Eu nunca te disse (revisão/reescrevendo)

Capítulo 03.

Capítulo 3 — Liberdade.

"Sophie"

L I B E R D A D E.

Eu finalmente estava conquistando a minha. O processo seria lento, eu estava ciente disso, mas voltando do colégio apenas com Bargas como segurança já era um bom começo. Definitivamente esse ano seria incrível.

Ao entrar pela porta de vidro da mansão avistei Lala dando ordens de limpeza para as faxineiras.

— Boa tarde meninas. — disse, sorrindo. — Hoje não é um belo dia? — elas me atiraram olhares curiosos. — Para mim esse é realmente um ótimo dia.

— Que bom que está bem humorado, assim não teremos reclamações quando eu der o recado do seu pai. — Lala falou, me olhando. — Ele disse que te quer arrumada as 19h em ponto, disse que terá que ir em um jantar de negócios com ele.

— Definitivamente não. — bufei.

— Achei que esse era um ótimo dia. — revirei os olhos e ela sorrio.

Era basicamente sempre a mesma coisa. Meu pai me levava nesses jantares chatos, lotados de velhos discutindo negócios ou velhos com suas amantes. E eu precisava sorrir e acenar a noite inteira para a corja que ele chama de amigos. O que eu tenho a ver com seus negócios? N-a-d-a-. Não sei porque ainda insisti em me levar junto. Bem.. Talvez bem no fundo eu saiba o real motivo, mas não queira admitir.

— Ele disse que se caso você recusasse era para eu dizer: Ou vai com ele no jantar ou os três seguranças voltam em um estalar de dedos.

— Chantagista. Eu sabia que ele estava cedendo fácil demais, agora vai ficar me chantageando pelo resto dos meus dias na terra.

— Você já sabe como seu pai é, não sei como ainda fica surpresa com essas atitudes. — Lala deu de ombros e eu assenti. Eu realmente sempre esperava o melhor das pessoas, sempre lhes dava uma segunda chance. Com meu pai é assim, eu estou sempre me decepcionado, pois sempre lhe dou mais uma chance de fazer melhor e ele SEMPRE acaba fazendo igual ou pior.

E claro, dessa vez foi igual todas as outras. 

Às 19h em ponto eu estava esperando por ele no hall da casa. Com um vestido preto cinturado e rodado na parte de baixo, sandálias azul royal, maquiagem esfumada e cabelo levemente enrolado.

Por que diabos eu tinha que ser tão obediente e submissa? Eu poderia negar, mandá-lo a merda e fugir, assim como minha mãe fez. Mas, não. Eu continuava obedecendo cada ordem.

"Sophie pule" Eu pulava. "Sophie deite" Eu deitava.

Patética. Eu certamente sou a garota mais patética desse planeta.

— Pontual. — sua voz forte veio das escadas e me arrancou dos meus pensamentos.

— Quero vir embora antes das 23h.