Capítulo 05.

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Capítulo 5 — Borboleta.

"sophie"





Um mês se foi e eu não encontrei novamente o Sr. olhos intimidadores. Talvez a segunda vez já tenha sido sorte demais ou agora o destino está me poupando. Nós pertenciamos a mundos diferentes, e eu realmente nem sei o que passou pela minha cabeça quando criei aquela pequena obsessão por ele.

Essa semana América disse que o conhece pelo apelido. HUNTER. Quem diabos tem uma apelido assim? Soa como um cara psicopata e perseguidor.

Meu pai tem toda razão quando me manda ficar longe de caras como ele. Tá certo, que ele me manda ficar longe de caras em geral, mas principalmente desses.

Bargas não têm dado conta do seu serviço sozinho. Confesso que depois da minha primeira fuga fiquei mais corajosa e mais ousada. Semana passada eu o convenci de me levar para almoçar em um restaurante comum no centro da cidade. E essa semana América vibrou quando pela primeira vez fizemos comprar em um shopping juntas. Há tantos lugares que planejo visitar, tantos planos para as próximas semanas e agora com a certeza de que conseguirei executa-los.

— Seu pai está furioso, Sophie. — Lala gaguejou quando entrei pela porta da mansão, depois de uma longa manhã no colégio.

— Furioso.. é? Por quê? — indaguei tranquilamente. Papai estava quase sempre furioso, eu já estava acostumada.

— Ele descobriu sobre suas escapadinhas à tarde e estava até agora gritando aos quatro cantos sobre não saber mais o que fazer com você. — ela mordeu o canto do lábio e eu sabia que era sério. Ela estava realmente preocupada e isso era um péssimo sinal.

— Ele está no escritório? — perguntei tomando coragem para enfrentar a fera. Ela assentiu medrosa e me desejou boa sorte quando comecei caminhar em direção a porta.

Depois de duas batidas ele abriu a porta e sua aparência era calma. Ou pelos menos parecia. — Você não parece furioso. — disse, impulsivamente.

— Não estou. — murmurou e deu passagem para que eu adentrasse. — Eu não vou mais me estressar com sua desobediência.. — ele pausou e fez sinal para que eu sentasse na poltrona de frente para sua mesa. Estava me sentindo na sala da diretoria do colégio. — Eu acabei de dispensar os serviços do Bargas. — falou calmamente.

— Não.. mas ele não teve culpa. — disse exasperada.

— Eu preciso de empregados que acima de tudo cumpram com suas obrigações e acatem minhas ordens. Bargas estava deixando a desejar fazia algum tempo.

— Mas a culpa foi minha, eu o coagi para que acobertasse minhas escapadas.

— Não tem mais o que discutir Sophie, eu não mudarei de ideia quanto a isso.

— E agora? Você mesmo vai me vigiar e me impedir de viver? — indaguei irônica.

— Eu não te impeço de viver Sophie, por favor, não seja dramática.

— Não impede? Céus.. — punhos cerrados, suor frio descendo pelas minhas têmporas. — Eu nunca fui em um maldito cinema com amigos ou em um encontro.

— Ainda não é o momento. — respondeu friamente.

— E quando será o momento?

— Em breve você estará longe dessa cidade e poderá viver normalmente. Cursando direito e indo a encontros com caras promissores.

Eu nunca te disse (revisão/reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora