Chegada

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James Ballard-Hunt

Saio do avião e vejo os carros parados, não consigo mais andar quando Izzy pula em cima de mim e tenho que a segurar para ela não cair no chão. Ela está rindo e agarrando minha camisa como se não acreditasse que eu estou aqui.

-Os outros não vieram por que preparamos uma festa de boas vindas.- ela explica rápido.- Você vai adorar. Amy está com um macacão incrível de palhaços que meu pai comprou.

-Legal.- puxo os cabelos dela e Izzy sorri me empurrando.- Você não vai dirigir, né?

-Por que todo mundo tem preconceito contra eu dirigir?- cruza os braços.

-Porque você é horrível dirigindo.- Jake passa por nós.- Vamos logo, eu tô com fome.

-Cadê a novidade?- Emma passa dele virando a chave.

-Você sempre tem que falar que é óbvio que eu tô com fome?- Jake faz bico.

-Você comeu há vinte minutos.- ela apoia os braços no teto do carro.

-Eu comi um sanduíche.- ele informa.

-Um sanduíche com queijo, carne, ovo, bacon...

-Ok, precisa ficar falando?- ele bufa.

-Você que falou que estava com fome...

-Você nunca me deixa comer...

-Ah, Jake, você vive comendo...

-Eu como doce....

-É, eu sei, sempre tem gosto de doce quando te beijo....

-Então você deve adorar...

-É, eu adoraria se eu não ficasse com diabetes...

-Ah, Emma...

-Meu Deus.- Izzy passa a mão pela testa.- O que esses dois tem?

-Eu prefiro não perguntar.- informo.

-Boa decisão.- assente.

-Como está?- pergunto.

-Nada bem, e você?- sorri para mim.

-Igual.- acaricio seus cabelos.

-Quem é?- Izzy pergunta quando Diana desce depois de todo mundo.

-Diana, essa é a Izzy. Izzy, essa é a Diana.- minha mãe apresenta.- Rick vai deixar ela e depois voltar para a festa.

-Para onde ela vai?- Izzy fica curiosa.

-Hotel.- meu pai aponta para um carro e Diana começa a ir com ele.

-Por que ele vai levar ela para um hotel.- Izzy começa a perguntar quando vamos indo até o carro.- Quem é ela de verdade? Ah, meu deus, ela é filha do Rick com alguma amante? Puta que pariu, não pode ser, a Laura já teria surtado...

-Izzy, pelo seu bem, para de falar.- abro a porta para ela entrar.

-Mas então o que é?- ela faz bico.

-Você é muito curiosa.- empurro ela para dentro do carro.

-É um problema fácil de corrigir se você me disser o que está acontecendo.- ela pisca para mim.

-Espertinha.- fecho a porta.

Dou a volta e vejo Diana entrando no carro, ela sorri para algo que meu pai fala e olho para o lado vendo minha mãe me observar, reviro os olhos e entro no carro com Izzy para voltar para casa. Quero ver todo mundo, mas essa surpresa dela estar aqui foi bem legal.

Minha mãe acha que eu vou cair na dela para ficar com Diana, mas ela não sabe que eu prometi esquecer tudo de Londres, isso inclui Diana. Então eu vou apenas ignorar o trabalho dela na oficina, eu nem fico tanto na oficina, então pode dar certo.

Diana Holmes

-É o melhor apartamento que temos no hotel.- Rick abre a porta com o cartão.- Tem uma suíte, uma cozinha e uma sala de estar com uma TV enorme.

-Obrigada.- me abraço.

-Laura, com certeza, deve vir aqui amanhã para comprar roupas com você.- ele sorri.- Eu vou precisar de você na oficina apenas depois de amanhã. Ela gostou muito de você, sabe?

-Eu...- tento sorrir.- Eu acho que percebi.

-Ela adora ajudar.- informa.- Vai adorar passar o dia todo com ela.

-Sinto que eu estou dando trabalho para vocês.- fico parada no mesmo lugar enquanto ele liga as coisas.

-Acredite, você é a que menos dá trabalho.- ele brinca e rio baixo.- Quando nos conhecer melhor, vai ficar mais a vontade.

-Você sabe que eu não sei nada de carro, certo?- franzo as sobrancelhas.

-Você vai aprender rápido.- ele começa a sair.- Tem seguranças em todo o hotel e um telefone que liga direto para nós, então se sentir medo ou algo, é só ligar para nós.

-Certo.- assinto.- Espera.

-O que?- ele para antes de abrir a porta.

-Eu sei que pode parecer muita idiotice.- eu limpo a garganta.- Mas você pode ver embaixo da cama?

-Embaixo da cama?- ele parece surpreso.

-É que...- eu respiro fundo.- É que eu não consigo dormir em um lugar antes de alguém olhar a cama.

-Ah, ok.- ele começa a ir até o quarto.- Algum motivo específico?

-Da vez que eu não olhei, parei onde eu estava.- explico e ele olha para mim antes de olhar embaixo da cama.

Ele passa uns cinco minutos olhando embaixo da cama, então levanta e sorri para mim com algo que parece reconhecimento. Eu engulo em seco e vejo ele tirar uma arma de um coldre embaixo do casaco.

-Não tem ninguém, mas vou deixar isso.- ele apoia na mesa redonda em frente a entrada.- Se você sentir medo, pega ela, ok?

-Sim.- assinto.

-Você sabe usar?- franze as sobrancelhas.

-Sei.- cruzo meus braços.

-Ok, então você vai se sair bem.- ele abre a porta.- Tudo bem?

-Sim.

Ele fecha a porta e olho envolta vendo o apartamento bem iluminado, caminho até a varanda e apoio meu corpo na sacada para ver a cidade. Parece bem bonito de dia, aposto que a luz dos prédios de noite fica ainda mais bonito.

Aperto minhas mãos na sacada aquecida pelo sol e mordo o lábio quando percebo que estou aqui de verdade. Não é onde eu queria estar, LA é bem diferente de São Francisco, mas estar aqui é incrível do mesmo jeito.

A família de James está me ajudando e parece que eu não mereço essa ajuda toda, é só que era difícil me sentir bem fazendo tudo que eu tinha feito. Se eles soubessem, provavelmente me mandaria embora assim que descobrissem.

Vou até o banheiro e começo a tirar as roupas, amarro meus cabelos em um coque e começo a entrar no box para tomar um banho e dormir um pouco. Não sei quando eles vão me mandar embora, então eu posso aproveitar um pouco antes disso acontecer de verdade.

A Vingança - 4° Geração.05Onde histórias criam vida. Descubra agora