Capítulo 6

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- Oi, Derek. Você precisa de uma consulta? – Meredith perguntou, entrando no consultório do marido depois de receber uma mensagem dele no celular.

Eles estavam começando o turno de trabalho. Tinham chegado em carros separados há alguns minutos porque era assim desde que tiveram que se adaptar a rotina dele em D.C.

- Não. Eu chamei você aqui pra gente conversar sobre Minnesota? – ele disse digitando a senha para liberar o acesso de seu computador ao sistema do hospital.

- Agora? Não é melhor falar sobre isso quando estiver em casa?

- Eu tenho uma cirurgia que pode passar do horário hoje. Eu queria que a gente falasse sobre isso. Nós não tivemos muito tempo, e eu estou vendo que você está desconfortável.

- Eu não estou desconfortável. Eu só...

Ela caminhou até uma das cadeiras em frente à mesa e sentou.

- Não falei com você antes porque vi que você está ocupado em resolver esse problema com a sua filha, a Addison estava na cidade, você chegou bem tarde ontem em casa.

- É... Eu saí um pouco tarde aqui do hospital e passei no hotel para conversar com a Addie.

- Você foi até o hotel conversar com ela? – Meredith perguntou estranhando.

Ele não tinha comentado nada sobre aquilo. Ela estava acordada quando ele chegou na noite passada, e ainda assim o marido só deitou na cama depois de tomar um banho e dormiu.

- Fui. Eu estava um pouco preocupado com a Katie, e também queria saber o que ela tinha decidido.

- Então? O que ela decidiu?

- Eu ainda não tenho certeza de nada. Acho que a gente tem que conversar sobre isso. Eu queria falar com você sobre Minnesota. Você tinha me falado sobre a biblioteca que não era biblioteca e a pesquisa sobre Parkinson. Me explica isso direito – pediu.

Meredith assentiu.

- Bom, como você sabe, eu fui pra Minnesota a convite de um amigo da minha mãe. O Dr. David Hamilton, cirurgião geral no Mayo Clinic.

- Sim.

- Ele tinha me ligado sugerindo que estava construindo uma biblioteca em homenagem a ela. Toda aquela história que você já conhece.

- Sim.

- Mas assim que eu cheguei lá, não era bem isso. Quer dizer... Tem mesmo um lugar construído, mas não como uma biblioteca. Chama The Grey Center.

- Um laboratório em homenagem a sua mãe?

- Não bem em homenagem a ela. Ele construiu um laboratório para que eu coordenasse, porque ele quer que eu desenvolva uma pesquisa em que ele está disponível a colocar muito dinheiro.

- A pesquisa sobre Parkinson?

- Isso. Na verdade, a base de estudos dele consiste em uma série de estudos genéticos sobre doenças regenerativas e câncer, e esse interesse surgiu porque ele próprio tem Parkinson em fases iniciais.

- Nossa!

- Sim. Ele está muito empenhado em investir nesse projeto.

- Eu imagino. Eu só não entendi ainda o que você tem a ver com isso – ele comentou. – Quero dizer... Ele construiu um laboratório com o seu nome, pra você desenvolver pra ele a cura para uma doença que nem sequer é da sua especialidade. Você é uma cirurgiã geral.

- Eu sei. Talvez ele não espere que eu desenvolva a pesquisa, mas sim que coordene o laboratório e monte as equipes. Foi por isso que eu levei a Amelia lá.

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