Capítulo 16

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– Sabe, por um momento eu pensei que sua amiga ia meter o soco no meio da minha fuça - Day comentou em tom brincalhão

Ainda estávamos no quarto dela, só que agora ela estava deitada na cama e eu deitada sob seu peito. Podia sentir a respiração ritmada e as batidas do coração.

– No começo eu achei que ela estivesse tentando me proteger, mas dessa vez ela exagerou e passou um pouco dos limites - soltei uma respiração profunda e frustrada

– Acha que ela vai ser um problema pra gente? - Day perguntou com um certo receio na voz

– Não se a gente não deixar - respondi com convicção - quero fazer isso dar certo, tanto quanto você.

– Eu só não quero que você arrume problemas com seus amigos por minha causa - soltou um suspiro triste

– Se ela fosse minha amiga de verdade, me apoiaria. E não ficaria ameaçando você pelos corredores da escola - acariciei a bochecha dela com o polegar, tentando confortá-la

– Você é incrível ruivinha - abriu o sorriso mais lindo do mundo - soube disso no momento em que percebi que estava apaixonada por você

– Está apaixonada por mim? - arqueei uma sobrancelha e questionei em um tom bem humorado

– Você ainda duvida disso? - perguntou incrédula

– Nem um pouco - Subi um pouco mais para cima e beijei os lábios que viraram meu novo vício

Beijar Dayane com certeza havia se tornado minha coisa favorita no mundo. Era surreal o quanto nosso beijo se encaixava e o quanto éramos perfeitas juntas. E quando a língua dela invadia minha boca e encontrava a minha, era como se fios desencapados encostassem no meu corpo e despejasse uma descarga elétrica por todo ele.

Me encaixei melhor sob o corpo da morena, de modo a não deixar meu peso machuca-la. Minhas mãos foram parar nos fios de cabelo dela, enquanto as dela, que permaneciam na minha cintura, foram adentrando lentamente a minha blusa. O contato da mão com a minha pele, fez novamente o choque percorrer pelas minhas veias e quando, sem querer, minha perna precionou a intimidade dela, pude ouvir outro som escapar dos seus lábios, o que fez meu corpo inteiro vibrar e uma estranha pulsação nascer entre as minhas pernas, eu sabia que ela havia soltado mais um gemido e aquilo me ascendeu ainda mais.

– Cah - ela interrompeu o beijo com a respiração ofegante - Acho... Acho melhor a gente parar - ela pediu e então eu me afastei

– Tem razão, me desculpe - logo tratei de sair de cima dela

Me senti um pouco frustrada, já que aquilo estava tão bom e tão gostoso. Posso dizer que senti até um pouco de rejeição vindo dela.

– Ei ruiva, olha para mim - levantou meu queixo, me fazendo encará-la - não pense que eu não estava gostando ou que eu te rejeitei - ela consegue ler mentes? Ou será que estava estampado na minha cara? Que droga, por que não consigo disfarçar? - É só que... Eu quero ir devagar, com calma. Sei que isso tudo é muito novo para você e não quero apressar as coisas.

– Tudo bem Day, obrigada por ser tão paciente e compreensiva - agradeci meio sem graça

– Não precisa agradecer por isso - ela sorriu e deixou um selinho em meus lábios - Vou pegar um copo de água e já volto - avisou e saiu do quarto

Passei meus olhos por todo o cômodo e notei que ela tinha alguns livros, que eu prontamente comecei a olhar. Havia alguns como: a culpa é das estrelas, morro dos ventos uivantes, cidades de papel, as crônicas de Nárnia e outros clássicos. Mas os que realmente me chamaram atenção foram: conectadas, o amor não é óbvio e vermelho, branco e sangue azul. Eu sabia que eram livros que continham personagens LGBTs e talvez seja isso que tenha me atraído.

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