Capítulo 12

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Pov Narrador

Carol ficou parada olhando sua amiga ir embora a passos largos, ela não queria que as coisas ficassem estranhas ou complicadas com a elana mas ela também não queria deixar de ser amiga da Dayane por conta de uma coisa irrelevante como sua sexualidade.

Dayane observava ao longe e viu quando Carol ficou sozinha, se sentiu mal pela situação que causou, resolveu ir lá conversar com ela pra saber se estava tudo bem.

– Hey, o que aconteceu? - perguntou se encostando na parede e observando as expressões da ruiva.

– Nada, só a nana sendo super protetora como sempre - disse deixando os braços penderem ao lado do corpo e se encostando na outra parede, ficando assim frente a frente com Day.

– Eu sei como é isso, a Luísa banca dessas comigo as vezes, parece ate uma mãe - falou de forma brincalhona tentando arrancar uma risada da ruiva.

– É só que nesse caso ela está passando um pouco dos limites... Mas não importa, eu tenho que ir pra casa, meus pais não gostam que eu chegue tarde - falou e logo a Day pensou em acompanhar ela, mesmo que isso a atrasasse pra ir a própria casa e fizesse a mãe dela surtar.

– Posso te levar? No caso, te acompanhar - disse um pouco nervosa.

– Não, talvez o Bruno não tenha ido embora ainda... - falou pois não queria atrapalhar a morena e nem causar problemas pra ela.

– Vai, pelo menos pra compensar que eu fiz sua amiga sair e te deixar sozinha - disse desviando o olhar para os próprios pés.

– N-nao... - suspirou - não foi sua culpa Day, relaxa. E tudo bem, eu aceito sua companhia - a morena levantou a cabeça imediatamente e sorriu.

– Ótimo, vamos então - disse e pegou no pulso da mais nova involuntariamente arrastando ela para fora da escola.

O caminho até a casa de Caroline havia sido bem agradável para as duas, quando chegou na frente de sua casa Carol parecia não querer se despedir de Day e muito menos Day queria se despedir de Carol.

– A gente se vê amanhã então? - perguntou sem jeito.

– Claro, se eu acordar viva - brincou a morena mas a ruiva logo lhe deu um tapa no braço - aii - resmungou massageando o local.

– Melhor você ir, não quero que crie problemas com sua mãe por minha causa - a ruiva falou lembrando a morena que estava ficando tarde.

– Está bem, então se vejo amanhã - se despediram com um abraço e Carol entrou em casa, o que ela não sabia é que seu pai estava olhando pela janela e a esperando.

– Quem era aquela? - falou em tom passivo e Carol já sabia o que viria pela frente.

– Day, uma amiga da escola - respondeu baixinho e com medo.

– Hm, ela parece sapatão - disse e Caroline se preparou pra um comentário homofóbico em seguida - não quero você andando com ela - seu tom era tão natural que ainda dava mais medo de quando ele gritava e achava que tinha poder sobre tudo.

– Mas estudamos juntas, e você está julgando ela apenas pela aparência - a ruiva tentou defender e então ele a olhou com um olhar amedrontador.

– Eu sei das coisas Caroline, essa menina vai ser uma má influência pra você. Se eu souber que você está andando com ela você vai se ver comigo - falou e dessa vez sua voz estava mais alta e mais grave.

Sem dizer mais nenhuma palavra Caroline foi direto pro seu quarto. Sua vontade era de socar a parede e quebrar tudo que via pela frente mas então ela respirou fundo, pegou seu violão e começou a tocar sua música favorita, a música que sempre lhe acalmava quando tudo a sua volta ficava com uma atmosfera pesada, e assim que ela começou a tocar "Another one" sua mente lhe levou imediatamente até a morena, ela queria que as pessoas parecem de julgar na Day apenas pela sua aparência, ela era tão mais que isso.

Quando estava mais calma foi tomar um banho e deitou-se em sua cama para mexer no celular antes de sua mãe lhe chamar pra jantar, foi quando viu as mensagens da morena.

* Mensagens on *

Day - sei que você não perguntou mas... Já cheguei em casa :)

Eu - pensei que estivesse sem celular...

Day - minha mãe saiu pra comprar umas coisas e eu peguei escondido *_*

Eu - você gosta mesmo de viver perigosamente!

Day - é o meu jeitinho ^^

Eu - kkkkkkkk

Desisto.

Day - como foi cm seu pai?

Eu - ...

Como vc sabe?

Day - dps de um tempo com uma mãe louca vc aprende uns truques, eu vi que ele estava observando...

Espero que ele n tenha brigado ou algo do tipo

Eu - Não, ele só perguntou qm era

Day - Menos mal

Minha mãe chegou, tenho que ir

Bjs

Eu - tchau, e boa sorte ai (✓✓)

* Mensagens off *

Day ficou feliz que estava tudo bem pra Caroline, só não sabia que as coisas ficariam feias para ela.

– Dayane vem me ajudar com as coisas - dona Selma gritou e a morena percebeu que teria que esconder o celular outra hora.

– Estou indo - falou no mesmo tom para a mãe ouvir.

– Por que você chegou tarde hoje? - perguntou quando a filha entrou na cozinha.

– Eu fui deixar a carol em casa... Ela não queria ir só - falou enquanto retirava algumas coisas da sacola.

– Espero que essa menina não vire um problema pra você. Você não tem tempo pra ficar de namorinho ou sei lá como os jovens chamam hoje em dia, você tem que focar nos seus estudos e na faculdade, já basta ter reprovado, você tem que compensar muito com suas notas - falou e Dayane já estava cheia dos mesmo discursos.

– A Carol é só minha amiga, e eu estou me esforçando bastante na escola, não se preocupe - disse em tom seco.

– Você tem que ir bem, devia seguir o exemplo de sua irmã, se formou logo e foi fazer faculdade nos Estados Unidos. Não gostaria de morar em outro país? - era sempre assim, para Selma podia ser como um incentivo, mas dayane odiava sempre que sua mãe a comparava com sua irmã, ela não queria faculdade, ela não queria sair do país, não agora pelo menos, ela só queria curtir a vida.

– Claro mãe... - ela sabia que discussões com sua mãe, sempre que ela falava da Fernanda, era perdida. A Fernanda era sempre a perfeitinha, e a Day só a filha que deu errado.

– Então, trate de estudar mais e brincar menos.

Dayane não aguentava toda aquela pressão para ela estudar e se formar logo, ela nem tinha certeza do que queria ser, sua mãe queria que ela fosse advogada, mas a verdade era que Day queria estudar música, porém se sua mãe descobrisse era capaz de deserdar ela, Selma nunca acreditou que música desse futuro, então desde que sua filha falou que tinha possibilidade dela fazer uma faculdade de música que a mais velha vem desmotivando ela e a incentivando em entrar numa faculdade de direito ou administração. E como se não bastasse sua mãe não era a única que vivia falando sobre o que ela devia ou não fazer, na escola não se falava de outra coisa, seus professores a tratavam como se fosse um caso perdido, só seus amigos pareciam realmente acreditar no seu potencial.

Carol sempre fugia quando o assunto faculdade vinha a tona, seus pais tinham planos diferentes para ela, seu pai queria que ela fosse médica e sua mãe sonhava em ter uma filha arquiteta.

O querer delas não importava, afinal de contas elas não sabiam de nada, eles sim tinham experiência sobre a vida e sabiam o que era melhor para ambas. As coisas pareciam ficar mais difíceis pra elas a medida que iam se conhecendo e descobrindo do que realmente gostava. E Carol estava começando a ficar com medo pois, ela tava descobrindo algo sobre ela mesma que nunca antes havia passado em sua cabeça.


...

(não) Te amo Onde histórias criam vida. Descubra agora