Eu nunca te disse (revisão/reescrevendo)

Capítulo 26.

Capítulo dedicado para @estrelacomplicada porque ela é muito dedicada ahaha está sempre aqui comentando muito, votando e super animada com tudo. Obrigada pelo apoio <3

Capítulo 26 – Única.

"Sophie"

Encaro a janela com a cortina parcialmente aberta, o sol ainda não nasceu. Acordei mais cedo que o normal, queria ter um tempo livre antes de ter que me arrumar e ir para o colégio. Ultimamente tenho pensando em tanta besteira e deixei de lado coisas realmente importantes. A busca pela minha mãe, meu projeto de ler dois livros por semana e todas minhas pesquisas sobre a faculdade. Estava tudo abandonado. Isso sim era ser imprudente.

Quase todos os dias Daniel chega quando estou terminando de tomar café e buzina umas duas vezes antes que eu apareça na porta. Mas não hoje. Hoje quando ele chegou eu já estava pronta, andando de um lado para o outro no meio fio e pensando qual seria meu próximo passo na busca pela minha mãe. Ela estava fugindo, não seria fácil encontrá-la. Então eu precisava ser esperta. Muito esperta.

– Você tem certeza que não está esquecendo nada? – Ele perguntou pela segunda vez antes de deixarmos o condomínio. – Não vou voltar para buscar depois que passarmos por esse portão. – Resmungou.

– Eu já disse que não.

– Só estou garantindo. – Deu de ombros, sem tirar os olhos do trânsito.

– América continuou dizendo bobagens depois que saí? – Tentei soar naturalmente, mesmo quando minhas mãos estavam suando. Elas sempre suavam quando estava ao lado dele, mas agora era diferente. Eu estava ainda mais nervosa depois do momento que dividimos no jantar. Ele admitiu que estava lá para me ver e eu ouvi seu tom enciumado ao falar sobre Peter e eu juntos. Ele não estava alheio aqueles sentimentos como eu achei. Ele também sentia algo por mim e aquilo agitava cada partícula do meu corpo.

– Não prestei muita atenção. – Ele liga o rádio e eu me ajeito no banco de passageiro.

Nós ficamos presos no trânsito e Daniel encara o relógio de cinco em cinco segundos, ele provavelmente tinha algo importante na faculdade hoje.

– Acho que não sairemos daqui tão cedo. – Murmuro e ele aperta o volante.

– Tem dias que eu odeio a Califórnia. – Resmunga e encosta a cabeça para trás.

A fila de carros é enorme e não dá para saber o motivo, mas provavelmente um acidente ou algum problema com a avenida. A música está soando baixinha nos autofalantes e as janelas estão abaixadas. Eu quero falar algo sobre seu cabelo ou apenas puxar algum assunto idiota, mas estou tão nervosa que tenho medo de não saber pronunciar as palavras corretamente.

– Seu pai me deu folga no domingo. – Ele começa a falar e mentalmente agradeço por não ter sido eu a quebrar o silêncio. – Vai acontecer alguma coisa no domingo?

– Não que eu saiba. – Ergo os ombros. – Ele nunca me informa sobre nada, então...

– Eu acho que ele tem algo em mente. – Murmura.