Capítulo 49.

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Capítulo 49 – Ainda somos "nós"? PARTE 1

"Sophie"

(Música: RY X - Sweat)


PEGA O LENÇO E SE PREPAREM PARA AS LÁGRIMAS AHAHA




Eu tinha medo das respostas para as minhas perguntas e agora que sei parte delas me sinto doente, desejo que eu nunca de fato tivesse sido ousada o suficiente para ir obtê-las. Meu estômago ronca novamente e eu me lembro de que ainda não comi, passa da meia noite e eu continuo enfiada com a cabeça no meu travesseiro.

Começou com uma gota e se tornou uma tempestade.

E então, o céu desabou sobre mim.




Um mês antes.


Eu finalmente obtive as respostas que tanto desejava. Lá estava eu sentada em uma cadeira barulhenta na recepção do hospital psiquiatra. Daniel mexia nos meus dedos, acariciando minha mão e, sem saber me acalmando. Eu apreciava tanto sua presença comigo naquele momento, não conseguia me imaginar fazendo aquilo sozinha. Eu não conseguia imaginar como seria receber a notícia que recebi e não ser aquecida pelo calor do seu corpo enquanto eu chorava no estacionamento.


– Shhh! Vai ficar tudo bem. – Sua voz baixa era a única coisa capaz de me acalmar naquele momento.


Eu chorei por duas horas sem parar e depois adormeci no banco do seu carro, sentindo seu toque suave em minha pele e o cheiro do seu perfume misturado com o cheiro de couro recém-lavado. Quando abri os olhos eu estava aninhada ao corpo do Daniel e, embora seus olhos estivessem fechados não parecia estar adormecido. Fechei os olhos novamente e respirei fundo. Por mim eu viveria bem ali no calor do seu corpo, sentindo aquele cheiro que só ele tem, faria dos seus braços o meu lar.


– Oi. – Ele sussurra quando eu me agarro mais ao seu corpo.


Eu não quero falar, eu não quero dar liberdade para as lágrimas voltarem e eu definitivamente não quero voltar a lembram-me do por que delas terem escapado.

Estendo a mão e suavemente aliso seu cabelo desgrenhado, penteando-o de volta no lugar com os dedos. Eu repito o movimento mais vezes que o necessário, eu quero lembrar o quão macio e sedoso é, eu quero lembrar eternamente a forma como os fios se apegam nos meus dedos e escorregam entre eles. Daniel não diz uma palavra, ele quase não se move, mas seus olhos intensamente verdes estão presos em mim o tempo todo. Eu sabia que não importava o que viesse acontecer com nós, ele sempre estaria comigo. Sendo no cheiro, na memória ou na saudade.

Sem cortar a conexão dos nossos olhares eu me arrasto para cima dele. Estou sentada em suas coxas e minhas mãos percorrem seus braços e peitoral, me abaixando lentamente ao seu encontro. Eu não quero mais adiar. Eu tenho medo de que por algum motivo nós não estejamos mais juntos no futuro e eu não quero compartilhar esse momento com ninguém além dele. Eu quero que seja ele o primeiro a tocar meu corpo onde jamais fui tocada antes.

Eu nunca te disse (revisão/reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora