesse deve ter lembrado que teria que levar-me a palestra dele, porque começou a jogar melhor e mais rápido do que anteriormente, estava mesmo a roubar-me os pontos.

Hostage (A Refém)Onde histórias criam vida. Descubra agora