Capítulo 23.

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Capítulo 23 – Seus olhos.

"Hunter"





Mesmo depois das doses que virei e do "tapa" no cigarro do Josh, o azul profundo dos seus olhos ainda assombram minha mente. Por que eu não conseguia esquecê-la nem depois de estar chapado? Por que o azul dos seus olhos está preso em minha mente como uma tatuagem permanente? Que diabos era aquilo? Levo minhas mãos ao cabelo e bagunço mais do que já está, se isso for realmente possível. Eu não admitiria para ninguém que uma garota de 16 anos estava me causando aquilo. Fodendo com minha mente e me deixando louco. Deslizo as mãos para bolso traseiro da minha calça jeans, na tentativa de me impedir de pegar a garrafa de vodca sobre a mesa. Olho para Josh e ele parece ocupado, não vai querer ir embora agora. A garota de cabelo loiro está sentada em seu colo, beijando seu pescoço e alisando seu peitoral. "Procurem a porra de um quarto" – Meu subconsciente grita e eu me sinto doente. Minha garganta ainda está ardendo por causa do álcool puro que bebi e não me lembro de ter ficado assim, tão fora de controle, antes.

Esbarro em um cara quando estou há meio caminho de Josh e a julgar pelo empurrão que me deu em seguida, ele está querendo brigar. Quando viro, vejo que sua bebida respingou o vestido da garota que está lhe fazendo companhia e posso ler a palavra v-a-d-i-a estampada em sua testa. Ela incentiva a briga depois de ver minha expressão ao encarar aquele vestido pequeno e ridículo. O cara murmura algo que não sou capaz de prestar atenção e seus punhos já estão fechados vindo em minha direção. Ele parece tão chapado quanto eu, mas tem a possibilidade de ser apenas um babaca que gosta de brigas aleatórias. Sou traído por meus pensamentos lentos e não consigo desviar ou processar a situação antes de levar o primeiro soco. Sinto o gosto de ferrugem na boca e só então tomo consciência do que está acontecendo. Institivamente levo a mão na boca e depois verifico meus dedos ligeiramente sujos de sangue.


– Você é um merda. – Ele cospe vindo novamente na minha direção, mas dessa vez eu reajo. Meu punho encontra sua mandíbula duas vezes antes dele recuar e vir novamente com os olhos em chamas. Pareço em perfeito estado a julgar pelo tanto de álcool que consumi.

Josh e mais alguns caras apartam a briga e ele me arrasta para fora do bar. A vontade de rir cresce em meu peito e não consigo controla-la. Quando chegamos próximo à Pandora eu estou rindo. As juntas dos meus dedos estão sujas de sangue e minha camiseta branca adquiriu um novo bordado vermelho.


– Que merda foi aquela? – Josh dispara verificando meu rosto. Mas sua expressão suaviza e eu tenho certeza que todo aquele sangue não veio grande parte de mim.

– Eu esbarrei no idiota e ele queria uma luta. Eu dei a ele uma boa luta. – Meu tom é orgulhoso. Josh me puxa para dentro do carro e me prende ao banco de passageiro.

– Cadê a chave? – Ele pergunta me olhando.

– Acho que deixei na mesa. – Minto.  

– Eu volto em um minuto. – Avisa dando alguns passos para trás. – Não saia da porra do carro. – Grita quando está prestes a entrar no bar novamente e eu reviro os olhos. Minhas mãos lutam para tirar o cinto e pular para o banco de motorista, eu tiro a chave do bolso e dou partida.


Parece durar um ano inteiro para cruzar à cidade e quando finalmente já estou me sentindo cansado, vejo que vim para o lugar errado.


– Porra! – Bato no volante com força e sei que não serei capaz de dirigir todo o caminho de volta. Já fui sortudo o bastante por não ter levado uma surra e depois ter chego vivo até aqui. Não deveria abusar.

Eu nunca te disse (revisão/reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora