Capítulo 53.

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ps. Já prepara o lencinho pra chorar uns horrores, porque vocês sabem que comigo é assim... né? hahaha perdão se tiver erros, vou revisar depois e talvez até altere alguma coisa. Ainda não estou gostando tanto quanto gostaria desse capítulo.




Capítulo 53 – Ainda somos "nós"?

PARTE 5

"Sophie"


(Música: M83 - Wait)



Minha mão está sobre seu peito quando sua respiração vai diminuindo o ritmo e ficando cada vez mais lenta. A única iluminação no quarto é a luz do poste que invade a janela de cortinas abertas. No chão estão jogadas minhas roupas molhadas e provavelmente minha dignidade. Encaro o teto antes me virar e dar uma boa analisada em Daniel dormindo ao meu lado. Seus braços estão em volta do meu corpo, me segurando agora mais suavemente. Nossas respirações estão se fundindo e eu posso sentir seu cheiro devido à proximidade. Lentamente tento me esquivar e levantar sem acordá-lo. Recupero as peças jogadas no chão e obrigo meu corpo a se acostumar com as peças geladas tocando minha pele quente. O apartamento está tomado pela escuridão e o silêncio. Daniel continua dormindo tranquilamente em sua cama quando eu caminho para perto dela e o observo antes de ir embora.

Eu realmente não sei o que acabou de acontecer. Eu estava com América esperando um táxi depois de ir para uma festa na casa de um de seus novos amigos, quando começou a chover e nós ficamos completamente ensopadas. Estávamos sóbrias devido ao seu novo lema de vida, mas após alguns minutos rindo da situação e correndo para encontrar um lugar seco, eu não aguentei e comecei a chorar. As lágrimas se misturavam com os pingos de chuva e América me encarava assustada. Eu não conseguia controlá-las, eu só queria que aquele aperto no meu peito sumisse. Como em flashes as imagens de Daniel em cima do palco eram atiradas nos meus pensamentos e as lágrimas desciam mais grossas e dolorosas.


— Tenta ficar calma, por favor. — Sussurrou América me envolvendo com seus braços e prendendo minha cabeça na curva do seu pescoço. — Eu sei que dói. — ela pigarreou tentando disfarçar a voz embargada. — Em mim também doeu quando eu me dei conta de que tudo tinha acabado.

Entre soluços e lágrimas, sussurrei uma das únicas certezas que eu tinha: — Mas não é assim que me sinto América, eu sinto que não acabou e é isso que me machuca. Eu sinto que vou amá-lo para sempre, que nunca conseguirei ficar livre desse sentimento. E me dói saber que talvez nós nunca fiquemos juntos. Vai ser sempre assim? Eu sempre vou carregar esse sentimento massacrante no meu coração? Sempre irei procurar pelo sorriso dele em estranhos? Sempre vou comparar o que nós vivemos com qualquer outro relacionamento que eu tiver? Isso soa doloroso, América. — Choraminguei.

— Eu não sei. Eu espero que não seja assim, eu espero que com o tempo nossos corações estejam livres para se apaixonar por outro alguém. E espero que isso seja logo.

— Eu não entendo como na teoria tudo parece tão simples de ser resolvido, mas na prática tudo parece terrível e difícil. Será que somos nós que complicamos tudo? Será que as coisas poderiam ser mais fáceis e nós tornamos tudo difícil?

— Eu não sei. — Ergueu os ombros. — Eu não sei nada sobre o que aconteceu entre vocês, então não me acho no direito de dizer o que você deve ou não fazer, mas eu acho que você deve seguir teu coração. Se seu coração está dizendo que não acabou, você devia repensar sobre isso.

Eu nunca te disse (revisão/reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora