33. O Réptil.

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Não falamos de vernizes e de outras pessoas, eu e a Bianca. Isso porque ela estava muito interessada em falar com os senhores, por isso, limitei-me a encher a minha boca com comida, para evitar falar algo que pode vir a ser ofensivo para a vossa excelência Bianca Rodriguez-Accardi.

Dante não parava de olhar para mim, como se ele soubesse de alguma coisa ou como se ele estivesse a reconhecer-me de algum sítio; o que ia fazer completo sentido porque eu dancei com ele três meses atrás naquela porra de baile, por causa disso, também não parei de o analisar.

Ele é mais giro sem a máscara, mas Wesley tem razão, ele parece ser um pouco ingénuo.

Vi que na sua mão esquerda, ele tinha uma cicatriz feia, parecia de uma facada não muito simpática, parecia ter sido com uma faca da cozinha, porém sem dúvidas intencional.

- Estás muito calada Madelyn, não tens nada a comentar? - Dante perguntou-me.
- Hmm? - perguntei com a boca cheia

Olhei para o Wesley para ajudar-me porque eu não estava aqui, não podia sinalizar com os olhos porque o Dante despertou a atenção da mesa em mim.

Por isso olhei para ele e depois para a minha comida e de volta para ele.

- Maddie viaja quando come. Normalmente este é o tempo que ela concentra-se apenas no que está a sua frente. - Wesley disse com um sorriso e eu logo assenti. - Ela tem sempre uma opinião sobre algo, mas só as dá quando esta com a boca menos ocupada e se realmente for necessário.
- Teu marido conhece-te tão bem. - Bianca disse. - Inveja. - ela fez um beicinho que fez com que o Dante se defendesse afirmando que ele também conhece a mulher com quem se casou.

Sem tirar a voz, mímiquei "obrigada" para o meu marido.

- Ficas com a boca cheia de outras coisas Madelyn? - Dante virou-se para mim e senti as pernas dele a roçarem nas minhas por baixo da mesa, o que fez-me afastar logo.

Oh meu Deus, ele quer morrer.

Só pode, ninguém são teria feito aquilo se não estivesse a procura de morrer.

Ele tem um desejo de morte.

Dante falou aquilo com os olhos em mim, consegui ver que a Bianca estava ainda a falar com o meu marido, então ninguém realmente viu que estou a ser assediada.

- Sabes, tens um corte lindo nessa mão. - apontei a sua mão com o dedo - Seria uma honra reabri-lá. - sorri para ele e depois levantei-me da mesa.

Eu disse que ia buscar as sobremesas na cozinha, Wesley disse que ia ajudar-me a tirar a mesa, mas eu pedi-lhe para ficar com os nossos convidados.

Eu tenho que contar ao Jesse sobre isto, especificamente sobre a piranha da namorada dele. O que o Dante disse, pode por enquanto ficar entre eu e o Dante.

Depois de tirar os pratos, fui até ao meu quarto para procurar o telemóvel que o Patrick deu-me da outra vez. No entanto, eu não estava a encontrar, procurei nas gavetas, no guarda-roupa, na mala que usei para ficar na casa deles...nada.

Eu fiz a chamada para Patrick enquanto bêbeda, depois o que foi que fiz com o telemóvel?

Droga.

Quando virei-me para sair e oficialmente desistir de procurar o telemóvel no quarto, sem esconder, pulei de susto ao ver a Bianca parada na porta.

Parecia uma boneca de porcelana parada.

Estava vestida que nem uma daquelas mulheres russas que namoram com homens dez vezes mais velhos que elas e milionários: leggings brancas, botas compridas, um casaco cropped e um chapéu preto veludo e russo de frio.

Hostage (A Refém)Onde histórias criam vida. Descubra agora