O baile se aproxima a cada hora. O que significa que os preparativos para o baile precisam começar. Vince faz uma programação para que possamos comprar nossos smokings ou pelo menos aluga-los, comprar sapatos, gravatas e tudo o mais. Ele insiste que eu preciso de um corte de cabelo.
A excitação pelo baile me faz esquecer momentaneamente o idiota do Andrew Howard. Até quando o vejo na escola, Vince sempre está por perto para me distrair – talvez ele faça isso mais por ele mesmo, sei que Vincent resiste a vontade de também dar um soco em Andrew assim como JJ.
É no dia em que saímos para alugar os nossos smokings que percebo que não estou preparado para um baile. Vince aparece na minha casa no sábado bem cedo. Temo uma semana até o baile e o recesso de fim de ano. Levo a minha garrafa térmica com café comigo até o carro de Vince.
- Oi, meu bem. Que cara é essa? – Vincent me pergunta assim que entro em seu carro.
- Cara de quem está prestes a desistir do baile. – Eu digo. – Eu não sirvo para isso, Vince. E se Lily estiver planejando virar um balde de sangue sobre a minha cabeça?
- Você descobriria que tem poderes especiais, mataria todos que estariam no baile, mas me deixaria vivo porque eu te amo.
- Acho que não é assim que termina Carrie, a estranha. – Eu digo, e então me dou conta das suas palavras. Espera, você o que?
Vince está estático. Será que ele se arrepende do que disse? Ele vai desconversar, vai mudar de assunto. Ele não pode me amar, não assim tão rápido. Acho que três meses é um período de tempo razoável para que ele diga isso, não é? Está cedo demais. Espero impacientemente, mordendo os meus lábios, a sua resposta. Parece que se passam horas até que ele responde.
- Você não escutou? Ou quer apenas que eu repita? – Ele aproxima os seus lábios dos meus ouvidos e repete as palavras que eu não esperava ouvir dele em um milhão de anos. – Eu te amo, Archie Russell.
Em todos os universos existentes, eu me pergunto se em algum deles eu já esperava que isso acontecesse. Em alguma outra realidade eu desejo tanto Vince como nesta? Será que somos correspondidos? Será que ele me ama nessas realidades também?
- Você não precisa dizer que me ama. – Ele diz rapidamente. – Sem pressão, Russell.
- Não estou pressionado e sim impressionado. – Eu digo. – Não estava esperando.
- Agora posso te chamar de amor. Eu sempre ponderava e acabava te chamando de "meu bem". Não gostava disso. – Ele beija os meus lábios rapidamente e abre um sorriso. – Agora nós podemos correr atrás das nossas roupas.
- Você é implacável quando o assunto é estragar o clima.
- Você quer estar bonito quando Lily jogar sangue de porco em você, não quer?
- Você está mesmo me fazendo essa pergunta?
Vince não me responde, apenas acelera com o carro pela minha rua. Apesar de ser bem cedo, levamos muito tempo para chegarmos na parte da cidade onde as lojas de roupas de alfaiataria se encontram. Vince e eu compartilhamos o café durante o caminho. Ele faz questão de colocar uma música e cantar enquanto dirige. Eu reviro os olhos com a ideia de passar o dia provando roupas com ele.
- Vamos primeiro para o smoking, depois os sapatos e por último as gravatas. – Ele diz saindo do carro e esperando por mim na calçada.
Andamos um pouco até a loja. O pequeno trajeto foi feito de mãos dadas. Vince não parece se incomodar, então eu também não fico envergonhado. Uma coisa é estar de mãos dadas nos corredores da escola e outra coisa bem diferente é estarmos pelas ruas de Seattle.