Marine VS The Who Are You?

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[Ellie]

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[Ellie]

Vou o mais depressa para o quartel. Sou parada na entrada por um marine.

- A senhora não pode entrar assim! - ele diz.

- Eu vim falar com o tenente O'Brien!

- Espere só um segundo! - ele pega no intercomunicador junto ao peito. - O'Brien, estás à espera de uma senhora?... Ok, podes deixar! - ele olha para mim. - Venha comigo, por favor! - dá espaço para eu passar. - Peço desculpa. Eu não sabia que era a namorada do coronel John Casey.

- Não tem problema! - dou um sorriso.

- O coronel é uma pessoa muito importante para todos nós. Ele salvou o meu irmão numa missão no Iraque. Devo-lhe tudo!

-Não lhe deve nada. É mesmo jeito dele ajudar as pessoas que mais gosta!

Chegamos a uma sala. Cumprimento o tenente O'Brien com um aperto de mãos.

- Por favor Sra. Ellie, sente-se!

Sento-me na cadeira em frente à sua secretária e vou direta ao assunto.

- Diga-me tudo o que se passa. Onde está o John?

- Primeiramente quero reforçar que abri uma exceção. Nós não podemos receber as esposas dos nossos militares, muito menos quando estão em missão. Porém o John é uma parte deste quartel e foi o próprio General O'Connell que me pediu para falar consigo!

- Vá direto ao assunto, por favor!

- O John esteve em cativeiro com mais dois colegas. Conseguimos recuperá-los, porém o John vai precisar de ajuda psicológica.

- Mas eu já desconfiava que isso fosse acontecer. Ele comentou comigo que já teve diversas vezes de recorrer a psicólogos.

- Ellie, não está a entender, o John precisa mais que um psiquiatra. Ele precisa de ficar uns meses internado. Para além da desidratação, o John não está bem psicologicamente. Eu não lhe posso dar detalhes mas depois do cativeiro o John não tem reagido bem com os colegas.

- Está me a dizer que ele ficou maluco, é isso?

- Não queria usar essas palavras, mas sim!

- Ouça...- respiro fundo. -... Eu conheço o John. Ele vai safar-se desta facilmente. Ele é forte! - lágrimas formam-se nos meus olhos.

- Nós estamos a contar que sim.

- Preciso que seja o mais sincero possível. Acha que ele vai recuperar a cem por cento?

- Ainda é cedo para lhe diagnosticar isso, não lhe vou mentir!

- Quando é que ele chega?

- Chega hoje por volta da tarde. Eu sugiro que o veja apenas amanhã!

- Tenente, eu preciso de o ver o mais rápido possível. Eu estou grávida, ele precisa disto e eu também! - começo a chorar.

- Eu vou ver o que posso fazer!

Saio do quartel acompanhada pelo mesmo marine do início. Uma parte de mim estava feliz por saber que ele estava vivo e que o podia abraçar e beijar. Outra parte de mim estava despedaçada por saber que ele não vinha mais o mesmo.

[John]

Chego a Burbank. Não tinha vontade de nada. Parte de mim morreu quando o Theo disse as suas últimas palavras.

Não falo com ninguém desde que fomos resgatados. Não tinha palavras. A minha mente estava vazia.

- Coronel John Casey! - diz o General Henry O'Connell. - Venha comigo!

Sigo o superior até ao seu escritório. Eu já sabia bem o que aí vinha...

- Sabe bem do que vamos falar, certo? - ele apoia os cotovelos na mesa.

- Sim.

- Sabe que vai para um centro de reabilitação!

- Sim.

- Não tem nada para me dizer, coronel Casey?

- Acho que todos sabem perfeitamente que não tenho nada para dizer! - digo com desdém.

- Espero que quando recuperar, tenha em atenção a forma como falou para o seu superior. Está dispensado! - encostasse na cadeira e olha-me em reprovação.

Eu podia ter salvo o Theo... Eu sei que podia...

/////

Entro no quarto que vai ser meu durante alguns dias. Sim, eu não vou aceitar ficar aqui mais de um mês. Sento-me na cama, apoio os cotovelos nas pernas e jogo a cabeça nas mãos.

Todos os santos dias penso nas últimas palavras do Theo. Adormeço com a imagem do Theo morto ao nosso lado. Acordo sempre sobressaltado.

- Senhor? - acordo dos meus pensamentos com uma senhora a chamar por mim na porta. - Desculpe, mas tem uma visita!

[Ellie]

Recebo uma chamada do Tenente O'Brien a confirmar que eu podia comparecer na clínica onde o John estava internado.

Estava nervosa. Tinha medo de ver o John, ao mesmo tempo com vontade de o abraçar com toda a força do mundo.

Sou acompanhada por uma senhora vestida de branco. Ela pede-me para me sentar no banco de jardim. Ao longe vejo ele. Era ele, mas ao mesmo tempo não. As minhas mãos começam a suar. Na minha mala tinha todas as ecografias que tinha feito ao longo do tempo que ele esteve fora.

Levanto-me e abraço-o. Ele retribui com a mesma intensidade. Sinto os seus músculos tensos. É a primeira vez que o sinto assim.

- Tive tantas saudades tuas! - digo num sussurro enquanto ainda estamos abraçados.

Ele não responde, porém aperta-me mais para si e consigo perceber que a saudade era mútua.

- Que estás aqui a fazer? - ele pergunta-me e meio que levei um murro no estômago.

- Eu precisava ver-te amor. Nós precisávamos! - mexo na minha barriga.

- Não quero que venhas aqui. Isto não é ambiente para ti.

- Não me peças isso. Isto não é mau amor. - olho em redor. - Se é necessário para te manteres bem, então não é mau! - pouso a minha mão em cima da dele mas ele logo a retira.

- Estas a ouvir bem a merda que estás a dizer? - diz com brutidade, o que me assusta. - Sabes bem o que é ter de ficar aqui com toda a gente a achar que és maluco? - grita.

- John... Calma! - digo suavemente.

- Calma o car****. Estás aqui porquê? Foram eles que te pediram? Vai embora!

- Tu tens noção do que estás a dizer? - faço-lhe frente e elevo a voz. - Não sabia nada de ti por um mês. Temi o pior, queria contar-te como foram as primeiras consultas do teu filho. Quando soube que aqui estavas vim a correr para te ver, te sentir e mostrar as ecografias do nosso bebé! - grito já a chorar. - Mas deixa estar, eu não volto mais, se é isso que tu queres! - deixo as ecografias em cima do banco.

Pego na minha mala e vou embora sem olhar para trás.

Eu esperava tudo, menos isto. É como se tudo o que já vivemos juntos tivesse desaparecido da cabeça dele.

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