Marine VS The Demon

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[ELLIE]

O meu coração acelera de uma forma absurda. 

- Samantha? - questiono.

- Bom saber que ainda te lembras do meu nome! - dá um sorriso cínico. - Obrigada pela ótima receção! - entra abruptamente pela minha casa a dentro.

- O que é que estás aqui a fazer? Sai da minha casa! - digo autoritária.

O Kal ladrava ferozmente e eu puxava-o pela coleira com medo que ele a ferisse com gravidade.

- Não minha querida. Ainda nem falámos! - senta-se no meu sofá. - Anda, senta aqui! - dá palmadinhas no sofá para me sentar ao seu lado. - Ah, mas prende esse saco de pulgas lá dentro! - faz cara de nojo.

- O Kal não vai a lado nenhum! - faço enfase no nome do meu peluche gigante.

- Como queiras!

Continuo de pé com a coleira do Kal na minha mão.

- Desembucha! - digo alterada.

- Calma flor. O que eu te tenho para dizer é para ouvires com muita atenção. O John não é quem tu pensas que é. O John mata, o John magoa e o John tortura pessoas. E não, não tem só haver com a sua profissão. - ela levanta-se. - O John fez violência domestica com a ex-namorada dele. Ela foi parar aos cuidados intensivos onde eu trabalhava.

Da mala, ela tira uns papeis. Eram fotos de uma mulher totalmente arrasada. Cheia de hematomas e de cortes no corpo.

- Ela chamava-se Amanda. Tinha vinte e três anos e lutava pela vida por causa de um homem que veio completamente arrasado do Iraque. Fez dela o que quis. Ela foi um autentico boneco nas mãos dele! - ela continuava com as acusações. - Ela faleceu dias depois. Não a conseguimos salvar. Os detetives encontraram o John em casa completamente inconsciente. Estava em coma alcoólico e cheio de drogas no organismo!  

- Isso é mentira... - digo com peso e sem acreditar.

- O John foi absolvido em tribunal. Aparentemente não haviam provas contra ele, fora semen na entrada vaginal de Amanda. As cameras de vigilância viram que eles saíram de um bar, e de repente ela aparece assim no hospital. Entregue por um taxista. O John foi dado como depressivo e foi internado numa clinica de reabilitação. - ela guarda as fotografias da suposta Amanda. - Eu jurei fazer vingança ao John. Aproximei-me dele e fiz com que ele se apaixona-se por mim. Devo de admitir que naquela altura, ele era o homem que qualquer mulher queria ter ao seu lado. Mas eu sabia bem o monstro que ele era. Por algum motivo, ele quis acabar comigo, mas eu tinha de acabar o que tinha prometido a mim mesma.

- Tu estás a mentir, o John não é assim, nem nunca foi! - digo completamente alterada.

- Eu também achava que não. E então vieste parar nos meus braços com perda de sangue. Tinhas acabado de ter um aborto, e adivinha, a culpa foi do John! - ela completa.

- CALA-TE! - grito com as lágrimas nos olhos.

- Ele de facto é um homem charmoso e fo** pra caramba. Eu vi ontem à noite, pela janela da cozinha. Devias ter mais cuidado Eleonor. As tuas vizinhas beatas não iam gostar de saber que afinal não és virgem!

- ÉS UMA PORCA! - grito de volta e ela apenas sorri. -  SAI DA MINHA CASA!

- Eu saio, mas não te esqueças que eu te avisei. Afasta-te dele enquanto podes... até porque eu acabei por ser a única mulher a quem ele pediu em casamento e não se atreveu a magoar! 

Ela sai de minha casa. Eu solto o Kal e caio de joelhos no chão a chorar de uma forma inexplicável. Eu não estava a conseguir assimilar o que a Samantha acabara de dizer. O meu John não era assim.

Recupero aos poucos e sigo viagem para o canil. A dona Mary havia reparado que algo se passava. Não puxou por mim mas disse vezes sem conta que se fosse preciso, ela estava disponível em ouvir.

A minha cabeça pensava num turbilhão de coisas. As pessoas falavam para mim e eu apenas respondia segundos depois. Combino com a Amy em irmos lanchar juntas depois do meu trabalho. Eu precisava de uma cara amiga.

- Desculpa, mas estás com péssimo aspeto! - ela comenta assim que nos sentamos numa esplanada.

- Eu preciso de te fazer uma data de perguntas...

- Força!

- Conheces o John à quanto tempo?

- Ahhh... - ela parece confusa com a pergunta mas não desvia o assunto. - Conheço o John desde os tempos de escola. Ele e o Charles sempre foram muito amigos!

- Tu conheceste alguma namorada do John chamada Amanda?

- Amanda como namorada do John? Impossível! - ela risse. - A Amanda era prima do John. Eles cresceram praticamente juntos.

- Nada faz sentido... - pouso a minha cabeça nos braços.

- Mas o que se passou, Ellie? - ela pergunta com uma sobrancelha arqueada.

- A Samantha apareceu hoje em minha casa e fez acusações muito graves contra o John!

Conto tudo à Amy e a mesma estava estupefacta com a aparente invenção criada pela maníaca da Samantha.

- Ellie, o que eu te vou contar, eu vou pedir por favor que não contes a ninguém. Inclusive ao John. Ele falará contigo sobre o que se passou mas tu tens de saber a verdade. Toda essa história com a Amanda foi real. Mas não era o John. Foi um ex-camarada dele e do Charlie. - Ela explica. - Ele chamava-se Andrew e era completamente obsessivo. Criava rixas em todos os bares que entrava e maltratava as mulheres. O John nunca viu isso com bons olhos e eles tiveram uma grande discussão. Começaram à porrada e o John acabou por o deixar inconsciente no chão. Ele foi embora e quando voltou, o Andrew não estava mais em no chão.

Eu já estava a prever o fim daquela história...

- Ele sabia que a Amanda era familiar chegada do John e fez dela o que quis. O John quando descobriu deu-lhe um tiro em cada perna e deixou-o a sofrer uma noite inteira num beco sem saída. Hoje, esse nojento está preso a uma cadeira de rodas. O John respondeu em tribunal, e teve muita sorte de não ter apanhado pena de prisão também.

- Eu preciso de falar com o John. Ele precisa de saber o que se está a passar. Ela acusou o John de coisas muito graves!

- Vai amiga. Ele precisa de saber!

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