Trabalho

3.1K 459 153
                                    

Diana Holmes

-Diana.- Emma me balança.- Diana!- quase grita e abro os olhos.

-O que?- sento rapidamente.

-Você estava tendo um pesadelo.- ela afasta meus cabelos do rosto.- Estava gritando e arranhando o pescoço.- aponta e sinto a ardência.

-Ah.- engulo em seco.- Desculpa.- vejo que ainda é de madrugada.

-Tudo bem.- ela tenta sorrir e acaricia meus braços.- Quer falar sobre?

-Acho que não vai querer saber.- sorrio de nervoso.

-Acredite, quero saber.- ela se ajeita na cama e ficamos sentadas de frente uma para a outra.

-Certo.- abaixo minha cabeça.- Acho que já sabe que eu fui pega com oito.- puxo um fio solto na colcha.- E, no começo, eu era bem... selvagem. Quando eu desobedecia, eles me colocavam em uma coleira e prendiam na parede.- toco meu pescoço.- Eu ficava lá por dias, gritando e tentando escapar como um animal. Era.... angustiante.

-Fica sem ar.- ela percebe e assinto.- Filhos da puta.- Emma trava o maxilar.- Sinto muito por ter passado por isso.

-Não foi o pior.- passo a palma da mão pela minha testa.

-O que mais ele fez?- pergunta.

-Ele....no meu aniversário, ele sempre fazia uma festa, um bolo e três presentes.- explico.- Sempre três presentes. Um vestido, uma jóia e algo para eu usar de noite.

-Que ódio.- Emma balança a cabeça.- Não sei como você nunca engravidou. Ele nunca usou camisinha?

-Camisinha?- pergunto.

-É.- assente.- Aquilo que os caras colocam no...- ela mexe a mão.- Sabe?

-Não.- balanço a cabeça.

-Você...- ela levanta e pega algo na bolsa.- Camisinha.- jogo para mim e pego.

-Eu nunca vi isso.- balanço a cabeça.

-Então você tem muita sorte de não ter engravidado.- ela senta na cama e suspira.

-Eu engravidei.- falo baixo e ela arregala os olhos.- Com dezesseis.

-O que?- ela senta mais ereta.

-Foi um parto normal, em casa.- engulo o choro.- O bebê nasceu morto, era um menino. Enterrei ele dois dias depois e Tom me deu uma surra no mesmo dia.

Quando olho para Emma vejo que ela está chorando e fico surpresa quando ela me abraça de una vez. Parece que consigo soltar o choro que eu estava contendo e a abraço de volta, Emma acaricia meus cabelos e parece soluçar várias e várias vezes.

-Assim que eu vir ele, eu vou dar uma surra.- ela fala se afastando.

-Não precisa.- rio limpando as lágrimas.- Eu mesma vou fazer isso.

-Gostei.- ela sorri e respira fundo.

-Então...- olho para a camisinha.- Quando você....- mexo a mão.- Você tem que usa isso?

-É.- assente.- Mas não se preocupa, se você não tá transando com ninguém, então não tem para que usar.

-Se eu não usar isso, posso engravidar?- pergunto meio desesperada.

-Pode.- assente.- Mas como disse, não vai precisar.

-Tá.- coloco a camisinha na mesa.- Então...

-Eu não tô mais com sono.- ela fala.- Quer ver se tem serviço de quarto para pedir comida?

-Por favor.- assinto.

-Ok.- ela sorri e pega o telefone.- Vamos estourar o cartão do Jake.

James Ballard-Hunt

Estaciono no encosto da rua e Jake faz o mesmo do outro lado, vejo Emma passar correndo e então fazer a curva para parar atrás de Jake. Não consigo ver Emma e Diana dentro do carro, mas Jake abaixa a janela e coloca a mão fechada em punho para fora.

-Cinco minutos!- grita para mim.

Buzino para dizer que entendi e vejo o caminhão vindo na nossa direção, logo depois vejo os três outros carros com H, Alex e Jesse que estão seguindo o caminhão há trinta minutos.

Começo a acelerar mais e o escape faz barulho, sorrio quando Jake responde com o carro dele e o caminhão começa a se aproximar. Passo a marca e acelero indo do lado do caminhão enquanto ele passa.

Desço o vidro e jogo a corda com o gancho de borracha no caminhão, ele gruda e eu saio do carro. Logo depois meu carro bate em uma pedra e começa a capotar, mas já estou subindo no caminhão assim como Jake e Emma.

Diana assumiu a direção e parece acompanhar bem, então vou mais calmo até o topo e nós três conseguimos subir, Jake caminha até o teto solar do compartimento de carga e tiro os instrumentos para abrir fechaduras.

Com alguns minutos consigo abrir e Jake entra, ajudo Emma a entrar e logo depois me jogo lá dentro. Vejo os três carros presos na plataforma e Jake ri alto quando passa as mãos pela Ferrari dourada que parece ser mais uma nave espacial.

Ouvimos eles jogarem os explosivos na porta e Jake abre a caixa na parede com as chaves, ele joga a do Maybech vermelho para mim e entro rapidamente. Emma solta as cordas da Lamborghini e a porta explode, então ela liga o carro e da ré para pousar na estrada com perfeição.

-Separamos. Dois para cada ponto.- ele olha para mim e solta as cordas do carro.- Até.

-Até.- falo quando ele dá a ré.

Saio do carro e solto as cordas, então dou a ré e o carro pois no chão. Troco a marcha e viro a direção para entrar na estrada menos movimentada, olho pelo retrovisor e vejo o caminhão parando enquanto alguém grita lá de dentro.

O carro de Diana passa pelo meu e a sigo bem emparelhado com ela, temos que ir para o ponto que escolhemos e só então falar com os outros para ver se não os pegaram ou algo assim.

Ela acelera e o escapamento faz som, acelero também e passo dela, então Diana faz a curva e quase perco essa. Meu pai ensinou ela muito bem para estar dirigindo assim, não sabia que ela já estava tão boa para dirigir desse jeito.

Deslizo a mão pelo volante de couro e acelero mais para alcançar ela, vou ficar umas horas sozinho com Diana, posso concertar o que quer que eu tenha feito com ela. As vezes eu digo coisas e não sei como elas acabam ficando interpretadas do jeito errado.

Só quero concertar isso do jeito certo.

A Vingança - 4° Geração.05Onde histórias criam vida. Descubra agora