Capítulo 47.

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Capítulo 47 – Adoro.

"Hunter"

(Música: Slow Club - Everything is new)


– Você não usou o meu plano e eu demorei muito para pensar sobre aquilo. Seria épico, tenho certeza que ela teria te aceitado de volta. – Josh resmungava andando de um lado para o outro sem camisa. – Agora fica ai se arrastando pela casa com essa cara de derrotado.

A verdade era que eu estava derrotado pelo cansaço, a única parte boa da minha vida naquele momento era Sophie, mas Josh não sabia.

– Eu já disse que isso não tem nada a ver com Sophie. – bocejei. – Não sei se você notou, mas eu estou trabalhando pra caralho nas últimas semanas.

– Sua irmãzinha ligou. – Ele disse me ignorando. – Quando ela vem? Será um prazer apresentar a cidade para ela.

–Você não duraria uma semana na mão da Alice. Ela ia foder com tua mente de todas as formas possíveis.

– É o que eu espero, cunhado.

– Se me chamar assim de novo eu chuto tua bunda pra fora desse apartamento. – Ajeitei a touca cinza na cabeça e o encarei.

– Estou só brincando. Você sabe que essa história de garota colegial é com você.

– Você vai colocar uma roupa logo ou vamos mesmo chegar atrasados e ouvir um sermão?

– É disso que eu estou falando. Você se tornou um bundão depois que ela te deu o pé.

– Cinco minutos, Josh. – Peguei os fios e o violão e com a mão livre peguei as chaves do carro. – Estou te esperando no carro.

Assim que entro no bar eu avisto América pendurada no pescoço do Luck e imediatamente procuro por Sophie. Faço o meu melhor para ser discreto, mas estou louco para vê-la, ridiculamente esperei esse dia a semana inteira. Já estou arrumando os fios e testando o microfone quando ela entra no bar, distraída, e arrumando o cabelo que cai sobre seu rosto angelical. Será que sempre sentiria aquilo ao encontrá-la? Aquela sensação de ser o cara mais sortudo em toda a Califórnia.

– É, parece que ela te trocou mesmo pelo cantor de indie. – Josh zombou e minha atenção pulou de Sophie para o cara caminhando ao lado dela. Isso tinha o dedo da América, eu tinha certeza.

– Parece que sim. – Precisei reunir todo meu autocontrole para dizer aquelas palavras. Eu ainda precisava convencer Josh e todos os outros que nós não tínhamos mais nada. Mesmo quando minha vontade era ir até ela e beijar seus lábios e te abraçar, deixar bem claro para todos os caras ali presentes que ela estava comigo. Eu realmente não gostava de me sentir assim, mas sabia que tudo que vem junto no combo de estar apaixonado era fodido.


Ela me olhou, mordeu os lábios e sussurrou "desculpa". Eu sabia que estava se desculpando pelo cara ao lado dela e só me deu mais certeza que aquilo tinha a ver com a América.

Nós subimos no pequeno palco e eu não disfarcei nas poucas vezes que olhei em sua direção. Ela sorria tímida e balançava a cabeça de um lado para o outro. Também não consegui ignorar o fato de que Sophie não estava desconfortável com a presença do cara, ele falava coisas próximas ao seu ouvido e ela ria ou apenas concordava. Eu não era nenhum controlador e jamais diria para a Sophie com quem devia falar ou quem serão seus amigos, mas eu sabia que aquele cara estava interessado em muito mais do que amizade. O jeito que ele a olhava quando ela não estava notando ou como a tocava sem um motivo. Eu reconheci suas intenções porque via aquele mesmo olhar refletido na tela do celular quando via a foto que tiramos juntos.

Eu nunca te disse (revisão/reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora