Marine VS The Comfort

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E passar duas semanas

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E passar duas semanas. Voltei ao trabalho. A dona Mary não me deixava fazer quase nada. A dor não passou mas deu para aceitar que perdi o meu bebé.

Talvez não fosse o momento certo...

Quanto ao John, não soube mais nada dele. Aliás, evitei ao máximo saber algo sobre ele. Não me tentou contactar desde que o mandei sair do quarto de hospital.

A Tris não me fala sobre ele. Falamos o dispensável. Ela tem sido também uma grande ajuda. Durante a semana trás-me sempre um doce feito por ela.

Adormeço a chorar quase todos os dias por saudades. Sinto falta do John. Sinto falta do que nós vivemos antes da maldita missão.

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- Até amanhã minha querida! - diz Mary e eu abraço-a.

-Ate amanhã! - digo.

Saio do canil. Entro no carro e viajo para minha casa. Ao chegar, vejo que se encontra um marine na minha porta.

É o tente O'Brien.

- Boa tarde! - digo assim que me aproximo.

- Boa tarde. Peço desculpa estar aqui assim na sua porta!

- Não tem problema. Passa-se alguma coisa?

- Acha que podemos falar em privado? - ele pergunta um pouco mais baixo.

Confirmo com a cabeça. Abro a porta de casa e deixo-o estar à vontade na sala de estar.

- Quer beber alguma coisa? - pergunto.

- Nada. Eu estou bem! - ele sorri.

- Que queria falar comigo? - sento-me na poltrona.

- Bem, eu vim em nome de uma pessoa... - ele parece estar preso. - O coronel Casey, neste caso!

Eu mantenho-me calada.

- O coronel Casey está internado na clínica psiquiátrica. Ele pediu para lhe vir pedir desculpas pelo que aconteceu. Eu nunca vi aquele homem tão desolado...

- Ouça... - interrompo. - Eu e o coronel Casey não temos mais nada haver um com o outro.

- Ele pediu-me para vir falar consigo. Eu sei que o que ele fez não foi correto, mas eu nunca vi o coronel como o vi ontem! - ele parecia estar a suplicar.

- Eu... - respiro fundo. - ... eu não consigo olhar para a cara dele, por enquanto...

- Eu não lhe venho pedir que o vá ver. E ele também não quer isso. Diz estar envergonhado. Ele apenas quer saber se... - faz uma pausa.

- Sim, eu ainda o amo! - olho para o tente O'Brien profundamente e ele sorri.

- Eu sei que o que ele fez não foi correto, mas nunca duvide do amor que ele tem por si. Você foi a única que alguma vez lhe meteu um sorriso no rosto!

E com isto, ele despede-se. Acompanho-o até à porta e fico a pensar na nossa conversa. Quer dizer então que o John está internado.

Eu preciso de o ver, mas também não é o correto a se fazer. Tenho de deixar que as coisas atenuem. Pelo menos na minha cabeça.

Mais uma noite que adormeço agarrada à almofada e choro compulsivamente.

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- Filha? Acorda meu amor!

Abro os olhos lentamente, como se estivesse num sonho.

- Mãe? - ela estava ali...

- Oh meu amor. - toca na minha bochecha. - Que sofrimento é esse. - ela lamenta. -  Tudo se vai resolver!

- Como assim estás aqui? - tinha lágrimas nos olhos.

- Eu vim para te aconselhar. Tal como te prometi que o ia fazer, para além das nossas vidas! - a sua voz é tão doce. Que saudades da minha mãe. - Eu preciso que sejas forte. Eu sei que agora parece que o mundo está a desabar e que estás sozinha no mundo, mas vai ser apenas uma fase. A mãe passou pelo mesmo quando era mais nova. Tive um aborto espontâneo antes de ti. O teu pai e eu tivemos de nos separar até que ele percebeu que não era o homem que me tinha prometido ser. Mas tu és como eu: para nós o amor vence barreiras.

- Estás a querer dizer que eu e o John vamos ficar juntos? - limpo as lágrimas.

- Acredita que não és a única em sofrimento. Ele está a sofrer de uma forma que nunca sofreu antes. Ele ama-te tanto quanto tu o amas a ele!

- Mas... - inspiro e expiro. - ... O que ele fez não tem perdão!

- O que ele fez foi do mais incorreto possível. Ele errou mas isso não quer dizer que ele volte a errar. Muito pelo contrário. Ele aprendeu com o erro daí se ter internado!

A minha mãe tinha razão.

- Fecha os olhos meu amor, tu precisas de descansar!

Puxo as mantas e fecho os olhos mas antes de adormecer digo:

- Tenho tantas saudades vossas!

- Nós estamos sempre aqui meu amor!

E adormeço com o coração mais quente que alguma vez tive.

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