5. O Leilão.

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A minha garganta estava em chamas, eu estava a engolir com dificuldades enquanto andava com o Isaiah que está discretamente zangado com a minha atitude e porque o Patrick deixou uma marca da mão dele no meu pescoço.

O Wesley já apertou-me o pescoço algumas vezes mas ao ponto de deixar  uma marca destas, ele teria que apertar-me com as duas mãos e não com uma.

Chegados a sala de conferências, o Jesse estava sentado na cadeira principal e o Patrick estava a chupar um outro chupa-chupa à direita do Jesse. Havia mais três moços, dois deles eu não conhecia, o outro era o cacheado. Sentei-me ao lado do cacheado que eventualmente percebi que era o tal Theo e o Isaiah parou atrás da cadeira onde eu estava sentada.

A reunião foi dirigida pelo Jesse que falava e todos escutavam e estavam tão atentos como se estivéssemos numa palestra de "como fazer dinheiro em dois minutos". Aprendi com o pouco que ouvi que o Jesse King é realmente o chefe máximo e depois vem o Patrick Hall que está por baixo do chefe, tipo sub-chefe, o que para mim não faz sentido nenhum porque o Jesse não parece possuir nenhum tipo de autoridade perante o Patrick. Diferente dos outros Patrick pode fazer o que quiser e o Jesse vira Ray Charles num segundo.

Parei de ouvir assim que entrei na minha segunda garrafa de água porque eu estava mesmo com a garganta a ferver, engolir estava mesmo a ser um problema e limpar a garganta estava a ser uma porra.

- Perguntas? - Jesse perguntou no fim.
- Sim. - falei com a voz rouca. - Quem é o Ace?

Foi o nome que ouvi a se associar com o meu durante a reunião e eu já havia desistido de ouvir que não percebi do que se tratava mas logicamente tem alguma coisa haver com o dia no casino.

O homem pronunciou-se com apenas o braço estendido e um sorriso maroto. Tinha mais melanina que eu, a barba bem cortada assim como o cabelo, estava sentado a minha frente mas não pareceu ter dado-me atenção até eu me manifestar.

O Ace então falou que não haveria problema caso eu não tenha acompanhado o resto da reunião, que assim que chegar o dia, ele vai explicar-me o que fazer porque é bastante simples.

- Jess, me permites mudar o teu plano por favor? - Patrick sorriu.
- Não.
- Va lá. - ele deu um meio sorriso - Na verdade só quero mudar os intervenientes do plano. Ace pode ir com o Fai ou Theo, não acho que eles se importam. Madelyn por outro lado, vai sair comigo. - ele fitou-me.
- Eu me oponho a essa sugestão. - protestei depois de limpar a garganta.

Nem que me tire a voz, eu vou protestar até ao fim, é que nem morta eu vou passar mais de dois segundos e meio com o Patrick.

- Vamos a um leilão. Tu nunca foste para um, confia em mim, vais adorar.
- Quem foi que disse que nunca fui para um? - desafiei-o com o meu tom de voz.
- Já foste para um leilão Maddie? - Patrick perguntou como se já soubesse a resposta.

Claro que nunca fui a um leilão, eu nem sei como é que aquilo realmente funciona.

- Eu não vou a lado nenhum contigo. - esquivei a pergunta dele. - Não depois disto. - Puxei a camisa de gola para baixo para que ele visse o estado do meu pescoço.
- O que foi que aconteceu? - Jesse perguntou neutralmente
- Caramba, tu não te paras de magoar. - Theo comentou.
- Teu amigo, foi o que aconteceu. - falei rispidamente para o Jesse - E claramente que não interessa porque Patrick tem uma passagem de borla em tudo que faz.

Isaiah interrompeu o meu sermão ao meu entregar um copo de água para a minha garganta amarga e eu olhei para ele na busca de fazê-lo perceber que eu estava no meio de algo mas ele não quis saber. Bebi o copo de água, levantei-me e voltei a dizer que não ia a lado nenhum com o Patrick antes de sair da sala.

Hostage (A Refém)Onde histórias criam vida. Descubra agora