Capítulo 04.

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Capítulo 4 — Ferrado.

"Hunter"




Eu não desistiria da faculdade e ia viver apenas de música, pois era persistente, determinado e orgulhoso demais para desistir de algo que poucos acreditavam quando eu comecei. Embora eu goste do curso e de estudar, em alguns momentos me vejo vivendo um ciclo vicioso. Desperdiçando meus dias para conseguir chegar em algum lugar, mas nunca consigo enxergar que progredi ou avancei uma casa. Eu acordo cedo para ir para a faculdade e o restante do dia me mato em trabalhos temporários para dar conta das minhas contas, aluguel e despesas com comida. Durante algum tempo meu pai adotivo insistiu em me ajudar pagando meu aluguel e a faculdade, mas eu simplesmente não consigo viver como Josh. Não consigo vê-los me bancando quando tenho saúde e disposição para conseguir me sustentar sozinho.

Orgulhoso? Sim, muito. Talvez devesse ser meu segundo nome.


Um tempo atrás quando eu chegava de um dia de merda, trabalhando em uma boate de merda, Amber disse que tinha a solução para os meus problemas e me garantiu que poderia me arrumar um emprego onde eu ganharia dinheiro fácil. Eu sabia que ela conhecia muita gente e até poderia fazer isso, mas tinha certeza que seria algo ilegal ou envolvido com drogas. Meu celular tocou e no visor indicava uma nova ligação de Amber. Ela sempre fazia. Dava um toque para que eu retornasse a ligação se estivesse desocupado e podendo falar. Cara, como eu adoro essa garota.


— Tá podendo falar? — sua voz soou assim que ela atendeu minha ligação.

— Aham. — murmurei. — Estava pensando em você nesse exato momento quando me deu um toque. — ela riu.

Espero que seja algo sujo.— zombou.

— Em partes.

— Ok, diz você primeiro então. O seu parece muito mais interessante.

— Estava pensando sobre o que você me falou outro dia sobre ganhar dinheiro fácil. — pausei, ouvindo o som da sua respiração do outro lado da linha.

— Eu falei por impulso.

— Eu sei, também estou agindo por impulso agora. — baguncei os cabelos com a mão e parei em frente a uma cafeteria que costumava encontrar Nara. — Mas estou realmente precisando de dinheiro.

— Eu não sei... — disse insegura. — Você sabe que isso é sujo? — concordei com um "uhum" e ela respirou fundo. — Sabe... é mais sujo que as coisas que fazemos na cama. — tentou mudar o ar da conversa para descontraído.

— Estou ciente Amber, me arrume os contatos. — dosei minha voz para não dar bandeira da minha insegurança quanto a essa decisão.

— Ok, mais tarde te mando uma mensagem com nomes e telefone. — ficamos em silêncio por alguns segundos e então ela respirou fundo novamente. — O motivo da minha ligação era para falar que arrumei um lugar pra vocês tocarem essa semana. Não é grande coisa... já aviso, mas tanto faz... vocês tocam em qualquer boteco mesmo.

— Ei... — adverti. — Não fale assim da minha banda.

— Não consigo me controlar. — riu baixo. — Que seja, tem papel e caneta para anotar ai?

— Quem anda com papel e caneta no bolso hoje em dia? Dá pra anotar no celular, Amber.

— Então anota logo essa merda. — resmungou.

Eu nunca te disse (revisão/reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora