Capítulo 51.

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ps. Ainda tem a parte 4 e 5 desse capítulo. Estou escrevendo e pretendo liberar entre hoje de madrugada e amanhã durante o dia. Perdão pela demora, estava com dificuldade pra conseguir por em palavras o que eu queria. Espero que vocês gostem desse capítulo e comentem muito sobre o final dele, que eu já sei que vão querer me matar quando ler ahahahha love you babes ❤

ps2. Tá sem revisão como sempre, então me perdoem se tiver erros muito grosseiros. 



Capítulo 51 – Ainda somos "nós"?

PARTE 3

(Música: Eric Arjes - Find My Way Back) 



"Sophie"


Assim que a sola do meu coturno tocou o chão fora do dormitório, eu finalmente consegui respirar. O vento frio sopra vindo do norte e meus fios loiros são jogados no meu rosto. Devagar os apanho e coloco-os atrás da orelha. Teresa está ao meu lado, tão calada quanto esteve nas últimas horas. Ela ouviu toda a conversa durante as últimas semanas, enquanto aos prantos e em meio a soluços eu implorava pedindo que ele não me deixasse. Enquanto eu tentava convencê-lo de que estava comendo, dormindo e saindo como uma pessoa normal. Segundo o código de honra das mulheres, se acaso exista um, eu provavelmente deveria estar envergonhada por ter chorado copiosamente ao telefone e implorado para que ele não fizesse aquilo, mas a verdade é que eu não dava à mínima, eu teria implorado um pouco mais se ele não estivesse tão decidido a me deixar ir. Eu só queria gritar e tirar aquele peso massacrante do meu peito. Meu estômago doía tanto, provavelmente intoxicado com as borboletas que morreram ali dentro. Eu não as sentia mais. Aquela sensação de formigamento na boca do estômago quando eu sabia que em breve um e-mail dele chegaria contando sobre seu dia ou com um anexo dele cantando alguma música que ouviu durante a semana e se lembrou de mim. Todas as borboletas estavam mortas desde que ele finalizou a ligação logo após dizer que seu coração sempre seria meu, mas que nunca teve a intenção de me prender a ele. Como assim nunca teve intenção de me prender a ele? Soa como se ele nunca tivesse tido a intenção de me fazer se apaixonar por ele. Essas palavras continuam se repetindo em minha mente como uma música chiclete de comercial. Eu não consigo entender. Eu não consigo aceitar e cada respiração é uma pontada dolorosa em meu coração.


— Grita. — Incentivou Teresa.

— Eu não consigo. — Murmurei encarando meus pés que foram cobertos pelo monte de folhas seca que pisei. — Estou sufocada com esse sentimento Tessa, parece que morrerei assim como as borboletas.

— Que diabo de borboleta, Sophie? — Ela me olhou confusa e eu permaneci em silêncio. Seria um pouco ridículo dizer que as borboletas que habitavam meu estômago desde que conheci o Daniel, haviam morrido. — Vamos garota, grite o mais alto que puder. — insistiu.


Alguns minutos se passaram enquanto encarávamos juntas as ruas vazias do campus, até finalmente, sem aviso algum, eu gritar. Eu fiz exatamente como Tessa disse, gritei o mais alto que consegui. Gritei uma, duas, três vezes, até sentir que meu peito finalmente estava vazio. O vazio era quase mais doloroso do que o peso que estava me massacrando antes. Eu não sentia mais nada. Era só um buraco onde um dia foi um borboletário. E foi a partir desse dia que eu decidi parar com as ligações, porque continuar mantendo contato era angustiante e estava me matando lentamente. Eu não me sentia mais parte da vida dele, eu não me sentia mais no direito de continuar discando seu número e o segurar em uma ligação por mais que alguns minutos. Não foi tão fácil como parece, eu chorei por meses, todas as noites religiosamente eu pegava o celular, buscava seu contato na agenda e ficava encarando aquela foto que tirei enquanto ele fazia um pedido à estrela cadente. Estava escuro e a foto não tem muita qualidade, está granulada e um pouco tremida, mas seu sorriso está evidente e é tudo que importa. É minha imagem preferida do celular e eu temo nunca ser capaz de apaga-la.

Eu nunca te disse (revisão/reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora