Marine VS The It's My Fault?

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[John]

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[John]

Fazia anos que eu não sentia raiva com a mínima coisa. Nunca pensei que iria levantar a minha voz para a Ellie e dou por mim a pensar nisso quando a vejo a gritar na minha cara com os olhos vermelhos de raiva e com lágrimas a escorrer pela cara.

Magoei-a e isso era mais uma culpa para cima de mim. Será que valo assim tanto a pena?!

Vejo-a sair pelas portas. Queria chamar por ela mas não conseguia. Olho para o banco do jardim e vejo as ecografias que ela havia deixado para trás.

- Senhor John? - ouço uma voz atrás de mim.

- Eu sei ir sozinho! - digo.

Pego nas ecografias e caminho para o quarto. Deito-me na cama e olho para as folhas na minha mão. Aquela bolinha é o nosso bebé, é um mini ou uma mini Casey.

[Ellie]

Chego a casa de rastos. A Tris corre até mim assim que me vê chorar descontroladamente.

- Que aconteceu, menina? - ela afaga os meus cabelos.

- Ele ...não é mais o ...mesmo... - digo entre soluços.

Ela limita-se ao silêncio. De lado, ela puxa-me para a sala de estar e senta-me no sofá. Trás um chá de camomila e senta-se ao meu lado.

- Tenha calma menina. Fale comigo!

- Tris, eu esperava tudo, menos a forma como ele falou comigo! - olho para ela.

- Mas...ele não a reconheceu?

- Pior. Ele tratou-me mal. Falou bruscamente para mim e disse para eu não voltar mais lá! - as lágrimas voltam a cair.

- Oh meu deus... - ele mete as mãos na cabeça. - Eu vou lá dar na cabeça dele!

- Tris, não vale a pena. Nós já sabíamos que isto podia acontecer... - olho para ela.

- Venha cá meu amor. - ela puxa-me para o peito e afaga os meus cabelos. - Tudo se vai recompor. Precisamos de tempo, ele precisa de tempo. - suspira fundo.

Segundo a Tris, ela já passou por isto há uns anos, quando o John veio da Síria. Paciência e apoio foi o que ela teve de lhe dar e foram essas as palavras que ela mais reforçou quando me apoiou.

Não tencionava voltar mais para o ver. Se ele não me quer lá, então eu não vou. Mas também não vou mais ficar nesta casa.

Arrumei as minhas malas, expliquei à Tris que para mim, era o melhor a fazer.

Voltei para a minha antiga casa. Estava tudo igual desde a última vez que lá fui. O meu telemóvel começa a tocar.

- Hey, queres ir beber um sumo? - pergunta Amy no outro lado da linha.

- Pode ser! - digo sem emoção.

- Vá, nada de tristezas. Vem ao sítio do costume. A Martha vai estar lá também.

Desligo a chamada. Entro no meu carro e sigo viagem.

Dou por mim com lágrimas a cair pela cara enquanto conduzo. Estava desiludida e por momentos pus a culpa em mim. Mas que raio fiz eu?!

Chego ao local. Antes de sair do carro limpo as lágrimas e tento mostrar o meu ar mais natural, mesmo que seja impossível, na minha cabeça não se nota.

- Hey! - veja as meninas a fazer-me adeus.

Sorrio e caminho até elas.

Damos um abraço de grupo. Como é possível ter encontrado estas pessoas maravilhosas?!

- Como estás querida? - pergunta Martha.

- Muito sinceramente, nem te sei dizer! - olho para ela e faço a maior força do mundo para não chorar.

- Nós estamos aqui! - Amy pousa a sua mão na minha.

- Obrigada por tudo, mesmo! - sorrio para ambas com as lágrimas nos olhos. - Mas bem, creio que temos um assunto super importante para tratar.

- É verdade. A Gina está de rastos! - diz Martha.

- Ela não está a conseguir superar a morte do Theo.

- É de esperar! - suspiro. - Ela não está a conseguir tratar do funeral, pois não?

- Não. Ela disse que os marines estão a ajudá-la em tudo, mas ela não consegue sequer reconhecer o corpo. O Charles foi por ela! - termina Amy.

- Eu nem quero imaginar a dor dela! - diz Martha massajando a sua barriga.

- Nós agora temos de estar com ela a maior parte do tempo. Até porque as crianças precisam de apoio também! - digo.

- Tens razão. - concordam em uníssono.

/////

No dia seguinte voltei a trabalhar. Eu precisava de me distrair.

- Minha querida, como estás? - pergunta Mary.

- Bem, dentro dos possíveis! - dou um sorriso. - Quem temos hoje?

- Hoje temos a Molly, mas ela é temporária. Os donos foram de férias e pediram para tomarmos conta dela!

- Eu vou ajeitar-lhe a sua nova casa!

Chego ao canil que vai ser da Molly durante duas semanas. Ela era uma cadela de porque médio. Parece ser uma rafeira. É carinhosa e veio às minhas pernas de imediato pedir carinho.

Eu amo tanto animais e não podia ter pedido melhor emprego.

- Ellie, tens uma pessoa ao telefone!

- Sabe quem é? - arqueio a sobrancelha.

- Não querida!

Pego no telefone.

- Estou?

- Porque não estás em casa? Aliás, porque é que nada teu está em casa?

E antes de desmaiar, vomito tudo para fora

MarineOnde histórias criam vida. Descubra agora