Ação

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Diana Holmes

Arrumo meus cabelos enquanto o carro estaciona e Tom arruma o blazer ao mesmo tempo que Henry, do assento da frente, dá a ele a pulseira que sempre uso quando saio para comprar alguma coisa no centro de Londres.

Ele coloca no meu pulso e travo o maxilar quando sinto o choque de adaptação, Tom me observa e relaxo o rosto em um sorriso bonito ao sentir seus lábios nos meus. Ouço um ruído de nojo de Henry e Tom avança mais em meus lábios.

Os dois tem uma relação complicada, Henry odiava o meu pai e queria se vingar, Tom apenas queria o posto de comandar Londres com a minha parte da máfia. Os dois agora tinham o que queriam, mas tinham que conviver juntos também.

-Quais são as regras?- sussurra contra meus lábios.

-Não falar com ninguém. Comprar o que eu quero e nada mais. Não ficar olhando para as pessoas. E não sair do perímetro da pulseira que Henry tem, senão a pulseira me dá um choque.- olho para a pulseira idiota.

-Isso, passarinho.- ele beija minha testa.

-Até mais tarde.- sorrio abrindo a porta.

-Compre algo bonito para você usar de noite.- ele afasta uma mecha do meu cabelo.

-Certo.- saio do carro.

Henry anda ao meu lado enquanto vamos na direção do shopping, tem uns cinco caras nos acompanhando de longe e a única coisa que eu vou ter que fazer é esperar até um determinado horário de movimentação na rua da frente do shopping.

É bem perto do almoço, então eu tenho duas horas para ficar no shopping e fazer tudo que eu tenho que fazer discretamente. Vou comprar algumas roupas e algumas jóias aleatórias e então querer ir embora antes de almoçar porque simplesmente quero ir embora.

-Diana.- Henry segura meu braço e começa a me puxar para um dos corredores que dá para o banheiro.

-O que é?- franzo as sobrancelhas.

-Você não gosta de vir para o shopping.- sussurra.- O que você está aprontando?

-Nada.- balanço a cabeça.- Só queria comprar uma coisa legal para usar com Tom.

-Ou queria ficar sozinha comigo?- ele passa a ponta do nariz pela minha bochecha.

-Henry...

-Vi como você me olha.- ele beija meu pescoço e travo o maxilar.- Você me quer.

-Henry!- empurro ele, que bate as costas do outro lado do corredor.- Não faça isso de novo.

-Você não serve para nada além de poder, Diana.- ele fala com raiva.- Não serve para nada.

Ele começa a andar e lembro da pulseira, então ando rapidamente para alcançar e Henry diminui o passo quando entro em uma loja de vestidos. Começo a pegar alguns para ir experimentar e ele se torna menos furioso.

Sei qual é o segredo de deixar Henry calmo, é só provar roupas na frente dele. Não posso irritar nenhum deles, sempre tenho que equilibrar tudo, então eu tenho que resolver isso antes que ele fique com mais raiva e me faça levar um choque por pura diversão.

Eu posso fazer isso, posso organizar tudo isso e ainda sim ter meu plano. Não parecia ser o plano mais inteligente do mundo, eu tinha que confiar no americano lá em baixo, mas era um plano bom e eu estava apostando tudo nele.

James Ballard-Hunt

Ouço um som vindo das escadas e aperto as mãos nos braços da cadeira, tento ignorar tudo o que está acontecendo comigo. O fato de eu estar morrendo de fome, o fato de eu estar todo dolorido, o fato de eu estar há minutos de começar a gritar para que eles me matem logo.

Mas a porta abre...

Vejo uma senhora de setenta anos vindo na minha direção, ela trás um prato com alguns biscoitos e parece estar com medo de estar aqui mas não vai embora. Engulo em seco quando ela pega um biscoito e coloca na frente da minha boca.

-Não tem veneno.- ela sussurra e morde um dos biscoitos.- Vamos.

-Por que?- pergunto ao morder um.

-Diana falou que era para eu fazer isso.- ela explica.- Meu pai e minha mãe eram leais à família dela. Então sou leal a ela.

-Não me trouxe só os biscoitos, trouxe?- dou outra mordida.

-Não.- balança a cabeça e tira um grampo dos cabelos.- Ela mandou avisar que só pode fazer isso quando for de noite. Quando todos vão dormir.

-Ok.- sinalizo que não tem janelas aqui.

-Ah, é em sete horas.- ela coloca o grampo escondido na minha mão e me dá outro biscoito.

-Por que ela quer sair?- pergunto.- Pelo que vi, a tratam bem.

-Bem?- ela ri.- Essa menina é estuprada desde os dez.- fala mais séria.- Ela engravidou aos dezesseis e o bebê nasceu morto.- tira o biscoito da minha boca.- Tenha cuidado como fala de alguém, americano.

-Desculpa.- sussurro.

-Diana vai sair daqui hoje a noite, está me entendendo?- ela fala séria.- Ou eu juro por tudo que é mais sagrado que você e sua família vão ser amaldiçoados por gerações e gerações.

-Nada novo.- murmuro.

-Como?- ela levanta as sobrancelhas.

-Ok.- assinto.

-Que bom.- ela começa a ir até a porta.- Achará roupas novas escondidos no armário ds cozinha. Não faça barulho e não vai ser pego.- ela lança um olhar duro para mim.- De novo.

Sorrio com raiva e ela vai embora, então ajeito o grampo na minha mão e vejo que tem o tamanho certo para a fechadura. Então respiro fundo e o escondo de novo, não vou me precipitar, ela conhece aqui mais que eu e se diz que tenho que ir de noite, é porque vou de noite.

Penso no que aquela mulher me falou e me nego a sentir pena dela, comecei a perceber que as mulheres não gostam que sintam pena delas. Dakota quase me deu um soco quando eu demonstrei pena ao ver ela ter uma contração, Izzy quase enfiou uma flecha no meu ombro quando eu dei tapinhas consoladores por ela errar um alvo.

Nem vou começar a falar de Summer.

Só entendia que as mulheres não gostavam que os outros sentissem pena delas, principalmente homens. Então iria ignorar tudo que aquela mulher me disse sobre Diana e ser extremamente profissional com tudo que eu estava fazendo aqui.

Iria arrombar a fechadura do lugar e pegar algumas roupas para ir embora. Roubar um carro seria muito arriscado, então teria que ir pelo que eu decidiria na hora, o que não podia ser uma coisa ruim. Na melhor das hipóteses, eu estava em algum lugar perto da cidade.

Só espero que eu esteja certo.

A Vingança - 4° Geração.05Onde histórias criam vida. Descubra agora