Capítulo 33

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Duas semanas se passaram desde que Katie voltou para casa e, definitivamente, sua rotina e recuperação tomaram rumos completamente diferentes do que ela tinha no hospital. Agora se sentia mais estimulada a voltar a andar. A equipe de fisioterapia ia todos os dias ajudá-la com os exercícios, mas o que realmente a deixava feliz eram as visitas de Henry. Todos os dias ele ia até lá visitá-la e ficava por horas ajudando a repetir os exercícios da fisioterapia e contando histórias engraçadas que faziam com que ela gargalhasse. Addison gostava das visitas. Ela sentia que a filha mudava o humor quando o rapaz estava por perto, e ficava se perguntando em que momento aquela amizade se tornaria um romance. Ainda que soubesse que Jake não aprovava aquela relação – e que poderia ser mesmo constrangedor que seus filhos se envolvessem depois do fim do casamento deles, – acreditava que os dois se gostavam de verdade, e que seu desfecho não poderia ser parâmetro para impedir que tivessem qualquer coisa. Não lembrava de ver Katie tão feliz perto de um garoto como ela ficava perto de Henry.

- E então? Como é que você está se sentindo? – Addison perguntou entrando no quarto da filha depois que a equipe de fisioterapia apareceu na sala para se despedir.

Eles sempre chegavam pouco antes das 09:00 da manhã e terminavam as 10:00. Katie estava sentada na cama, respirando um pouco ofegante, parecendo cansada, com algum suor descendo à testa, e com as bochechas coradas.

- Bem. Eu estou ótima. Eu diminuí o meu tempo. Você quer ver? – ela perguntou levantando apoiada em uma bengala preta.

Deu alguns passos para chegar até a porta, em seguida voltou. Addison arqueou as sobrancelhas em surpresa, percebendo que, realmente, ela estava andando mais rápido que da última vez.

- Olha só! Parabéns!

A garota sorriu exibindo uma covinha no rosto.

- Eu acho que as visitas do Henry têm feito muito bem pra você, não é? – questionou, enquanto a filha sentava novamente na cama.

- Henry? O quê que o Henry tem a ver com isso?

- Ele vem aqui todos os dias, ajuda você a repetir os exercícios, faz tudo o que você quer...

- Isso não tem nada a ver.

- Claro que tem, Katherine! Você não acha que isso é demais não? Você está praticamente fazendo a fisioterapia duas vezes por dia e eu duvido que o dr. Link está sabendo disso.

- Eu não estou fazendo uma sessão de fisioterapia com o Henry. Eu só peço pra ele me ajudar com alguns movimentos. Isso é bom.

- Eu sei, mas você não deveria se maltratar tanto com isso. Deveria fazer cada coisa no seu tempo.

- Mãe, eu estou fazendo as coisas no meu tempo. O meu tempo é assim, acelerado, você sabe.

- Mas não é no seu tempo. É no tempo das coisas, Katie. No tempo que as coisas têm que acontecer.

A filha apertou os lábios e desviou o olhar.

- É incrível como nada nunca está bom pra você – reclamou. – Se eu fico desanimada, você reclama! Quando eu estou animada, você reclama do mesmo jeito!

- Eu não estou reclamando, eu só não quero que você se machuque. Você sabe que tem um limite, e você pode estar ultrapassando esse limite. Você está usando as visitas do Henry pra ele ajudar você a ultrapassar esses limites.

- Ah! Coitadinho dele, não é? Eu estou usando o Henry?

- Eu não disse isso.

- Mas você acha isso.

Muscle memoryOnde histórias criam vida. Descubra agora