Capítulo 38

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Katie estava passando no corredor e acelerou o passo quando finalmente viu Addison a alguns metros. Há algum tempo estava tentando falar com ela no hospital, mas parecia impossível encontrá-la. Como era normal, a quantidade de trabalho parecia duplicar quando se aproximavam as comemorações dos feriados nacionais, então era quase impossível que os médicos parassem em um só lugar agora que o Dia de Ação de Graças estava chegando.

- Mãe, eu preciso que você participe do processo de seleção dos médicos que vão trabalhar nesse novo programa de reprodução assistida. Eu já pedi pra todos os chefes de departamento da Obstetrícia e Ginecologia darem uma olhada nos currículos, mas eu gostaria que você...

- Eu não posso, Katie. Eu só vim aqui hoje pra checar alguns exames da Tovah, mas eu não estou no clima pra conferir o currículo de ninguém – Addison respondeu sem parar de andar.

- Como não? Você está a frente desse programa!

- Eu não estou à frente de programa nenhum! – ela enfatizou. – O seu pai me pediu pra selecionar os médicos, eu selecionei. Agora eles que toquem a seleção dos participantes. Eu não tenho nada a ver com isso.

Katie estranhou a resposta direta da mãe e a olhou.

- O que aconteceu com você? – resolveu perguntar.

- Eu estou cheia de coisa pra me preocupar, e você quer me empurrar mais um trabalho pra fazer. É isso que está acontecendo – ela disse. – Eu não sou funcionária desse hospital, Katherine! O que eu tenho que fazer pra você e o seu pai entenderem?

A garota apertou os lábios e arqueou as sobrancelhas. Não esperava que a mãe estivesse tão estressada aquele dia.

- Eu só achei que você podia ajudar. Você é a melhor cirurgiã...

- Cirurgiã! Eu sou cirurgiã! Isso não tem nada a ver com reprodução assistida.

- Mas você entende tudo disso também.

Addison revirou os olhos e repetiu:

- Eu não trabalho aqui!

Katie continuou a seguindo.

- O que foi? O que aconteceu?

- Katherine, hoje eu não estou com paciência.

- Sério, mãe. O que foi? Eu posso ajudar em alguma coisa?

Addison não respondeu. Parou em frente ao elevador e apertou o botão.

- Ok. Não quer falar, não fala. Mas vê se arranja um jeito de aliviar essa tensão, porque está fazendo uma ruga surgir bem aqui – a garota disse tocando a testa da mãe.

Já ia se afastar em alguns passos quando Addison segurou o seu braço, a fazendo ficar. Mostrou uma pasta.

- O que é isso?

- Os papéis do divórcio – ela respondeu. – Eu fui levar o Jake e a Nai no aeroporto e ele me deu isso. Eu preciso assinar.

Katie mudou o semblante.

- Tem alguma questão? – perguntou.

- Tem um sentimento estranho – Addison confessou. – Eu sei que eu não tenho direito de sentir nada agora, mas...

- Você tem todo o direito de sentir o que você quiser.

- Mas é um sentimento confuso.

- Você não quer assinar? – Katie perguntou.

- Eu preciso assinar – Addison respondeu. – Eu amo o seu pai, eu quero estar com ele, mas de alguma forma esse fim com o Jake está mexendo comigo.

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