Capítulo 10.

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Capítulo 10 — Divisor de águas.

"Hunter"



O arrependimento descia amargo e raspando em minha garganta, e tudo que eu conseguia pensar era: Que diabos deu em minha cabeça para aceitar isso? Eu poderia estar com Amber ou Thamara, mas não, estou aqui ouvindo esse pseudo nerd falar sobre as férias de verão, a adorável casa do lago e sobre aulas de química. Quem fala sobre essas coisas com a garota que quer beijar? Definitivamente esse cara precisa de dicas. Com esse papo furado ele não conseguirá nada mais que simpatia das garotas.

Eu realmente não me importo com quem ela sai, mas de longe se nota seu péssimo gosto para homens. Primeiro Zack e agora esse John. Juntando os dois não dá um inteiro.

— Oh merda! — olhei por cima do ombro e Sophie tinha batido o braço no copo de refrigerante, derrubando-o sobre a mesa.

— Fale de novo. — o menino falou olhando-a.

— O quê?

— Merda. — murmurou, ainda olhando-a fixamente. — Posso jurar que vi você piscando. Seria uma mania muito engraçada envolvendo seus olhos? — ela sorrio.

— Talvez.

 — Eu acho que sim. — revirei os olhos.

Ele ficou dizendo o quanto era fofo e mais um monte de merda do tipo. Besteira. Suas manias eram definitivamente muito estranhas.

— Hora de irmos. — disse, levantando e parando ao lado da mesa deles.

— Ele é seu irmão ou coisa assim? — revirei os olhos novamente.

— Te espero no carro. — disse, saindo da lanchonete antes de ouvir a resposta de Sophie.

Ele beijou sua bochecha antes de entrar no carro e eu sentia que em breve não teria mais olhos para revirar.

— Você poderia ter sido mais simpático. — resmungou, assim que entrou no carro.

— Ele é um idiota.

— Ele é legal. — sorrio.

— É isso que vocês chamam de encontro?

— Acho que sim.

— Bem... é uma porcaria.

— Ah claro, seus encontros devem ser bem mais interessantes.

— Eu não vou em encontros.

— Você não leva suas amiguinhas para jantar ou coisa parecida?

— Não. — dei de ombros, dando partida no carro. Eu só queria deixa-la em casa e ir encontrar a banda. — Por que levaria?

— Porque as mulheres gostam.

— Bem... não minhas amiguinhas. — disse, sarcástico.

— Posso imaginar do que elas gostam. — resmungou e se eu pudesse olha-la agora, poderia jurar que estava torcendo o nariz, talvez enciumada.

Ela desceu e ficou parada ao lado do carro quando estacionei em frente sua casa. Fiquei observando-a, vendo como o vento balançava facilmente seus cabelos finos e compridos. Ela geralmente fazia penteados engraçados, mas hoje estavam soltos. E suas roupas eram tão incomuns para mim, ela parecia ter sido tirada de um catalogo de roupas para bonecas.

— Tenha uma boa noite. Se divirta. — disse, acenando.

— Você parece minha mãe parada ai. — dei de ombros.

Eu nunca te disse (revisão/reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora