John é um Marine muito respeitado pelo seu excelente trabalho. É um homem reservado que não mostra sentimentos até encontrar Ellie num bar depois de uma vitória. Para não perder a sua oportunidade, John faz de tudo para a conquistar, mesmo que a sua...
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Primeira vez em anos que acordo sem emoção para ir para uma nova missão. Apesar de amar o que faço, sinto que desta vez devia tirar um tempo para mim. Irei dedicar sempre a minha vida ao meu trabalho, mas agora sinto outras prioridades.
A Ellie estava incrivelmente bem disposta. Na noite passada disse vezes sem conta que este era o meu trabalho e que tudo ia correr pelo melhor. Que ia estar à minha espera, à espera de qualquer tentativa de contacto vinda da minha parte e saber que apesar de lhe estar a custar este momento, a força das suas palavras fez com que não me arrependesse da minha decisão.
- Quantos soldados tens no teu pelotão? - ela pergunta enquanto viajamos para o aeroporto.
- Tenho trinta e cinco soldados comigo! - olho para ela e sorrio.
Ela sorri de uma forma tranquila e de certa forma isso acalma-me. Pela primeira vez ia aparecer em publico com a Ellie e já estava a imaginar os tipos de comentários vindo por parte de alguns dos meus soldados. Ela não parecia estar nervosa nem incomodada pelo facto de ir ser bastante comentada por me estar a acompanhar e uma das coisas infinitas que amo na Ellie, é o facto de não deixar de fazer as coisas por medo de alguém ou algo.
Abro o porta-bagagem do carro e tiro a minha enorme mala verde escura. Meto-a às costas, entrelaço os meus dedos nos da Ellie e caminhamos lado a lado para dentro do aeroporto. Tudo para ela parecia uma novidade. Nunca andou de avião e muito provavelmente nunca teve de se despedir do namorado durante seis meses longe.
Conseguia ver o lado dela e isso assustava-me mais que a minha própria ida para Kampala. Avisto ao longe um grupo de soldados e sei logo que era para aquela direção que eu havia de seguir. Sinto os dedos da Ellie a apertarem um pouco mais a minha mão e aí percebo que a timidez dela está a chegar. Ellie é das pessoas mais tímidas e carinhosas que alguma vez conheci e é isso que a faz ser a doce de pessoa que ela é. Como podem reparar, eu podia estar um capítulo inteiro a elogiá-la.
- E aqui está ele! - diz Charles a dar-me as boas vindas.
- Então rapazes, como estão? - cumprimento todos com a habitual pancadinha nas costas.
Percebo alguns olhares matreiros em relação à presença da Ellie e consigo perceber que ela está demasiado tímida mas ao mesmo tempo a mostrar a sua simpatia.
- Apresento-vos a Ellie, a minha namorada! - digo com todo o orgulho pondo a minha mão na sua cintura fazendo com que ela se chegue mais para perto de nós.
- Olá Ellie. Admiro a tua coragem em aturar esse homem. Ouvi dizer que tem muito mau humor! - brinca Charles provocando um riso geral.
- Olá. Acredita que não é fácil! - ela entra na brincadeira.
Apresentar a Ellie aos meus colegas foi dos passos mais importantes da minha vida. Todos eles sabem o quão sou reservado e de repente mostrar o meu lado mais íntimo fez mostrar o quão feliz estou ao lado desta mulher.
Despedir-me da Ellie custou-me mais do que eu achava que ia custar. Ela conseguiu não largar uma lágrima, tal como me prometeu. Consigo vê-la a ir embora no meu carro com umas lágrimas a rolar pela face abaixo. Tinha o corpo tenso. Queria que os meus pés se prendessem no chão do aeroporto só para não ter de embarcar e sair de ao pé dela. Não queria passar seis meses sem sentir o seu cheiro, o seu calor, o seu toque.
- Hey, que cara é essa? - pergunta Charles sentando-se ao meu lado.
- O que achas que é?! - pergunto retoricamente.
- É estranho ver-te assim mas acredita que é bom. Finalmente voltaste a abrir o teu coração!
- Acredita que a Ellie mereceu de todo o meu coração! - sorrio ao lembrar da minha namorada infinitamente perfeita.
Agora sabia que tinha de ter a minha cabeça a cem por cento. Queria acabar o mais rápido possível para voltar a ter a minha namorada nos braços e começar uma vida com ela.
Penso cada vez mais em ser pai. Em ter a minha casa coberta de brinquedos, gargalhadas de crianças, cozinha com biberões e latinhas de papa. Nunca me tinha sentido tão empolgado por alguma coisa.
- Das melhores cenas da vida é ser pai! - comenta agora Alfred.
Olho para o exterior do aviao e suspiro. Eu preciso mesmo de voltar para casa...