Capítulo 08.

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 Capítulo 8 — Afeição?

"Hunter"

 

 

 

Fui até o colégio e tentei obter alguma informação com um grupo de meninas que estavam sentadas próximo ao portão e depois com um grupo de garotos parados mais à frente. Ninguém sabia quem era Sophie, mesmo depois de eu dar uma pequena descrição de sua fisionomia e um breve resume de suas manias estranhas.

Dei algumas voltas de carro pelo quarteirão e quando estava quase desistindo, avistei a infeliz sentada em um banco no parque que ficava algumas ruas para baixo do colégio.

— Como foram suas aulas da tarde? — indaguei assim que me aproximei e ela quase caiu do banco junto com as folhas e fotos que estavam em suas mãos. — Nunca mais faça essa merda comigo. — cuspi por entre os dentes. — Entendeu?

 — Como você me achou? — ela olhou para os lados, provavelmente procurando por seu pai. — Eu estaria no portão às 18:00, não precisa surtar.

— Se acontecesse alguma coisa com você... seu pai provavelmente arrancaria meu coração com a mão.

— Acho que não... — torceu os lábios e eu a encarei, irritado. 

— O que está fazendo aqui? Por que mentiu?

— Eu só queria um tempo longe de casa e de todos. — admitiu.

— Compreensível, mas acredito que eu vá ter que falar com seu pai à respeito disso. — ela me encarou novamente. Aquele olhar que me lembrava LAR. — Não me olhe assim....  Feito um filhote de cachorro.

— Meu pai não precisa saber disso. — comprimiu os lábios. — Nada aconteceu. Eu estou bem e não há necessidade para levar esse assunto até ele.

— Me deixe saber... — disse, impulsivamente.

— Te deixar saber do quê? — indagou, curiosa.

— Nada... esqueça.

— Ok. — torceu os lábios, visivelmente chateada e com medo de que eu fosse contar ao seu pai sobre o que aconteceu essa tarde.

— Sabe... me deixe saber quando você não está legal e precisa de um tempo longe da sua casa. Eu sei como é isso... — um pequeno e tímido sorriso formou em seus lábios e seus olhos pareciam sorrir também. Eu tinha soado agradável demais e definitivamente tudo que não precisávamos era ela criando alguma empatia por mim. — Só não faça mais nada parecido com essa merda de dizer que tem aula e ficar sentada na porra de uma praça.

— Não farei. — revirou os olhos. — Você sabe ser agradável quando quer. Talvez. Sabe... nós pudéssemos ser amigos.

— Não. — peguei sua mochila jogada próximo ao banco e pendurei em um dos ombros. — Continuaremos assim.... embora passemos muito tempo juntos, isso continua sendo meu trabalho.

Ela ficou calada e parecia chateada com minha resposta direta. Teria que ser assim. Eu sabia como poderia terminar tragicamente se de alguma maneira aquela garota criasse qualquer tipo de afeição por mim.

Sophie sentou no banco de trás (como deveria ser diariamente) e encostou a cabeça no vidro com os olhos fechados.

Durante o caminho meu celular tocou algumas vezes e no visor indicava ligação de Amber e logo em seguida uma ligação perdida de Nara. Nara? Ela sumiu há meses. Eu estava completamente tentando para ligar de volta e saber o que ela queria, mas disquei primeiro para Amber quando paramos no semáforo. — Ei Amber, o que foi? — indaguei assim que ela atendeu.

Eu nunca te disse (revisão/reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora