Marine VS The Grazing Shot

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Segundo mês de missão e tudo corria pelo melhor, achava eu

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Segundo mês de missão e tudo corria pelo melhor, achava eu. Depois do sucedido com a Ellie, ela já tinha recuperado do susto, porém, de vez em quando ainda tinha alguns pesadelos. Conseguiu encontrar um emprego no canil municipal e a sua felicidade ao saber que tinha sido colocada foi deveras hilariante. Ela ama animais e trabalhar com eles não a podia deixar mais feliz.

- Soldados! - faço continência e todos correspondem. - Preparem as armas e os coletes que hoje vamos numa missão mais arriscada!

Saio e começo a equipar-me com as armas e o colete. Meto o capacete e os óculos de proteção. Ainda com tempo mando mensagem à minha namorada a dizer o quanto a amo. Sempre que posso, antes das missões mando mensagem à minha namorada. Não sei porquê mas isso era como um amuleto da sorte para mim.

- Como sabem, vamos fazer grupo de dez soldados. A equipa A vai com o Sir Mike, a equipa B vem comigo. Os quinze soldados que ficarem de fora já sabem o que têm a fazer!

Entro na carrinha com a minha equipa. Ninguém dizia nada. Parecia que iam a rezar mentalmente para tudo correr bem. A missão de hoje era simplesmente recrutar algumas pessoas inocentes que estavam em perigo. Tivemos informação que alguns estavam a ser reféns e a nossa missão era concertar isso.

- Isto não me cheira bem John! - diz Charles baixo para os colegas não ouvirem.

À nossa frente encontrava-se umas quantas favelas em grande decomposição. Alertamos com um megafone que viemos em paz e viemos apenas proteger e levá-los para um sítio mais calmo e seguro. Alguns recusaram pois era ali o lar deles mas com calma conseguimos mudar as suas ideias.

- Equipa A para norte! - digo nos auscultadores. - Equipa B em frente!

Entramos na casa à nossa frente. Entramos por entradas diferentes. O Charles ia à minha retaguarda.

- Já mencionei que odeio entrar nestes sítios? - comenta Alfred pelo intercomunicador.

- Não penses mais nisso e concentra-te! - ordeno.

Tudo parecia correr bem até ouvir movimentos atrás de mim e grunhidos do Charles. Olho e vejo-o pronto a disparar para um rebelde. Neste momento percebo que afinal não havia segurança nenhuma. Ao reparar que Charles estava a ficar sem tempo de disparar, eu disparo por ele acertando em cheio na barriga do inimigo. Porém, ele dispara ao mesmo tempo e sinto uma imensa dor na perna direita. Caio de joelhos no chão e gemo de dor.

- MALTA, PRECISO DE AJUDA E REFORÇOS. O CORONEL FOI ATINGIDO! - diz aos gritos para o intercomunicador ajoelhando-se ao meu lado para ver a minha ferida.

- Tem calma Charles...foi só de raspão! - digo dolorosamente enquanto rasgo as calças na zona do disparo.

Num instante aparece Paul, Jake e Alfred que logo me ajudaram a levar para fora da casa destruída. Saímos daquela zona depois de conferir que estava tudo "clear". Custava-me acreditar que aquele homem estivesse ali sozinho. Ele poderia estar a armar alguma coisa ou até mesmo a esconder algo. Algo me dizia que tinha de explorar melhor aquela zona.

Assim que cheguei ao quartel tive de ser logo examinado e desinfetado. Estavam a fazer drama sem motivo. O que me atormentava a cabeça era ter de contar à Ellie. Ela ia-se passar e sabia que já não ia dormir descansada. Por mais que não lhe queira contar para não a assustar, ela iria ficar furiosa comigo no futuro por não lhe ter contado e claramente também queria evitar isso. Decidi então arranjar uma forma suave de lhe contar, mesmo que de suave não tivesse nada. Liguei-lhe cerca de umas três vezes e nada de resposta. Acreditei que pudesse ser algo do trabalho visto que tratar de animais é preciso ter toda a atenção do mundo.

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- Já constaste à Ellie do teu dia hoje? - pergunta Charles ao sentar-se ao meu lado no refeitório.

- Ainda não. Tentei ligar-lhe mas ela não me atendeu!

- Não te esqueças que ela está num novo emprego e talvez não queira mexer muito no telemóvel por medo.

- Tens razão. Foi nisso que eu pensei! - digo mesmo havendo algo em mim que não estava a acreditar muito nessa história.

- Quem diria que o grande coronel John Casey se ia apaixonar desta forma e preocupar-se com cenas destas! - diz Theo no gozo e a rir.

- Menos menino senão nos treinos vais sofrer! - brinco com ele.

Ligo o computador para ver se a Ellie estava online e de facto ela já me tinha ligado uma vez. Respiro fundo para ganhar coragem em olhar para a sua cara e dizer o que me tinha acabado de acontecer.

- Olá meu amor! - diz super sorridente e com um sorriso perfeitamente alinhado que me faz arrepiar.

- Olá minha princesa. Tudo bem?

- Tudo, e contigo?

- Bem, dentro dos possíveis! - coço a nuca e aí ela percebe que algo de errado não está certo.

- Que aconteceu John? - ela arqueia as sobrancelhas.

- Amor, não foi nada demais! - começo tentado tranquilizar. - Sabes que acidentes por vezes acontecem e ... - sou interrompido.

- Eu sabia que o meu instinto preocupado estava certo. - levas as mãos à cabeça. - O que aconteceu amor? Estás muito ferido?

- Calma amor. Eu estou bem. Só levei um tiro de raspão na perna!

- Só?!  - ela pergunta retoricamente. - Ainda te está a doer?

- Só me arde um pouco mas está tudo bem amor. Amanhã já não vou sentir quase nada! - sorrio para a tranquilizar.

- Só quero que venhas para casa. - ela baixa o seu olhar. - Não te queria preocupar mas sinto que o meu pai está a adoecer novamente.

- Já foste ao médico com ele?

- Já e eles não podem fazer nada demais. John, eu tenho tanto medo de perder o meu pai e contigo aí... - ela nem termina a frase.

- Heyy princesa, não vai acontecer nada ao teu pai nem a mim! Eu prometo-te que tudo vai acabar bem!

Acabo por a tranquilizar mas a verdade é que também eu tinha medo, não pela minha parte mas sim pela parte do senhor Bill. Sei o quanto ele é importante na vida da Ellie e sei que ela ao perder o pai se vai sentir completamente desamparada.

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